Autarca de Sesimbra diz que não há surtos de covid-19 no concelho

"Estamos a pagar a fatura pela falta de eficácia", afirma o autarca

Francisco Jesus, presidente da Câmara de Sesimbra, disse em entrevista à SIC Notícias que, neste momento, o concelho tem 347 casos por 100 mil habitantes, com cerca de 170 casos ativos de covid-19. "O número de recuperados tem equivalido ao número de recuperados", afirma o autarca. Francisco Jesus adianta que há um segundo centro de vacinação preparado desde o início de março, mas não abre por falta de profissionais do SNS. "Estamos a pagar a fatura pela falta de eficácia", afirma o autarca. Entre os municípios que integram a área Metropolitana de Lisboa, Sesimbra é o único com risco muito elevado de transmissibilidade. Chegou já aos 337 casos por cem mil habitantes. Por isso o governo decidiu impor um recuo no desconfinamento.
Sesimbra é o único concelho do país em risco muito elevado

Francisco Jesus garante que, neste momento, não há surtos identificados no concelho. "Não há certeza de onde surgiram estes casos", diz, acrescentando que há uma incidência em jovens e na comunidade piscatória.
Ontem à noite na SIC, o autarca diz que 80 por cento dos casos são de jovens. No entanto, segundo o presidente da Câmara Municipal, tratam-se de casos isolados espalhados pelo concelho, não havendo surtos nas escolas.
Francisco Jesus diz que a pandemia está a ter "um grande impacto no setor da hotelaria, restauração e turismo e fala em reduções acima de 40 por cento na faturação", garante Francisco Jesus.
Sobre a vacinação contra a covid-19, o concelho tem cerca de 30 mil pessoas com a primeira toma e oito mil com a vacinação completa.
O presidente da Câmara adianta ainda que há um centro de vacinação pronto desde o início de Março. No entanto, não avança por falta de recursos humanos. Está à espera que a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo disponibilize enfermeiros. 
Sesimbra recuou no processo de desconfinamento, imposto devido à pandemia de covid-19. É o único concelho do país com risco de transmissibilidade considerado muito elevado. Nas últimas semanas, o concelho ultrapassou a linha vermelha e foram registados mais de 240 casos por 100 mil habitantes.
Entre as regras para os concelhos de risco muito elevado estão: teletrabalho obrigatório quando as atividades o permitam; restaurantes, cafés e pastelarias (no interior, máximo de quatro pessoas por grupo; em esplanadas, máximo de seis pessoas por grupo) até às 22h30 horas durante a semana e até às 15h30 horas ao fim de semana e feriados; espetáculos culturais até às 22h30, casamentos e batizados com 25 por cento da lotação; comércio a retalho alimentar até às 21 horas durante a semana e até às 19 horas ao fim de semana e feriados; e comércio a retalho não alimentar até às 21 horas durante a semana e até às 15.30 horas ao fim de semana e feriados.
Outras das medidas são a permissão de prática de modalidades desportivas de médio risco, sem público; a permissão de prática de atividade física ao ar livre até seis pessoas e ginásios sem aulas de grupo; eventos em exterior com diminuição de lotação, a definir pela Direção-Geral de Saúde e Lojas de Cidadão com atendimento presencial por marcação.

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