Câmara lança três novas Conservas de Sesimbra

Sardinha em azeite, cavala em molho picante e uma edição especial alusiva ao período romano

A Câmara de Sesimbra lançou, este mês mais três conservas com peixe de Sesimbra: sardinha em azeite, cavala em molho picante e uma edição especial de conserva de sardinha alusiva ao período romano, quando já existiria na vila de Sesimbra um centro de preparados piscícolas. Depois de uma história muito rica, que remonta ao período romano, a indústria conserveira, que chegou a ter várias fábricas na vila durante o século XX, foi-se desvanecendo até ao fecho das últimas fábricas, nas décadas de 60 e 70 do século passado. As conservas estão à venda na loja Yes Sesimbra, na Fortaleza de Santiago. A loja disponibiliza um conjunto de materiais promocionais de Sesimbra. A linha gráfica foi inspirada nas tradições ligadas à pesca e ao mar, e à arte de rua que existe por toda a vila.
Conservas estão à venda na loja Yes Sesimbra 

Esta atividade ficou, no entanto, muito enraizada na comunidade. Para recriar as conservas de Sesimbra e retomar, mesmo que de forma simbólica, a sua produção com pescado local, em 2018, a Câmara Municipal, em parceria com a Artesanal Pesca, produziu "duas conservas de Sesimbra – Carapau e Cavala – lançadas no âmbito da marca Yes Sesimbra e vendidas na loja Yes Sesimbra, na Fortaleza de Santiago", explica a autarquia à ADN-Agência de Notícias. 
Estas novas conservas, feitas na fábrica Ramirez com peixe disponibilizado pela Artesanal Pesca, "dão continuidade a este projeto de promoção do pescado de Sesimbra e da imensa história deste território sempre intimamente ligada ao mar e à pesca", diz ainda a autarquia. 
As conservas podem ser adquiridas na loja Yes Sesimbra, na Fortaleza de Santiago, por dois euros cada.

A história das conservas de Sesimbra
Conservas fazem parte da história da vila 
A história da indústria conserveira em Sesimbra remonta aos séculos I, II e III d. C., em pleno período romano. Tanques de salga e fragmentos de ânfora descobertos em 2009, na Avenida da Liberdade e Largo de Bombaldes indicam a existência de um centro de preparados piscícolas na zona, que seriam enviados, por mar, para todo o império.
A atividade volta a assumir papel de destaque no século XVI, no abastecimento das caravelas que partiam para a expansão ultramarina. Anos mais tarde, é preponderante também na alimentação da população, sobretudo nos meses de inverno. A primeira referência a uma fábrica em Sesimbra remonta a 1890, no entanto, o período mais expressivo decorreu entre o início da I Guerra Mundial e o fim dos anos vinte do século passado.
Em 1923, a fábrica Bela Vista, instalada na Rua Heliodoro Salgado, ganhou a medalha de ouro na Exposição Internacional do Rio de Janeiro [Brasil], o que demonstra que a "qualidade das conservas sesimbrenses era reconhecida também além-fonteiras. A diminuição da quantidade de peixe terá contribuído em grande parte para o fim da indústria conserveira em Sesimbra. A última fábrica a fechar foi A Primorosa, em 1961", sublinha a Câmara Municipal. 
As antigas fábricas de conserva de Sesimbra estavam conotadas com a excelente qualidade dos seus produtos, que visavam fundamentalmente os mercados da Alemanha e da Bélgica. O pescado mais utilizado nesta indústria, e por isso a chave da sua produção, era a sardinha. Porém, conservavam- -se ainda o atum e outros peixes similares, como alvacoras, cavalas, carapaus pequenos e mesmo chaputas.

Agência de Notícias com Câmara de Sesimbra 

www.adn-agenciadenoticias.com


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