Seixal e Associação de Comércio de Setúbal contra novas restrições

Entidades reuniram-se para debater as limitações de horários ao comércio nos concelhos do distrito

O número dos casos de portugueses infetados com covid-19 continua a subir, no distrito de Setúbal. Para tentar travar esta vaga da pandemia, o governo impôs novas restrições nos concelhos de risco elevado e muito elevado, entre os quais se situa o Seixal. Almada, Barreiro, Moita e Sesimbra também estão na "zona vermelha".  Além do recolher obrigatório às 23 horas, passa a ser obrigatório o teletrabalho, sempre que possível, os espetáculos culturais fecham às 22h30, os ginásios não podem ter aulas de grupo e os casamentos e batizados só podem ter 25 por cento da lotação máxima. Os restaurantes, cafés e similares nestes concelhos às 15h30 (22h30 nos dias da semana). O comércio a retalho alimentar funciona até às 21 horas durante a semana e até às 19 horas ao fim de semana e feriados; o comércio a retalho não alimentar até às 21 horas durante a semana e até às 15h30 ao fim de semana e feriados.
Pandemia volta a fazer recuar horário do comercio 

A Câmara do Seixal e a Associação de Comércio, Indústria, Serviços e Turismo do Distrito de Setúbal reuniram-se para abordar as novas restrições e as conclusões são claras. 
Entendem que "não há justificação para o Governo acrescentar mais medidas restritivas que impeçam o normal funcionamento da vida económica, social, cultural e desportiva do concelho e do país", escrevem as duas entidades, numa posição conjunta publicada na página de Facebook de Joaquim Santos, presidente da Câmara do Seixal.
As duas entidades acreditam que é preciso reforçar o processo de vacinação, a testagem massiva e o rastreio de novos casos. Além disso, defendem o reforço das equipas de saúde pública e da contratação de mais profissionais de saúde.
"Os associados da Associação de Comércio, Indústria, Serviços e Turismo do Distrito de Setúbal, que representam uma enorme percentagem do tecido económico da Região e têm um papel fundamental para a economia do país, consideram que a resposta aos seus problemas, no âmbito da situação epidemiológica, tem-se caraterizado por um baixo nível dos valores dos apoios governamentais, na dificuldade de acesso aos mesmos e na lentidão como são disponibilizados, sendo um dos setores mais fustigados pelos efeitos da pandemia", sublinha o comunicado.
Durante a última semana a situação da pandemia em Portugal "voltou a deteriorar-se", classificou a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e por isso o país "não tem condições para considerar a pandemia controlada".
O número de concelhos em risco elevado, numa semana, aumentou de 14 para 26: "Uma evolução muito significativa", considera Mariana Vieira da Silva. Da lista fazem parte Alcochete, Montijo, Setúbal, Palmela, Grândola e Sines. O que significa que algum destes concelhos podem  entrar, já esta semana, na "linha vermelha" da pandemia e, devido a isso, recuar nas medidas de desconfinamento.  

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