Setúbal recorda diva do canto lírico na data em que fazia 269 anos

Autarquia quer continuar a honrar o legado de Luísa Todi 

Uma cerimónia evocativa com deposição de flores na estátua de Luísa Todi e a abertura de uma exposição documental marcaram, em Setúbal, as celebrações dos 269 anos do nascimento da cantora lírica. A programação evocativa teve início no dia 9, na glorieta em homenagem à diva, localizada na Avenida Luísa Todi, onde decorreu uma cerimónia simbólica, com a presença de diversas personalidades. Na sessão, o presidente da Câmara de Setúbal, André Martins, lembrou Luísa Todi como “uma das mais destacadas setubalenses de todos os tempos” e afirmou que a cidade onde nasceu há 269 anos, precisamente no dia 9 de Janeiro, “soube, desde sempre, reconhecer-lhe o talento com que conquistou os mais importantes palcos europeus”.
Memórias da cantora lírica na Biblioteca Municipal 

O autarca assumiu o compromisso de continuar a honrar o legado de Luísa Todi através da aposta na promoção do belcanto, para que “Setúbal seja um polo de aprendizagem e de difusão do canto lírico”.
André Martins garantiu, igualmente, que a autarquia vai reformular o projeto de requalificação e musealização da casa onde a cantora nasceu, na Rua da Brasileira, para a transformar em mais um polo de cultura onde se possa conhecer melhor a vida da cantora lírica setubalense.
A cerimónia contou ainda com a deposição de flores pelos presidentes das juntas de freguesia de São Sebastião e do Sado, por representantes dos executivos da União das Freguesias de Setúbal e da Junta de Freguesia de Azeitão, pela Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão, UNISETI e Coral Luísa Todi.
Dando continuidade ao programa de comemoração da passagem dos 269 anos do nascimento da cantora lírica, a Biblioteca Pública Municipal inaugurou no dia 10 a exposição documental “Comemorar Luísa Todi”, que junta uma série considerável de documentos e imagens pertencentes ao espólio do município.
Dividida em seis painéis, esta mostra recorda a participação de Luísa Todi nos Concertos Espirituais de 1788, em Paris, a rivalidade que manteve com Gertrud Mara, outra grande cantora lírica da época, e pormenores sobre as relações próximas que estabeleceu com grandes personalidades, como é caso de Catarina II da Rússia.
Além de vários textos, gravuras, retratos e cartazes de espetáculos, esta exposição reúne ainda perto de três de obras de autores que escreveram sobre a vida da cantora lírica, pertencentes ao espólio da Biblioteca.
A mostra, aberta até dia 28 de Janeiro, de segunda a sexta-feira, das nove às 19 horas e aos sábados, a partir das 14 horas, conta igualmente com um conjunto de perto de uma dezena de imagens do Arquivo Municipal Américo Ribeiro.
Estas fotografias ilustram o início das obras da glorieta em homenagem à diva setubalense, na Avenida Luísa Todi, a cerimónia de inauguração do monumento, a 2 de Outubro de 1933, com a presença de vários oradores, incluindo Fran Pacheco, e a iniciativa da colocação da lápide na casa onde nasceu a cantora, em Junho de 1953.
Luísa Todi, batizada Luísa Rosa de Aguiar, nasceu a 9 de Janeiro de 1753 em Setúbal, na atual Rua da Brasileira, no Bairro do Troino, e morreu em Lisboa a 1 de Outubro de 1833, com 80 anos.
A cantora foi protagonista de uma carreira internacional que a levou a atuar nos principais palcos europeus e a ser disputada pelas cortes espanhola, francesa, prussiana e russa.

Agência de Notícias com Câmara de Setúbal 

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