Moradores e BE querem travar empreendimento turístico no Meco

Catarina Martins critica conivência da autarquia com construção turística em área protegida

A autarquia de Sesimbra deu parecer positivo a empreendimentos turísticos na área de orla costeira, que é uma paisagem protegida. A líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, esteve com moradores da Aldeia do Meco que lançaram uma petição para travar esta obra. Acompanhada pelo candidato bloquista à Câmara de Sesimbra, António Marques, Catarina Martins esteve esta terça-feira junto à praia do Meco com moradores da aldeia e promotores de uma petição, que pretende travar um empreendimento turístico na área protegida de Arrábida-Espichel. Este empreendimento já teve o parecer favorável da Câmara de Sesimbra.
Moradores pedem intervenção do Bloco de Esquerda 

Em declarações à imprensa, a coordenadora bloquista começou por referir que este empreendimento é “absurdo e é contra este ataque ao meio ambiente e à sustentabilidade em Portugal que o Bloco de Esquerda se apresenta nas autarquias”.
Catarina Martins considera que “Portugal pode e deve ter turismo que seja sustentável, que seja equilibrado do ponto de vista ambiental e social. Transformar esta paisagem protegida em betão para albergar milhares de turistas é um erro que pagaremos muito caro”.
A coordenadora do Bloco informou que o partido vai analisar os passos que foram dados nas autorizações para estes empreendimentos, especificamente na questão do PDM do concelho de Sesimbra, já que “nos parece estranho que se possa licenciar a construção sem sequer que o PDM seja pensado”.
“É uma absoluta irresponsabilidade, com tudo o que nós sabemos hoje, com os riscos climáticos e ambientais que o nosso país tem pela frente, licenciar uns projetos intensivos de turismo na orla costeira e em paisagem protegida”, concluiu Catarina Martins.
De acordo com a petição, na pequena Aldeia do Meco converteram-se vastas áreas protegidas integradas no Sítio de Interesse Comunitário Arrábida/Espichel em “Zona Turística”, abrindo portas à implantação de quatros projetos turísticos (Aparthotéis, Aldeamentos, …). 
Ao todo, dizem os subscritores "são cerca de 600 fogos, entre moradias e prédios de apartamentos com dois e três pisos, e mais de 1800 camas para uma aldeia que, à data do Censos 2011, tinha 337 habitantes e 205 habitações". 
A Aldeia do Meco, dizem ainda os moradores, "não tem escala para projetos desta envergadura.  Construir blocos de apartamentos em pacatas zonas de moradias constitui um desfigurar da identidade natural do território que não tem retrocesso. Urge respeitar o enquadramento paisagístico da zona envolvente e evitar o elevado custo ambiental que os empreendimentos supracitados terão", sublinham os moradores. 

Agência de Notícias 
Foto: Andreia Quartau

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