Barreiro é a cidade onde ficou mais caro ter casa

Custo da habitação não para de aumentar no distrito de Setúbal

Entre as 35 cidades nacionais mais populosas do país, o Barreiro é, de longe, aquela onde a explosão de preços mais se tem feito sentir nos últimos três anos. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, o valor mediano do metro quadrado dos alojamentos familiares vendidos nos últimos três anos aumentou, em média, oito por cento ao ano. O mesmo comportamento teve o valor das rendas dos novos contratos de arrendamento, que registaram um crescimento médio anual de 8,3 por cento. Para efeitos de comparação, desde 2018 que a taxa de inflação em Portugal não ultrapassa a fasquia de um por cento. No último triénio, Setúbal, Seixal e Almada viram o preço do metro quadrado dos imóveis vendidos aumentar, em média, 14,7 por cento por ano e as rendas dos novos contratos de arrendamento esticarem, anualmente, 10 por cento. 
Preços das casas não param de aumentar no Barreiro 

Entre as 35 cidades nacionais mais populosas do país, o Barreiro é, de longe, aquela onde a explosão de preços mais se tem feito sentir: nos últimos três anos, o valor mediano das rendas por metro quadrado dos novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares cresceu a um ritmo médio de 13,21 por cento por ano e o valor mediano das vendas por metro quadrado disparou, em média, 16 por cento por ano. 
Isto quer dizer que entre o primeiro semestre de 2018 e o primeiro semestre de 2021, o preço das casas na cidade do Barreiro teve um incremento global de 56 por cento e que as rendas dos novos contratos de arrendamento aumentaram 45 por cento. Por exemplo, em 2018, um apartamento com 100 metros quadrados estaria no mercado à venda, em média, por 73,5 mil euros e hoje supera os 114 mil. No caso das rendas, o mesmo imóvel poderia ser arrendado no final do primeiro semestre de 2018 por cerca de 479 euros por mês e, hoje, por não menos do que 700 euros, de acordo com o INE - Instituto Nacional de Estatística. 
O que tem acontecido no Barreiro é um espelho daquilo que se tem observado um pouco por todas as grandes cidades do distrito. No último triénio, Setúbal, Seixal e Almada viram o preço do metro quadrado dos imóveis vendidos aumentar, em média, 14,7 por cento por ano e as rendas dos novos contratos de arrendamento esticarem, anualmente, 10 por cento. 
“Temos muitos clientes que, com o teletrabalho, têm procurado casas na Margem Sul, algo que não faziam antes”, revela Marta Valle, líder da equipa Marta Valle Real Estate, divulgado pelo jornal Novo.
“Eu sou da Costa de Caparica e nunca se vendeu uma casa tão cara como hoje. Tudo o que é moradia valorizou bastante”, diz. 
Ao mesmo jornal, a mediadora, que conta com uma carteira de quatro dezenas de imóveis, muitos deles na Área Metropolitana de Lisboa, refere que 2021 será o melhor ano de sempre da sua equipa, que desde 2019 figura na primeira posição entre os melhores vendedores da rede imobiliária KW Portugal.
A recente introdução do teletrabalho por muitas empresas tem contribuído bastante para puxar pelos preços de cidades como Barreiro, Almada e Seixal. Esta nova realidade retira da equação as dificuldades que o distrito de Setúbal confere aos seus habitantes que todos os dias têm de enfrentar o caos do tráfego automóvel na Ponte 25 de Abril ou a sobrelotação dos transportes públicos em hora de ponta para irem trabalhar em Lisboa. Mas estas cidades não têm sido casos únicos no país.
A Amadora, que faz fronteira a leste com Lisboa, teve um aumento global de 58 por cento do valor mediano das vendas por metro quadrado dos alojamentos familiares. Foi a campeã na subida de preços no mercado de compra e venda. Um apartamento com 100 metros quadrados é hoje negociado, em média, por 173 mil euros, quando há três anos se ficava pelos 110 mil euros. “A Amadora tem sido uma solução habitacional para quem quer comprar casa perto de Lisboa e para quem procura ter bons acessos tanto para Lisboa como para norte”, refere Rafael Neves, da Century 21. 
No Barreiro, por exemplo, o custo mensal de um crédito à habitação (que inclui prestação do empréstimo, seguros e comissões de processamento da prestação) chega a ser metade da renda pelo mesmo imóvel. Entre as 35 maiores cidades do país, a atual renda de um imóvel é, em média, 43 por cento superior ao custo mensal de um financiamento bancário para a compra do mesmo imóvel. 

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