Desemprego no distrito de Setúbal deverá chegar aos 15,5 por cento

Distrito será o que mais desempregados terá em todo o país no fim do ano 

Um estudo da Universidade Nova diz que o distrito de Setúbal será, até final do ano, aquele que mais desempregados terá em todo o país. O estudo refere que Sines, Barreiro, Moita, Setúbal, Almada, Montijo e Seixal são os concelhos onde o desemprego mais se faz sentir. A restauração,  a crise do turismo e comércio são os setores que mais preocupam. Instituições de solidariedade social e autarquias locais já estão no terreno a ajudar quem mais precisa. Os dados, disponibilizados na plataforma Covid-19 Insights, mostram ainda que Setúbal deverá ser o distrito em que mais concelhos terão, em Dezembro, um desemprego acima de 15 por cento.  Ainda assim, espera-se uma pequena melhoria do emprego na altura do Natal. 
Números do desemprego vão crescer no distrito 

Setúbal foi sempre um território onde o emprego teve, ao longo das últimas décadas, altos e baixos. Em Março deste ano a situação "estava tranquila" e o emprego "a crescer". A pandemia chegou e o desemprego apresenta números cada vez mais preocupantes quer nos nove concelhos da Península de Setúbal, quer nos quatro municípios do Litoral Alentejano. 
Na verdade, mais de metade dos municípios de Setúbal podem ficar com milhares de desempregados. 
Sines (21 por cento), Barreiro (20,5 por cento), Moita (20,2 por cento), Setúbal (18,4 por cento), Almada (17 por cento), Montijo (16, por cento) e Seixal (15,8 por cento). Destes, apenas Sines pertence à região do Alentejo e não à Área Metropolitana de Lisboa. Palmela, Sesimbra, Santiago do Cacém e Alcochete têm "melhores previsões", ainda assim todos acima dos 10 por cento. Grândola e Alcácer do Sal é onde há menos pessoas desempregadas, com uma taxa de desemprego a rondar os oito por cento. 
Quem o diz é um estudo da Universidade Nova de Lisboa que aponta que, até final de Dezembro, esta seja a região do país mais assolada pelo desemprego, e deverá atingir os 15,5 por cento da população. 
Estes valores não são, no entanto, os mais elevados do país, já no Algarve, sobretudo em Albufeira, a falta de emprego pode atingir 30 por cento da população, deixando a larga distância o segundo município deste ranking (Mourão, no distrito de Évora com 23,9 por cento).
Em Outubro, a média obtida no distrito era de 18,3 por cento, pelo que as projeções feitas até final de Dezembro revelam que, mesmo com a segunda vaga da pandemia de covid-19 poderá existir alguma recuperação laboral já este mês e sobretudo, no último mês do ano, no Natal. 
Para o país como um todo, Cotec e Universidade Nova preveem que a taxa mensal de desemprego atinja 10,2 por cento em Dezembro, não muito longe do número projetado pelo Governo para todo o ano, de 9,6 por cento, no Programa de Estabilização Económica e Financeira.

UGT critica "dependência" do Turismo na região 
Pandemia faz disparar desemprego na região 
A UGT diz que a confirmarem-se as previsões, toda a região de Setúbal “passará a ter prioridade social”. Os sindicatos lembram que “este é pior momento em termos de empregabilidade no distrito verificado depois da grande crise financeira (iniciada em 2011)”.
Recentemente responsáveis de instituições de solidariedade social de Setúbal e dados revelados pelas autarquias locais, revelam que a maior parte dos pedidos de auxílio que têm recebido, são provenientes de pessoas que estavam a trabalhar na restauração, muitas delas sem quaisquer garantias de receberem apoios da Segurança Social em caso de necessidade.
Ainda não conhecidos os setores de atividade mais afetados pelo desemprego, embora não seja de descartar a hipótese de o turismo, a restauração, hotelaria e comércio possa ser aqueles que mais pessoas irão deixar sem empregos até final do ano.
“No período que se seguiu à grande crise financeira, a maior parte do distrito virou-se para o turismo. Foi este setor que acabou por gerar diversos postos de trabalho que agora, como estamos a confirmar, não estão suficientemente consolidados. Faltou, claramente, uma aposta mais firme noutras atividades laborais”, conta um dirigente da UGT. 
Em Setembro, no Distrito de Setúbal já contava com 35 mil 158 desempregados inscritos no Instituto do Emprego e Formação Profissional.
De acordo com o relatório oficial, no final do mês de Agosto o concelho de Almada registava 7.385 desempregados, o Seixal tem 6.834 , Setúbal 5.118 Barreiro 3.803, Moita 3.354 , Montijo 2.540 , Palmela 2.108, Sesimbra 1.581 e Alcochete 585.
No Litoral Alentejano, Santiago do Cacém tinha 907 desempregados, Sines registava 829, Grândola 371 e Alcácer do Sal 303. No final de Outubro, e com a fúria do vírus da covid-19, o números de pessoas sem trabalho já será muito superior. 

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