Enfermeiros protestam contra precariedade em Setúbal

Dos 194 enfermeiros precários só ficarão vinculados 12 nos hospitais da região 

Uma dezena de enfermeiros juntou-se, nesta quinta-feira, em frente ao Centro Hospitalar de Setúbal em protesto contra a "precariedade, atropelos de direitos e más condições de trabalho" naquela unidade de saúde. "Estamos aqui, em primeiro lugar, pelas questões de vinculação dos nossos colegas enfermeiros que estão com vínculo precário", disse Zoraima Prado, dirigente nacional do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.  "A regulamentação do governo que saiu agora deixa de fora, praticamente, quase todos os enfermeiros. Nenhum deles fica", sublinha a sindicalista.
Enfermeiros querem mais condições laborais 

Para termos uma noção, diz Zoraima Prado, "a nível nacional são mais de 1.100 e ficariam vinculados cerca de 330. A nível regional são 194 e ficariam vinculados apenas 12, o que quer dizer que, por meados do ano que vem, sairiam todos das instituições. E fazem muita falta", acrescentou.
Zoraima Prado sublinhou ainda que os enfermeiros com contrato individual de trabalho, alguns com mais de 20 anos de profissão, "não têm um único ponto, um único dia de trabalho contado para efeitos de progressão na carreira".
Em comunicado, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses refere ainda que os enfermeiros do Centro Hospitalar de Setúbal têm de estar atentos às horas que trabalham, para que os registos não desapareçam e que, por vezes, têm de reclamar o respetivo pagamento.
O sindicato critica também o "impedimento de mobilidade entre instituições do Serviço Nacional de Saúde", as "horas extraordinárias não pagas" e o alegado desrespeito do hospital de Setúbal pelos direitos de parentalidade dos enfermeiros.
Entre outras reivindicações, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses defende que o reforço do SNS deve passar pela integração de todos os enfermeiros com contratos precário, que garante serem necessários para o normal funcionamento do Centro Hospitalar de Setúbal e muitas outras instituições de saúde pública.

Comentários