Memorial do Arco da Ponte revisita história de Pinhal Novo

Monumento relembra a ferrovia, ponto de encontro, brincadeiras e socialização da Vila 

A Avenida dos Ferroviários, na urbanização Val’Flores, em Pinhal Novo, acolhe, desde o dia 1 de Novembro, "uma obra de arte coletiva que agrega um conjunto de memórias e histórias ligadas ao antigo Arco da Ponte da Rua de Olivença", explica a Câmara de Palmela. O Memorial do Arco da Ponte foi inaugurado no âmbito das comemorações do Dia da Restauração do Concelho de Palmela, "num momento emotivo", que cumpriu, diz a autarquia, "todas as regras em vigor emanadas pela Direção-Geral da Saúde para a realização de eventos". Kim Prisu, João Palmela e Pedro Botelho são os criadores do monumento que veio acrescentar memória identitária à vila de Pinhal Novo.  A antiga ponte - e o seu arco - foi construída anos 30 do século XX.  O viaduto foi desmantelado em 2002, a pretexto das obras de modernização da linha férrea. 
Obra é uma homenagem ao antigo arco da ponte 

Referindo-se ao processo participativo iniciado em 2017 - que integrou uma sessão pública, recolha de fotografias e memória oral pelo Museu Municipal, no âmbito do projeto “Álbum de Família”, e a apresentação pública do projeto na Semana da Freguesia - o presidente do município de Palmela, Álvaro Amaro, agradeceu aos pinhalnovenses que "contribuíram e enriqueceram este processo",  recordando "usos e vocações do Arco, quer no âmbito da cultura ferroviária, quer como importante ponto de encontro, brincadeiras e socialização". 
Agradeceu, igualmente, aos artistas do concelho, Kim Prisu, João Palmela e Pedro Botelho, que, diz Álvaro Amaro, "souberam ler e interpretar os testemunhos partilhados para idealizar este monumento". 

Um "arco de memórias" para a população da vila 
    Antigo Arco da Ponte marcou gerações pinhalnovenses

De grande valor sentimental para a população da vila de Pinhal Novo, o antigo Arco da Ponte foi construído nos anos 30 do século XX e viria a ser desmantelado entre 2002 e 2003, no âmbito das obras de construção da nova Estação Ferroviária. 
"Para grande consternação da população e das autarquias, que lutaram pela sua manutenção ou deslocalização, a Refer alegou a impossibilidade de salvaguarda desta obra de engenharia. A Junta de Freguesia conseguiu, no entanto, que a pedra de cantaria fosse salvaguardada para utilização futura", refere a câmara de Palmela. 
O resultado, agora partilhado com a comunidade, é este Memorial do Arco da Ponte que, com os seus oito elementos, evoca diversas leituras e narrativas, a partir das vivências de uma população que, em particular, durante o Estado Novo, não dispunha de muito. 
Por ali se namorava, se brincava e escorregava pelo contraforte, ali se deixavam os sapatos já usados para que os menos afortunados lhes dessem, ainda, aproveitamento. 
O município está "empenhado em continuar a aumentar o portefólio de arte pública em todo o concelho, com forte ligação à identidade local, certo da importância, muitas vezes desvalorizada, do investimento na arte, na cultura, no património e na história", sublinha o presidente da autarquia. 

Agência de Notícias com Câmara de Palmela

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