PCP não prevê reduzir lotação máxima da Festa do Avante

Comunistas prontos para receber as cerca de 100 mil pessoas na Quinta da Atalaia 

A cerca de um mês do arranque da Festa do Avante!, o PCP não mostra intenções de limitar a venda de bilhetes de acesso à Quinta da Atalaia, no Seixal. Apesar de a região de Lisboa e Vale do Tejo concentrar a maioria dos casos de covid-19 e o concelho do Seixal, ter os piores registos de pessoas infetadas no distrito de Setúbal, os comunistas acreditam que o aumento do espaço disponível no recinto e a redução de espaços fechados será suficiente para garantir o cumprimento das normas de segurança exigidas em resposta à crise sanitária. Em média, de acordo com os números do PCP, a Festa do Avante! recebe 100 mil visitantes. Poderá ser esse o número de pessoas que se voltará a juntar no Seixal no próximo mês. Para já, o partido não tenciona limitar a venda de bilhetes nem a Direção-Geral da Saúde, município [gerido pelos comunistas], governo e Presidente da República parecem querer contrariar as intenções comunistas de fazerem a festa. Lembre-se que todas as grandes festas populares e festivais estão "adiadas" para o ano. A Organização Mundial de Saúde diz que é “altamente provável” que uma segunda vaga da pandemia de covid-19 atinja a Europa entre o outono e o inverno. Nas últimas duas semanas, as autoridades de saúde de vários países europeus viram o número de casos aumentar.
Falta um mês para a Festa do Avante! 


O espaço da Festa do Avante!, na Quinta da Atalaia, no Seixal, vai ser alargado (mais 10 mil metros quadrados), o número de palcos e iniciativas reduzido e a programação de teatro e cinema será feita ao ar livre, entre outras novas regras. No entanto, escreve a TVI24', o PCP não reduziu este ano a venda de bilhetes e não avança a lotação máxima do recinto, que tem capacidade para 100 mil pessoas.
"Procuraremos ir conhecendo essa situação, mas ainda não colocámos nenhuma limitação global à presença na festa", disse Alexandre Araújo, membro do comité central do PCP, esta terça-feira, durante a apresentação do programa da festa. Citado pelo 'Público', o comunista explicou ainda que venda de bilhetes, que arrancou ainda em dezembro, é “feita de forma descentralizada, através dos militantes” e que por isso “é mais difícil” saber ao certo quantos bilhetes foram até agora vendidos.
Alexandre Araújo garante, porém, que a Direção-Geral da Saúde conhece "a lotação habitual da Festa do Avante", que "se aproxima do 100 mil".
Segundo Alexandre Araújo, agora citado pela Agência Lusa, não está ainda colocada "nenhuma limitação do ponto de vista global à presença [de pessoas] na festa", já que se trata de "um espaço muito amplo, mais aberto, com menos construção do que em anos anteriores, exatamente para permitir maior distanciamento entre as pessoas", tendo a organização optado por introduzir "lugares marcados nos espetáculos" e para o comício de encerramento.
O dirigente do PCP confirmou que a venda de bebidas alcoólicas, por exemplo, vai respeitar "legislação e regras em vigor", pois "neste momento é proibida a sua venda depois das 20 horas, à exceção de estabelecimentos de restauração" e será isso que se vai passar nas quintas da Atalaia e do Cabo da Marinha, Amora, Seixal, entre 4 e 6 de Setembro.
A Entrada Permanente, um bilhete para os três dias) da Festa do Avante! 2020, com o custo de 26 euros até 3 de Setembro. Em qualquer dos dias de espetáculos, o bilhete aumenta para 38 euros, embora as crianças até 14 anos não paguem, desde que acompanhadas por adulto.
Ainda que admita limitações, nomeadamente no acampamento que será disponibilizado, o PCP não se compromete com números. E até agora não há ordem para parar de vender bilhetes.
Município, de minoria comunista, não fala do tema e cancelou as festas em todo o concelho. Governo que também determinou o fim das festas e ajuntamentos também nada diz e  Marcelo Rebelo de Sousa, que apela ao cumprimento das regras, também ainda não se prenunciou. "E se por causa do Avante! acontecer um surto? A quem o país deve pedir responsabilidade?", pergunta Daniel Ramos, um morador na Amora, paredes meias com o espaço da festa.  

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