Cacilheiros vão mesmo sair do Tejo a partir de 2022

Travessia do rio entre Cacilhas, Seixal e Montijo será movida a eletricidade

Já a partir de 2022, cerca de 19 milhões de passageiros por ano farão a travessia entre as duas margens do rio Tejo sem emissões poluentes. Isto porque os velhinhos cacilheiros que desde sempre marcaram a paisagem ribeirinha da capital e de Almada vão agora ser substituídos por 10 novos navios movidos a eletricidade que vão integrar a renovada frota da Transtejo, anunciou o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Matos Fernandes, na abertura do Portugal Mobi Summit. De acordo com o ministro, a substituição da frota da Transtejo para navios elétricos será a "maior operação do género no mundo". Os novos navios irão fazer as ligações entre os concelhos de Almada, Seixal e Montijo à capital portuguesa. A ligação ao Barreiro fica fora desta operação por ter navios "mais recentes".

Novos navios começam a chegar em 2022


Apesar da quebra da grande quebra na procura nos transportes públicos em 2020 - é agora 60 por cento do que era no ano passado, nos metros de Lisboa e Porto, comboios e autocarros, revela o ministro do Ambiente e da Ação Climática - a substituição da frota da Transtejo será a “maior operação do género no mundo”. Neste momento, a Transtejo e Soflusa, que ligam os concelhos do Barreiro, Montijo, Almada e Seixal a Lisboa, regista quebras na procura na ordem de 45 por cento em relação a 2019, devido à pandemia de covid-19.
Há quatro empresas interessadas em vender 10 navios elétricos à Transtejo. O vencedor será anunciado ainda este mês e as primeiras novas embarcações deverão chegar ao rio Tejo a partir de 2022. Os novos barcos vão renovar a frota da transportadora fluvial e contribuir para a diminuição de emissões, diz o secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro.
“Está prevista a entrega de quatro embarcações em 2022 e 2023; as restantes duas vão chegar em 2024. Quanto mais depressa isso acontecer, melhor para os passageiros”, garante o governante. Eduardo Pinheiro reconhece que este concurso tinha “algum risco”, atendendo a que a operação da Transtejo “é única a nível mundial”.

Barreiro não irá ter barcos novos
Os 10 novos navios vão custar, no máximo, 57 milhões de euros e “vão proporcionar maior conforto aos utentes” das ligações entre Lisboa, Cacilhas, Seixal e Montijo. Estão em causa três milhões de habitantes na Área Metropolitana de Lisboa. A ligação ao Barreiro, da Soflusa, fica fora desta operação por ter navios "mais recentes", diz o governo. 
Os Estaleiros Navais de Peniche são um dos quatro candidatos neste concurso. A empresa detida maioritariamente por capitais angolanos vai a jogo com os espanhóis da Astilleros Gondan, da região das Astúrias; dos Países Baixos, concorre a Holland Shipyards; está também neste lote a empresa de Singapura Majestic Glow Marine.Além de diminuírem a poluição da frota, as novas embarcações também vão permitir poupar custos de manutenção. “Os novos navios são mais fiáveis do que os modelos a combustão ou mesmo a gás natural”, diz o governante.
Atualmente, a Transtejo conta com 28 navios, dos quais 18 são catamarãs (para Montijo, Barreiro e Trafaria), cinco são cacilheiros, três são ferries para passageiros e veículos, e ainda dois são monocasco.
Será por isso o fim dos "velhinhos" cacilheiros que encanta quem visita a capital e Almada. O futuro das ligações fluviais no Tejo passa por navios modernos e amigos do ambiente. Os "velhinhos" cacilheiros irão de certeza continuar "a andar por aí". 

Comentários