Almada, Barreiro, Moita e Montijo em risco muito elevado de contágio

Quatro concelhos com medidas mais restritivas ao fim de semana. Vacina pode chegar ainda este ano 

Há mais dois concelhos do distrito de Setúbal, considerados de risco muito elevado de contágio pelo covid-19. Além de Almada e Barreiro, que já se encontravam na lista "laranja" do mapa de alastramento da pandemia, juntam-se agora a Moita e o Montijo que, nos últimos 15 dias, tiveram mais de 500 casos por 100 mil habitantes, como mostram os últimos dados da Direção-Geral da Saúde. O Governo deverá proceder à reavaliação dos quatro escalões de medidas na sexta-feira. Mas é muito provável que nestes quatro municípios hajam medidas mais restritivas como o recolher obrigatório às 13 horas aos fins de semana. Setúbal, Seixal, Alcochete, Palmela, Sesimbra, Grândola e Alcácer do Sal estão em risco "elevado" da propagação do novo coronavírus mas têm medidas "menos restritivas". Portugal está preparado para antecipar a campanha de vacinação contra a covid-19, numa altura em que se prevê que a Agência Europeia do Medicamento possa aprovar a primeira vacina para o vírus pandémico eventualmente a 21 de Dezembro.
Mobilidade aumenta o ritmo das infeções no distrito 
Os dados da Direção-Geral da Saúde mostram que há 107 concelhos nos dois patamares de risco mais elevado de infeção por covid-19, dos quais 25 municípios estão num nível extremo. Os números são mais baixos do que os 113 municípios que neste momento ainda estão com restrições apertadas, o que reflete uma ligeira melhoria apesar de também haver locais do país onde a situação epidemiológica piorou.
E nesta lista há 15 concelhos que pioraram a sua situação e passaram a ter mais de 480 novos casos por 100 mil habitantes. Entre estes casos estão os concelhos da Moita e do Montijo. 
Este nível de incidência tem sido usado como referência para o Governo para aplicar medidas mais restritivas, como a proibição de circulação na via pública depois das 13 horas  aos fins de semana, que estão agora em vigor em 113 concelhos.
No total dos 107 concelhos nos dois níveis de risco mais elevado residem cerca de cinco milhões de portugueses, dos quais 900 mil vivem num dos 25 municípios de risco extremo.
Almada [com 547 doentes por 100 mil habitantes], Montijo [519], Moita [511] e Barreiro [502], estão no topo dos municípios do distrito de maior risco de contagio.  
Nestes quatro concelhos, as medidas incluem, por exemplo, o encerramento do comércio e restaurantes (exceto entrega em casa) aos fins-de-semana a partir da uma da tarde, proibição de circulação na via pública entre as 23 e as cinco da manhã nos dias de semana e a partir das 13 horas, aos sábados e domingos.
Alcochete, [450 infetados por 100 mil habitantes], Grândola [430], Seixal [407], Alcácer do Sal [403], Setúbal [392], Palmela [335] e Sesimbra [295], continuam em risco elevado de contágio, mas com medidas menos restritivas nas próximas semanas. Sines [190] e Santiago do Cacém [135], são os municípios onde o risco de contágio é menor.
Em todos esses concelhos, o recolher vigora entre as 23 e as cinco horas da madrugada. O comércio têm de encerrar até às 10 da noite. Os restaurantes, equipamentos culturais e instalações desportivas devem encerrar até às 22h30 (estabelecimentos de restauração podem funcionar até à uma da manhã mas apenas para entregas ao domicílio).

Vacina pode ser anunciada antes do Natal mas a proteção é necessária 
Vacina pode chegar este ano mas não se pode baixar a guarda 
Numa altura em que se prevê que a Agência Europeia do Medicamento possa aprovar a primeira vacina para o vírus pandémico ainda antes do Natal, eventualmente a 21 de Dezembro, Portugal está preparado para antecipar a campanha de vacinação da população.
“É muito bom que tenhamos uma antecipação que não traga maior risco em termos de segurança (…). Se isso de facto acontecer, teremos uma antecipação de oito dias em relação àquilo que é a vacinação e todo o esforço deve ser feito para que todas as questões logísticas sejam antecipadas por oito dias e certamente que os meus colegas terão isso em conta”, garantiu esta terça-feira o subdirector da Direcção-Geral da Saúde, Rui Portugal, na habitual conferência de imprensa deste organismo.
Rui Portugal lembrou, todavia, que as vacinas não serão um substituto “numa primeira nem numa segunda fase” das medidas de controlo não farmacológicas, nomeadamente na quadra natalícia. “Vamos ter que continuar, durante um determinado tempo que pode ser mais ou menos longo, a ter atitudes corretas relativamente às proteções individuais e coletivas”. 
Acresce que as vacinas não têm eficácia “de 100 vacinas”. “Não sabemos se uma pessoa vacinada é uma pessoa protegida por muito tempo relativamente à doença, nem podemos garantir que estas vacinas, tal como as conhecemos agora, e que podem imunizar relativamente à doença, tenham o mesmo efeito relativamente à transmissibilidade dessa mesma doença”, lembrou ainda Rui Portugal, para concluir: “Logo, a pessoa terá de continuar a proteger-se”.
Portugal registou 2638 novos casos e 84 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas de acordo com os dados do relatório de situação da Direção-Geral da Saúde (DGS) desta terça-feira (15 de dezembro).
Trata-se de uma subida de 444 novas infeções em relação ao dia anterior, destacando-se ainda uma descida no número de mortos diários (menos seis).
Desde o início da pandemia, foram contabilizados 353 mil 576 casos em Portugal e 5733 mortes por covid-19.  No boletim há ainda o registo de menos 48 pessoas internadas (são agora 3206) e menos sete doentes nos cuidados intensivos (506).

Alivio no Natal? Governo anuncia esta semana 
Governo anuncia medidas para o Natal esta semana 

Um Natal mais livre mas à condição. É importante “partilhar a fraternidade mas não o vírus”: “essa não pode ser a prenda de Natal”, disse António Costa que já avisou que ainda há pela frente “longos meses” até ao regresso à normalidade.
Estas foram algumas das ideias-chave da comunicação do primeiro-ministro ao país, na semana passada, com as medidas para a quadra que se avizinha. António Costa afirmou não querer “definir uma linha vermelha” que obrigue a rever as liberdades previstas para a época festiva, antes manter a pressão nas medidas até lá, para garantir “uma via verde” para uma entrada em 2021 com "mais esperança".
"A estratégia que adotamos para este mês é uma estratégia de prolongamento das medidas atualmente em vigor até aos dias 24 e 25, haver menor intensidade nas restrições nos dias 24, 25 e 1 de Janeiro e manter ainda o mesmo o nível de restrições no período posterior", sublinhou António Costa.
As exceções apresentadas, para o Natal vão ser reavaliadas a 18 de Dezembro para confirmar a tendência de melhoria e para perceber se será necessário "puxar o travão de emergência", anunciou António Costa.

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