Hospital do Barreiro instala dois contentores frigoríficos para acondicionar corpos

Unidade hospitalar avança que não tem espaço para colocar os mortos

O Centro Hospitalar Barreiro Montijo instalou dois contentores frigoríficos para acondicionamento dos corpos dos utentes falecidos, inclusive devido ao aumento da mortalidade pela covid-19, informou esta quinta-feira, o conselho de administração deste hospital do distrito de Setúbal. A instalação dos dois contentores frigoríficos deve-se "ao aumento da mortalidade que neste momento se verifica e que se deve, em parte, à evolução da pandemia covid-19", refere o conselho de administração do hospital  Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, numa resposta escrita enviada à Lusa. Este é o hospital de referência dos concelhos do Barreiro, Montijo, Moita e Alcochete e, como em todo o país, o hospital já tem pouca capacidade de internamento. 
Pandemia obriga a instalação de contentores mortuários 

Além disso, acrescenta, há ainda "o incremento da taxa de mortalidade tipicamente verificada nesta altura do ano, decorrente essencialmente do impacto das condições climatéricas adversas na saúde da população".
Na resposta à agência Lusa, o conselho de administração adianta que o Centro Hospitalar Barreiro Montijo contratou a disponibilização de dois contentores frigoríficos "para assegurar o melhor acondicionamento dos corpos dos utentes falecidos", aumentando desta forma a capacidade de acolhimento de cadáveres na casa mortuária e "acautelando eventuais necessidades futuras".
"Esclarece-se que, ao dia de hoje, [quinta-feira] ainda não se mostrou necessária a utilização do segundo contentor, estando as necessidades nesta área a ser garantidas na casa mortuária e pela utilização de apenas um dos contentores", afirma o conselho de administração do centro hospitalar, sem revelar a capacidade de cada contentor frigorífico, nem o número de óbitos registados até ao momento, mas já se sabe que tem sido uma mortalidade elevada. 
Portugal registou hoje 221 mortes relacionadas com a covid-19, o maior número de óbitos em 24 horas desde o início da pandemia, e 13.544 casos de infeção com o novo coronavirus, segundo a Direção-Geral da Saúde.
O boletim revela também que estão internadas 5.630 pessoas, mais 137 do que na quarta-feira, das quais 702 em unidades de cuidados intensivos, ou seja, mais 21, dois valores que também representam novos máximos da fase pandémica.
O número diário de novos casos ativos é o mais alto de sempre. Estão hoje ativos 151.226, mais 7.450 nas últimas 24 horas.
Em Portugal, morreram 9.686 pessoas dos 595.149 casos de infeção confirmados desde o início da pandemia.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.075.698 mortos resultantes de mais de 96,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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