Pequenos focos de covid-19 crescem em Palmela

Três mortes num lar privado e cozinheiras em quarentena na Santa Casa da Misericórdia

No dia em que Portugal voltou a ultrapassar os mil casos diários de covid-19, a pandemia continua a dar sinais preocupantes nos lares do país, do distrito e ultimamente do concelho de Palmela onde já foram identificados alguns focos da doença. O mais recente, escreve o jornal O Setubalense, aconteceu esta quinta-feira, onde um caso de covid-19 deixou de quarentena oito funcionárias da cozinha da Misericórdia de Palmela. A hipótese de surto está, diz a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, para já, descartada. As funcionárias não têm contato com os utentes. A situação mais grave aconteceu noutro lar da vila onde meia centena de pessoas ficaram infectados entre utentes e funcionários. Este surto já havia provocado a morte de três utentes e sete estavam internados no hospital na semana passada. Houve ainda pequenos focos da doença na escola secundária e até num dos serviços da autarquia. O presidente da Câmara de Palmela quer testagem em todos os lares do concelho, inclusive, nos lares ilegais. 
Pandemia continua a avançar em Portugal 

A Segurança Social está a promover, desde esta semana e até Março de 2021, testagens semanais de despiste à covid-19 nos lares que estão legalizados e que acolhem 50 ou mais utentes. A autarquia defende que a medida deve ir mais longe. 
Álvaro Amaro quer que a operação de prevenção e controlo à propagação do vírus, nos equipamentos onde residem os grupos de maior risco, deve “ir mais além”. Ao mesmo tempo reforça que esta tem sido a posição do município desde o início da pandemia.
“Palmela tem defendido desde a primeira hora uma testagem contínua, frequente, a quem trabalha nos lares. Começámos por receber a notícia com agrado, mas discordámos quando soubemos que os testes eram apenas para lares ou estruturas residenciais licenciadas e com mais de 50 utentes”, disse o presidente da Câmara de Palmela, citado pelo jornal O Setubalense.
“Discordámos, na Comissão Distrital de Protecção Civil, porque ficam de fora outras estruturas residenciais com um número considerável de utentes. Há lares de média dimensão que também necessitam deste diagnóstico mais frequente”, sublinha o autarca. 
Além disso, diz ainda Álvaro Amaro, “os lares não licenciados requerem grande atenção”, revela o autarca.  
“Mesmo que fosse com outra periodicidade, que não a semanal, estes lares [não licenciados] não deviam de ficar de fora. Sobretudo aqueles que têm condições para funcionar e que se encontram em processo de legalização”, disse o presidente da Câmara à mesma publicação.
Esta posição já foi manifestada pela autarquia na reunião da Comissão Distrital de Protecção Civil. “Ficámos apreensivos com os critérios que restringem a testagem a lares legais com mais de 50 utentes”, sublinha a Câmara de Palmela. 
O concelho de Palmela tem registado aumento significativo de casos positivos de covid-19, nos últimos tempos, devido a surtos em estruturas residenciais para idosos. A situação mais recente foi identificada no lar Villa Máryah, com meia centena de infetados entre utentes e funcionários. Até ao final da semana passada, este surto já havia provocado a morte de três utentes e sete estavam internados no hospital.

Cozinheira infetada na Santa Casa da Misericórdia
Nesta semana, uma auxiliar de cozinha da Santa Casa da Misericórdia de Palmela foi diagnosticada com o novo coronavirus e outras oito funcionárias do mesmo espaço estão a cumprir isolamento profilático em casa.
A informação já foi confirmada pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo mas, explica ainda a mesma entidade, “não há surto na Santa Casa de Palmela. Uma funcionária, que não tem qualquer tipo de contacto com os utentes, testou positivo. Está em casa desde quarta-feira, em quarentena”. 
As outras oito funcionárias, que também trabalham na cozinha e que também não têm contacto com os utentes da Santa Casa da Misericórdia, foram enviadas para casa apenas por prevenção.
“Essas funcionárias estão assintomáticas e, desde esta quinta-feira, estão também a cumprir isolamento profilático. Mas apenas por precaução, já que nenhuma teve contacto direto com a funcionária infetada”, conta a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. Ainda assim, toda a Santa Casa da Misericórdia vai ficar em "alerta". 
Em Setembro, os alunos do 11º e 12º ano da Escola Secundária de Palmela tiveram aulas à distância até devido a um caso de covid-19. Um caso de contágio também já foi confirmado nos serviços municipais. O funcionário ficou em casa e não há registo de mais nenhum caso. 
A 28 de Setembro, última data registada  na Direção-Geral da Saúde, havia 152 pessoas infetadas com o novo coronavirus, no concelho de Palmela. 
Desde o início da pandemia, em março, este é o segundo maior número de casos de infeção. O maior foi em 10 de Abril com 1516. O terceiro dia com mais casos registados foi em 31 de Março com 1035.
Portugal contabilizou até agora 2050 mortes associadas à covid-1 e 82.534 casos de infeção, segundo o boletim epidemiológico divulgado hoje pela Direção-Geral da Saúde. 
Em relação a ontem, registaram-se mais 10 óbitos, 1.278 infetados e 480 recuperados. Ao todo há já 51.517 casos de recuperação em Portugal.
Em todo o território nacional, há 801 doentes internados, mais 37 que ontem, e 115 em unidades de cuidados intensivos, mais 11 do que na quarta-feira.

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