PS "atropela" Bloco e CDU no distrito. PSD segura eleitorado. Chega e IL "agigantam-se" e PAN desaparece
Com 198 mil 104 votos, correspondentes a 45.73 por cento, o PS reforçou no domingo a liderança no distrito de Setúbal, obtendo 10 deputados [em 2019 eram nove] dos 18 parlamentares que o distrito elege para a casa da democracia. O PSD também aumentou os votos no distrito e elegeu os mesmo três deputados de à dois anos. Em queda acentuada está a esquerda no distrito. A CDU e o Bloco de Esquerda perderam um deputado cada. Os comunistas perderam mais de vinte mil votos num distrito "favorável" e já só elegem dois deputados. A queda do BE foi ainda mais longe e perdeu cerca de 23 mil votos desde 2019. Um e outro falam "em voto útil" e no objetivo dos socialistas em "provocarem" eleições antecipadas. A realidade dos factos é que o orçamento foi 'reprovado' pelos antigos parceiros e o povo, nas urnas, deram a mais surpreendente maioria absoluta a António Costa. Pior, a extrema-direita liderada por André Ventura "seduziu" 39 mil 135 pessoas no distrito e é a quarta força da região. Elegeu um deputado. A Iniciativa Liberal também ganhou terreno em Setúbal [com mais de 22 mil votos] e elegeu a sua cabeça de lista pelo distrito. O PAN que, em 2019, tinha sido a revelação das eleições, perdeu representação. A melhor notícia? Houve mais 38 mil pessoas a votar em relação a 2019. Um rombo na abstenção que ainda assim continua acima dos 40 por centoDois dias antes todas as sondagens davam um empate técnico entre Costa e Rio. "Um grande empatão", diziam. O mesmo acontecia para quem era a terceira força política. Anteviam-se cenários de ingovernabilidade à esquerda e à direita e já se faziam contas para novas eleições antes do verão. Depois o povo foi votar e clarificou o que quer.
Voto útil à esquerda concentrou votos no PS, que conquista a segunda maioria absoluta da sua história. Bloquistas e comunistas esmagados - mas os comunistas voltam a estar à frente do BE em número de deputados (seis contra cinco). PAN reduzido a um deputado e Livre reconquista reeleição, com Rui Tavares a superar os resultados de Joacine Katar Moreira. À direita, PSD não subiu nem desceu. CDS-PP desapareceu do Parlamento, engolido pelo forte crescimento do Chega (de um para 12 deputados) e da Iniciativa Liberal (de um para oito). O PEV também desapareceu da cena política e deixou a CDU só com deputados do PCP.
António Costa sagrou-se como o grande vencedor da noite e agora pode formar Governo e fazer aprovar o seu Orçamento do Estado para 2022 sem ter de o negociar com ninguém, nem à esquerda nem à direita. E o distrito de Setúbal foi, tal como em todos os distritos de Portugal continental e Açores, foi invadido pela onda rosa que só não passou na Madeira.
Foi preciso chegar até à meia-noite para se saberem os resultados finais da eleição dos votantes da freguesia da Baixa da Banheira e Vale da Amoreira, no concelho da Moita, para se ficar a saber os resultados finais do distrito e do país. Dos 745 mil 593 inscritos só foram votar 433 mil 217 pessoas. A grande maioria escolheu a lista socialista liderada por Ana Catarina Mendes. Recolheu 45.73 por cento dos votos e 10 deputados [mais um que em 2019].
PSD com 16.15 por cento salta para a segunda força vais votada no distrito e elege três deputados, os mesmos que já tinha há dois anos. O PCP cai com estrondo e perde o representante do PEV. Teve 10.05 por cento e apenas 43 mil 529 votos nos 13 concelhos no distrito. Serve para eleger dois deputados [perdeu o represente d'Os Verdes].
A grande surpresa da noite chegou pela direita radical. O partido que quer mudar o sistema político português e conquistou 39 mi 135 eleitores [9.03 por cento]. O que permite ao Chega eleger um deputado pelo círculo sadino.
Os 5.75 por cento do Bloco de Esquerda confirma a "queda" da esquerda. Os 24 mil 931 votos apenas deram para eleger a cabeça de lista do Bloco. Em 2019, os bloquistas tinham elegido duas deputadas. Da direita chegou mais uma surpresa. Com 22 mil 217 votos [5.13 por cento], A Iniciativa Liberal foi a última força a eleger um deputado no distrito.
Quem perdeu? O PAN que em 2019 tinha elegido uma deputada perdeu mais de metade dos votos. Teve agora 8639 votos, apenas 1.99 por cento. O Livre com 1.42 por cento dos votos também não elegeu. O CDS-PP continua o seu caminho do abismo. Teve 1.12 por cento, com apenas 4869 votos nos 13 município do distrito de Setúbal. Em 2019, conseguiu 11.703 votos e já não tinha elegido nenhum deputado. Todos os outros partidos tiveram votações abaixo do um por cento.
Ana Catarina Mendes, João Gomes Cravinho, Eurídice Pereira, Jorge Filipe Sanches, António Manuel Mendes, Maria Antónia Almeida Santos, André Pinotes Batista, Clarisse Campos, Fernando José e Ivan Costa Gonçalves são os 10 deputados eleitos pelo PS.
Nuno Carvalho, Fernando Negrão e Maria Fernanda Velez foram eleitos pelos social-democratas. Paula Santos e Bruno Dias representam os comunistas no parlamento. Bruno Nunes do Chega. Joana Mortágua do BE e Joana Rita Cordeiro da Iniciativa Liberal são os outros deputados a representar o círculo eleitoral.
O que se ganhou este domingo?
António Costa sagrou-se como o grande vencedor da noite e agora pode formar Governo e fazer aprovar o seu Orçamento do Estado para 2022 sem ter de o negociar com ninguém, nem à esquerda nem à direita.
O resultado do PS obteve-se sobretudo por esmagamento do Bloco de Esquerda e da CDU. O voto útil à esquerda funcionou em pleno a favor de Costa. Foi "absolutamente esmagador", reconheceria Rui Rio, quando admitia a derrota e parabenizava o líder do PS.
O resultado do PS obteve-se sobretudo por esmagamento do Bloco de Esquerda e da CDU. O voto útil à esquerda funcionou em pleno a favor de Costa. Foi "absolutamente esmagador", reconheceria Rui Rio, quando admitia a derrota e parabenizava o líder do PS.
Rio admitiria que "o PSD não obteve nem de longe nem de perto" o resultado que pretendia e anunciaria que, tendo o PS maioria absoluta, não estava a ver como poderia continuar a ser útil ao PSD. "Eu não estou a ver como posso ser útil ao PSD, sinceramente não estou a ver". Tudo indica que brevemente se iniciará no PSD o processo de sucessão.
António Costa fez o discurso da vitória pouco depois da meia-noite, no hotel do costume em Lisboa onde o PS organiza as suas noites eleitorais, o Altis.
Apesar de nessa altura os resultados oficiais ainda não o dizerem - o PS nessa altura só tinha 112 eleitos -, o líder do PS já assumia que o seu partido iria alcançar a maioria absoluta, "com 117 ou 118" eleitos, não contando com os (presumivelmente dois) eleitos pela emigração (a maioria faz-se a partir dos 116 deputados).
Costa tentou dissuadir todos os medos associados à ideia de maioria absoluta. "Uma maioria absoluta não é o poder absoluto, não é governar sozinho, é uma responsabilidade acrescida", prometeria. E até existe um "desafio", que é o de "reconciliar os portugueses com a ideia de maioria absoluta".
Portanto - acrescentou - esta será uma "maioria de diálogo com todas as forças políticas" e irá "promover os consensos necessários na Assembleia da República e com os parceiros sociais". Assim, depois de ser indigitado primeiro-ministro pelo Presidente da República, irá reunir com os partidos parlamentar, exceto o Chega ("não faz sentido").
À esquerda, as eleições foram um arraso tanto para bloquistas como para comunistas - e tanto Jerónimo de Sousa como Catarina Martins culparam a "bipolarização artificial" e "falsa" criada durante a campanha.
Na bancada da CDU, os dois deputados do PEV deixaram de ter assento, falhando a sua eleição. E também sai o histórico António Filipe (falhou a eleição em Santarém) e, além dele, João Oliveira, líder parlamentar, que também não conseguiu ser eleito em Évora (e assim se vê afastado da posição de candidato à cada vez mais premente sucessão de Jerónimo de Sousa). Na prática, o único histórico que restará na bancada comunista será o próprio líder.
Também o PAN sairia derrotado Inês de Sousa Real assumiu o desaire eleitoral (1,53 por cento dos votos) e garantiu que a Comissão Política Nacional, da qual faz parte, irá fazer uma “reflexão interna”. Afirmando que o resultado não reflete a campanha na estrada, a porta-voz do partido lamentou a perda de três deputados, que constituíam o grupo parlamentar. “É um mau resultado para o PAN e para a democracia”, declarou.
“É com muita tristeza que assumo o mandato sozinha. Com a certeza que numa próxima eleição seremos muitos mais. Não é um fim, é um recomeço”, acrescenta Sousa Real
Quem pode cantar vitória foi o Livre. Rui Tavares, cabeça de lista em Lisboa, conseguiu ser eleito, e com um resultado melhor do que o de Joacine Katar Moreira (28,2 mil votos contra 22,4 mil em 2019).
À direita, o mapa reconfigurou-se às avessas do que aconteceu à esquerda. Enquanto à esquerda, a força se concentrou num partido, o PS, à direita assistiu-se a um forte crescimento tanto do Chega (de um para pelo menos 12 deputados) como da Iniciativa Liberal (de um para oito deputados).
A grande vítima do crescimento do Chega e da IL foi o CDS-PP. Pela primeira vez desde a fundação da democracia, nas eleições para a Constituinte em 1975, o partido fundado por Freitas do Amaral deixa de ter qualquer representação no Parlamento. O líder do partido, Francisco Rodrigues dos Santos, assumiu as consequências anunciando a demissão.
Agora o processo eleitoral segue para Belém. Na terça-feira, o Presidente da República receberá os partidos com representação parlamentar e depois indigitará António Costa para formar Governo.
António Costa fez o discurso da vitória pouco depois da meia-noite, no hotel do costume em Lisboa onde o PS organiza as suas noites eleitorais, o Altis.
Apesar de nessa altura os resultados oficiais ainda não o dizerem - o PS nessa altura só tinha 112 eleitos -, o líder do PS já assumia que o seu partido iria alcançar a maioria absoluta, "com 117 ou 118" eleitos, não contando com os (presumivelmente dois) eleitos pela emigração (a maioria faz-se a partir dos 116 deputados).
Costa tentou dissuadir todos os medos associados à ideia de maioria absoluta. "Uma maioria absoluta não é o poder absoluto, não é governar sozinho, é uma responsabilidade acrescida", prometeria. E até existe um "desafio", que é o de "reconciliar os portugueses com a ideia de maioria absoluta".
Portanto - acrescentou - esta será uma "maioria de diálogo com todas as forças políticas" e irá "promover os consensos necessários na Assembleia da República e com os parceiros sociais". Assim, depois de ser indigitado primeiro-ministro pelo Presidente da República, irá reunir com os partidos parlamentar, exceto o Chega ("não faz sentido").
À esquerda, as eleições foram um arraso tanto para bloquistas como para comunistas - e tanto Jerónimo de Sousa como Catarina Martins culparam a "bipolarização artificial" e "falsa" criada durante a campanha.
Na bancada da CDU, os dois deputados do PEV deixaram de ter assento, falhando a sua eleição. E também sai o histórico António Filipe (falhou a eleição em Santarém) e, além dele, João Oliveira, líder parlamentar, que também não conseguiu ser eleito em Évora (e assim se vê afastado da posição de candidato à cada vez mais premente sucessão de Jerónimo de Sousa). Na prática, o único histórico que restará na bancada comunista será o próprio líder.
Também o PAN sairia derrotado Inês de Sousa Real assumiu o desaire eleitoral (1,53 por cento dos votos) e garantiu que a Comissão Política Nacional, da qual faz parte, irá fazer uma “reflexão interna”. Afirmando que o resultado não reflete a campanha na estrada, a porta-voz do partido lamentou a perda de três deputados, que constituíam o grupo parlamentar. “É um mau resultado para o PAN e para a democracia”, declarou.
“É com muita tristeza que assumo o mandato sozinha. Com a certeza que numa próxima eleição seremos muitos mais. Não é um fim, é um recomeço”, acrescenta Sousa Real
Quem pode cantar vitória foi o Livre. Rui Tavares, cabeça de lista em Lisboa, conseguiu ser eleito, e com um resultado melhor do que o de Joacine Katar Moreira (28,2 mil votos contra 22,4 mil em 2019).
À direita, o mapa reconfigurou-se às avessas do que aconteceu à esquerda. Enquanto à esquerda, a força se concentrou num partido, o PS, à direita assistiu-se a um forte crescimento tanto do Chega (de um para pelo menos 12 deputados) como da Iniciativa Liberal (de um para oito deputados).
A grande vítima do crescimento do Chega e da IL foi o CDS-PP. Pela primeira vez desde a fundação da democracia, nas eleições para a Constituinte em 1975, o partido fundado por Freitas do Amaral deixa de ter qualquer representação no Parlamento. O líder do partido, Francisco Rodrigues dos Santos, assumiu as consequências anunciando a demissão.
Agora o processo eleitoral segue para Belém. Na terça-feira, o Presidente da República receberá os partidos com representação parlamentar e depois indigitará António Costa para formar Governo.
Agência de Notícias
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