Mau tempo atrasou ainda mais as obras da Ribeira da Salgueirinha em Pinhal Novo

Município acompanha ocorrências e garante segurança dos atravessamentos

As fortes chuvadas no fim do mês passado, condicionaram a empreitada de regularização da Ribeira da Salgueirinha, em Pinhal Novo,  mas "não tiveram consequências graves", explica a Câmara de Palmela em nota enviada à ADN-Agência de Notícias. No entanto, "verificou-se o arrastamento de terras e outros inertes no atravessamento que está a ser construído na Rua da Lagoa da Palha, provocando a interdição de circulação num pequeno troço, para garantia de segurança", disse a mesma nota. Houve, ainda, a quebra de um coletor da Simarsul, que já foi reparado. O município "acompanhou a ocorrência e adotou medidas para garantir a segurança de pessoas e bens e a reposição das condições iniciais". A obra decorre há cerca de dois anos. 
Obra decorre numa extensão de cinco quilómetros 

No atravessamento da Estrada Nacional 252, explica o município, "verificou-se algum assoreamento na passagem hidráulica em construção, que está a ser removido". Registou-se, ainda, arrastamento de vegetação, na sequência das chuvas, no traçado e atravessamento antigos, que ainda não foram desativados, mas sem consequências de maior. 
"Os serviços municipais procederam à desobstrução, limpeza e acompanhamento da situação", explica a Câmara de Palmela. 
O novo atravessamento na Estrada Nacional 252 tem como "objetivo evitar a concentração de água e inundações, que ocorrem sempre em situações de grande pluviosidade, as quais tendem a agravar-se devido às alterações climáticas", lembra a autarquia.  
Esta obra vai "garantir a segurança de pessoas e bens dos moradores, empresas e utilizadores daquela via". 
A Regularização da Ribeira da Salgueirinha é "uma obra pública muito impactante, de grandes dimensões mas de uma enorme valia ambiental", explica ainda a autarquia que, juntamente com as populações, reivindicavam a obra há mais de 30 anos, pelo menos.  
Como em todas as grandes obras, registam-se problemas pontuais com a empreitada, comuns a todas as obras, públicas e privadas, no país, nomeadamente, "falta de mão-de-obra especializada, agravada pela crise pandémica", esclarece a autarquia. 
Por outro lado, a empresa Infraestruturas de Portugal "não aprovou a solução pré fabricada para o local, mantendo-se a construção localmente, mais demorada", conta a autarquia. 
Recorde-se que o atravessamento em causa deveria ter sido feito pelas Infraestruturas de Portugal. No entanto, o município concordou fazer a obra, cujo projeto de construção se baseou na solução do antigo INAAG e na solução das Infraestruturas de Portugal. 

As dificuldades e as complexidades da obra levam a atrasos 
Linha de água será totalmente requalificada 
Já em obra, o empreiteiro propôs, em Novembro de 2020, "alterar a metodologia para pré-fabricado, para que o tempo de interrupção da estrada fosse menor. Apesar dos técnicos da Infraestruturas de Portugal preferirem essa metodologia, em Fevereiro ainda não tinham aprovado nada, tendo sido necessário voltar à solução inicial", sublinha o documento do município.  
Mesmo esta solução, explica ainda a Câmara de Palmela, "levou um tempo inusitado entre aprovação de cada um dos materiais, aprovação do plano de sinalização e emissão de licenças – cerca de 3 meses, entre Abril e Julho – impedindo a utilização do período do verão, como menos tráfego e menos incómodos para as pessoas". 
A forte dependência de outras entidades é mais "uma condicionante desta obra, que se confronta com os problemas nacionais de falta de cadastros, nomeadamente, ao nível de cabos elétricos de média tensão, infraestruturas de comunicação e outras, obrigando a inúmeras diligências para que as entidades proprietárias procedam aos desvios e operações de segurança", realça a mesma nota. 
A obra de regularização da Ribeira tem 12 passagens hidráulicas, vários métodos construtivos, em terreno natural e acompanhamento arqueológico. Decorre em várias frentes, em simultâneo, e acompanha os ciclos naturais da fauna e da flora.
"O município lamenta todos os incómodos causados e continuará a agir no sentido de acelerar os trabalhos, procurando respeitar as várias fases de execução, para garantia da segurança", conclui a Câmara de Palmela. 
A empreitada de regularização da Ribeira da Salgueirinha abrange uma extensão de cinco quilómetros, entre o Vale do Alecrim e a Barragem da Brejoeira, e representa um investimento superior a 2,5 milhões de euros, sendo um dos 10 maiores projetos nacionais que o Fundo Ambiental está a apoiar, no momento, em matéria de recursos hídricos. 
Os trabalhos são comparticipados em 85 por cento pelo Fundo, cabendo o remanescente ao município de Palmela, que assumiu, também, a responsabilidade do desenvolvimento do processo.
Além da regularização do leito, limpeza e desobstrução, a obra inclui onze atravessamentos hidráulicos e é, diz a Câmara de Palmela, "determinante para a qualidade de vida das populações, do ponto de vista da segurança e da qualidade ambiental, pelo seu papel como medida mitigadora dos efeitos das alterações climáticas na região". 
A pensar já no final da obra, a autarquia já está a trabalhar para criar um futuro corredor verde, junto à Ribeira da Salgueirinha, "transformando-o num espaço natural para benefício da população e para melhor fruição desta importante linha de água", conta Álvaro Amaro, presidente da autarquia. 
Na apresentação da obra, em 2017, o autarca pretendia que “os moradores e a população em geral têm de deixar de olhar para esta linha de água como um obstáculo ou uma fonte de problemas, mas a partir de agora como uma oportunidade única de valorização de um recurso ambientalmente importante”.

Agência de Notícias com Câmara de Palmela

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