Novo Pastel de Nata de Maçã Riscadinha já é um sucesso em Palmela

A maçã Riscadinha “é um dos ex-libris da região”

O Pastel de Nata de Maçã Riscadinha está a ser um sucesso e a deliciar todos os que já tiveram oportunidade de o provar. Esta nova iguaria de Palmela foi apresentada na Casa Mãe da Rota de Vinhos (onde está disponível), numa iniciativa promovida pelo autor, o chefe Nuno Gil, a Câmara de Palmela e a Associação da Rota de Vinhos da Península de Setúbal. Com denominação de origem protegida, a maçã Riscadinha “é um dos ex-libris da região”, sendo conhecida pelo “seu excelente e característico sabor” e pela sua “larga inclusão no receituário gastronómico regional”, de que é exemplo o novíssimo pastel de nata. Um documento da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural refere que a variedade de macieira Riscadinha "terá surgido no século XIX", no lugar de Barris, concelho de Palmela.
Pastel está à "prova" na Casa Mãe da Rota dos Vinhos 

Nuno Gil deixou um "agradecimento ao Município e à Rota de Vinhos por aceitarem este desafio". O criador explicou que a ideia foi fazer a ligação entre o Pastel de Nata, que é "o pastel mais conhecido do mundo", com um produto da região, a Maçã Riscadinha, que é produzida apenas no concelho de Palmela, durante os meses de verão. Nuno Gil espera que esta seja "mais uma iguaria que dê nome e ênfase aos produtos de Palmela".
"Esta nova iguaria não é minha, é nossa", realçou, mostrando-se satisfeito por já ter criado vários doces, mas não se recordar "de ter havido um movimento tão positivo de pessoas a quererem provar e a dizerem bem do Pastel".
"Não podíamos estar mais satisfeitos do que quando encontramos pessoas empreendedoras, com visão de futuro, um grande amor à nossa terra e aos produtos endógenos que, com a sua criatividade e trabalho e procurando inovar, criam novos produtos", confessou o vereador do Desenvolvimento Económico e Turismo, Luís Miguel Calha.
O autarca sublinhou que Nuno Gil tem desenvolvido "um trabalho muito interessante ao longo dos anos, procurando investigar a nossa história gastronómica e, a partir daí, construir uma doçaria que tem contribuído para projetar Palmela na região e a nível nacional".
A apresentação do Pastel decorreu em simultâneo com os Fins de Semana Gastronómicos da Fruta de Palmela, integrados no programa de promoção gastronómica “Palmela - Experiências com Sabor!”. Luís Miguel Calha lembrou que, quando o município criou este programa, "procurou, desde logo, que fossem interiorizados pelos agentes económicos dois fatores principais: a importância de valorizar os nossos produtos e consumir local e a importância de, para além de valorizar as tradições gastronómicas, procurar inovar", construindo novos produtos para o "nosso território e o resultado está no maior número de restaurantes que está a consumir local, com efeitos positivos para a nossa economia", sublinhou o vereador do município de Palmela, com o pelouro do Turismo.
Passados mais de 10 anos, reconhece com satisfação que "há mais empresas que abraçaram este desafio de não perder o que é tradicional, mas apostar na inovação", o que tem contribuído para "uma gastronomia mais rica e para atrair mais visitantes e turistas", garante Luís Miguel Calha. 
Visite a Casa Mãe da Rota de Vinhos e saboreie o Pastel de Nata de Maçã Riscadinha!

Maçã Riscadinha, um fruto com história
Maçã Riscadinha só "nasce" em terras do concelho 
Um documento da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural refere que a variedade de macieira Riscadinha "terá surgido no século XIX", no lugar de Barris, concelho de Palmela.
A partir dos anos 20, do século XX, com o corte dos matos, a cultura da vinha em agregação com a macieira, acabou por expandir-se para a zona do Lau e Algeruz, o que levou, também, a um aumento da produção de Maçã Riscadinha de Palmela.
"Foi nesta zona que a maçã Riscadinha de Palmela se começou a evidenciar, pela sua adaptação ao local e pelas qualidades organoléticas", lê-se na nota da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural.
Mais tarde a Riscadinha passou a ser cultivada na zona de Pinhal Novo, Palhota, Valdera, Fonte da Vaca e Carregueira, entre as vinhas e as hortas. 
Com a diminuição da exportação para Inglaterra da maçã Espelho, "a maçã Riscadinha de Palmela começou a sobrepor-se, pelas suas características gustativas", uma vez que "é mais ácida". 
Hoje, este produto "é um dos ex-libris da região", sendo conhecido pelo "seu excelente e característico sabor, pela sua utilização para perfumar as casas, devido ao seu intenso e inconfundível aroma bem como pela sua larga inclusão no receituário gastronómico regional", acrescenta o documento.
A toponímia é também prova da forte ligação da maçã Riscadinha à região "e da importância que este produto assume na identificação do seu povo", existindo no concelho de Palmela, pelo menos, duas ruas com o seu nome.

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