Hospital de Almada faz acordo com privados para manter cirurgias

Blocos operatórios do Garcia de Orta transformados em unidades de cuidados intensivos covid-19

Durante as próximas cinco semanas, cirurgiões do hospital Garcia de Orta, em Almada, vão estar a operar no hospital do SAMS [hospital dos bancários], em Lisboa. Por dia serão operados até seis doentes. O hospital de Almada contratou também um bloco operatório à clinica São João de Deus. Com esta reorganização, o hospital Garcia de Orta, consegue manter as cirurgias aos doentes não covid-19 que arriscavam ficar suspensas por ser transformados blocos operatórios em unidades de cuidados intensivos para dar resposta aos doentes com covid-19. No total, a medida abrange a operação de 200 pessoas nestas duas unidades de saúde de Lisboa. A notícia foi avançada pela SIC. Com 661 casos por cada 100 mil habitantes registados nas últimas duas semanas, Almada é agora o concelho com maior incidência de covid-19 em toda a Área Metropolitana de Lisboa.
Doentes de Almada e Seixal operados em Lisboa 

Os blocos operatórios do hospital de Almada foram transformados em unidades de cuidados intensivos para doentes Covid-19. O hospital Garcia de Orta contratou blocos operatórios a dois hospitais privados "para libertar espaço nas alas de internamentos de doentes infetados pelo novo coronavírus", disse a administração do hospital. 
Ao mesmo tempo, esta medida permite manter as cirurgias a doentes não-covid-19. "Os médicos do hospital de Almada já estão a operar nestes privados", garante a administração do Garcia de Orta. 
Os blocos operatórios do hospital do SAMS, mais conhecido como hospital dos bancários, e da clínica de São João de Deus, em Lisboa, foram contratados para manter as cirurgias não-covid-19 que arriscavam ser adiadas. "Por dia serão operados entre cinco a seis doentes", diz ainda a administração.
Desta forma, o hospital de Almada pode transformar os blocos operatórios em unidades de cuidados intensivos para doentes infetados com o novo coronavírus, que em Almada, são cada vez mais. 
No hospital SAMS serão realizadas as cirurgias gerais e ortopédicas, enquanto a clínica de São João de Deus se dedica às operações das especialidades de maxilo-facial e otorrino. 
Em ambos os casos são as equipas do hospital de Almada que irão aos privados realizar as cirurgias. Os privados apenas cedem os equipamentos e os médicos anestesistas. E, explica Nuno Marques, diretor clinico do Garcia de Orta, "caso existam complicações ou pessoas que precisem de cuidados intensivos, os doentes ficarão nessas unidades de saúde e serão seguidos pelo pessoal médico desses hospitais". 
Assim, no total serão mais de 200 doentes não covid-19, na sua maioria dos concelhos de Almada e do Seixal, que irão ser operados no hospital dos Bancários e na clinica São João de Deus, em Lisboa. Em Maio, o Garcia de Orta já  tinha feito um acordo semelhante com o hospital da Cruz Vermelha. 

Almada na linha da frente dos novos casos em Setúbal e Lisboa 
Almada é o concelho da Área Metropolitana de Lisboa com mais casos de infeção pelo novo coronavírus por cada 100 mil habitantes registados nos últimos 14 dias, indicam os dados divulgados esta segunda-feira no boletim epidemiológico da Direção-Geral de Saúde. 
Com 661 casos de covid-19 registados entre 6 e 19 de Novembro, o concelho de Almada apresenta agora uma taxa de incidência cumulativa que supera os concelhos de Lisboa (625), Cascais (612) ou Loures (584).
De notar ainda que a tendência verificada em Almada é de subida, uma vez que na semana passada concelho contava com uma taxa de incidência de 487 casos por 100 mil habitantes.
Ainda assim, o concelho encontra-se abaixo da média nacional, que se situa nos 758 casos por cada 100 mil. De acordo com os dados presentes no relatório da Direção-Geral de Saúde a região Norte continua a ser a mais afetada, apresentando atualmente 1332 casos por cada 100 mil habitantes.

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