Hospital de Almada sem espaço nos Cuidados Intensivos

Garcia de Orta tem as 14 camas da unidade de cuidados intensivos ocupadas

A unidade de cuidados intensivos do Garcia de Orta, em Almada,  atingiu lotação máxima. A Ordem dos Médicos disse que já há doentes com covid-19 a serem transferidos para outros hospitais, devido à falta de profissionais de saúde. O Sindicato dos Médicos mostra-se alarmado e apelou aos médicos que renunciem à responsabilidade civil perante a falta de recursos postos à sua disposição. A situação está a levar a unidade hospitalar a transferir doentes para hospitais do médio Tejo como o de Abrantes. A informação foi veiculada pela Ordem dos Médicos, que denuncia a falta de camas e de recursos humanos alocados na resposta a pandemia provocada pelo novo coronavirus.
Camas de urgência esgotadas em Almada

A unidade de cuidados intensivos do Hospital Garcia de Orta, em Almada, entrou em rutura e deixou de receber mais doentes este sábado.
Segundo Alexandre Lourenço, presidente da Região Sul da Ordem dos Médicos, estão preenchidas as 14 camas do serviço, que agora está a transferir os doentes urgentes que surgem para outros hospitais da área metropolitana.
"Todas as vagas estão ocupadas, quer para doentes covid, quer  para doentes não covid, o que significa que está impedida de receber doentes de gravidade importante e tem de os transferir quando elas surgem", explicou Alexandre Lourenço. "O relato que temos é que as equipas estão muito sobrecarregadas, apesar de terem equipamentos não têm pessoal para aumentar a capacidade de forma imediata", disse o dirigente da Ordem dos Médicos. 
“Sabemos que temos muitos ventiladores, mas continuamos sem ter pessoas para operar esses ventiladores. Sem ter médicos em número suficiente e, em especial, enfermeiros capazes e treinados para pôr esta rede a responder de forma rápida”, afirmou Alexandre Lourenço, presidente regional do Sul da Ordem dos Médicos, em declarações à RTP. De acordo com o profissional, há médicos a fazer “urgências de 24 horas três vezes por semana”.
Também Jorge Roque da Cunha, do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), alertou para o facto de “vários hospitais” estarem “a atingir a sua capacidade”. A situação é transversal a outras unidades da Grande Lisboa, que estão também a acusar a pressão do aumento de casos de covid-19.
Recorde-se que o Hospital Garcia de Orta é a unidade de referência do distrito, articulando-se com os hospitais de Setúbal e do Barreiro.
De acordo a Ordem dos Médicos, também o Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, ou o Hospital de Vila Franca de Xira terão atingido a sua capacidade máxima, estando a transferir doentes para outras unidades hospitalares. Por sua vez, o Hospital Amadora-Sintra suspendeu internamentos para serviço de pneumologia depois de detetados pelo menos cinco casos de covid-19 entre os utentes internados.

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