Belenenses SAD quer mudar-se para Grândola

Comporta, Carvalhal e Melides podem receber centro de estágio e estádio 

O Belenenses SAD, da I Liga portuguesa de futebol, pretende construir um centro de estágio “de excelência” e fixar-se no município de Grândola, para “formar jogadores cada vez melhores”, confirmou o presidente dos ‘azuis’, Rui Pedro Soares. "Comporta, Carvalhal e Melides são marcas turísticas importantes para o nosso país e vão sê-lo cada vez mais. Vamos com certeza fazer algo que valorize também esta zona", sublinha o líder do clube.  À ADN-Agência de Notícias, a Câmara de Grândola, no seguimento da "suas atribuições e política de desenvolvimento, promoção do concelho e de atração de investimentos e atividades que proporcionem emprego no seu território municipal, vai analisar os enquadramentos legal, económico e financeiros que permitam avaliar o interesse numa eventual colaboração". A autarquia disse ainda que irá "prosseguir a sua atividade de apoio às coletividades desportivas do concelho e à dinamização do desporto como sua prioridade". Lembre-se que o Belenenses SAD - depois de se separar do CF "os Belenenses" - é o único clube da primeira liga sem localidade e sem estádio para jogar. Atualmente joga no Estádio Nacional. 
"Azuis" estudam mudança para o concelho de Grândola 

“Iniciámos um processo com um consultor no sentido de identificar, em Portugal, uma zona onde pudéssemos ter um centro de estágio de excelência. Somos uma equipa que aposta muito na formação e nos jogadores portugueses, por isso precisamos de uma infraestrutura que nos permita formar jogadores cada vez melhores e que estejam à altura de ganhar às melhores equipas de Portugal”, revelou o presidente do Belenenses SAD aos jornalistas, numa conferência de imprensa virtual.
Rui Pedro Soares explicou que foram identificadas na zona da Comporta, Carvalhal e Melides “condições para poder ter esse centro de estágio”, estando a direção já a trabalhar com a Câmara de Grândola no negócio que “agrada” ao município e que coloca uma “vontade muito grande” do Belenenses SAD em concretizá-lo.
“O processo está a decorrer rapidamente e é nosso interesse que tenha uma conclusão feliz e rápida, mas, de facto, ainda não está concluído todo este processo. Não vou colocar um ‘timing’, porque não depende apenas de nós. Comporta, Carvalhal e Melides são marcas turísticas importantes para o nosso país e vão sê-lo cada vez mais. Vamos com certeza fazer algo que valorize também esta zona”, realçou.
Explicando que Benfica, Sporting e FC Porto também edificaram centros de treino fora da cidade de origem para responder à razão da escolha de Grândola, situada a mais de 100 quilómetros de Lisboa, Rui Pedro Soares afirmou que o Belenenses SAD tem “muita necessidade de estar a trabalhar nesta infraestrutura” e espera que “traga maior competitividade” aos ‘azuis’.
“Durante a época estamos a trabalhar em cinco ou seis campos de treino diferentes, que não somos nós que cuidamos e não são da nossa utilização exclusiva, nem sempre estão nas melhores condições que desejaríamos para uma equipa que é das melhores de Portugal. Queremos ter o mais rapidamente possível uma infraestrutura que seja nossa, cujos campos sejam tratados por nós e que a sua utilização dependa de nós”, sublinhou, lembrando que diminuirá igualmente o número de lesões no plantel.

Esta época equipa continua no Estádio Nacional 
Para a temporada 2020/21, o Estádio Nacional, em Oeiras, continua a ser “o plano A”, com Rui Pedro Soares a lamentar a falta de “condições de conforto” para os adeptos, que estarão mais afastados da equipa, num sacrifício que “tem sido pedido há muitos anos”.
“Esta equipa, para recuperar a competitividade, precisa de boas condições de trabalho. Se se concretizar a equipa do Belenenses SAD jogar em Grândola, aos adeptos serão criadas, com certeza, condições para poderem assistir aos jogos”, ressalvou.
Recordando o litígio com o clube, presidido por Patrick Morais de Carvalho, que levou à saída da equipa de futebol do Estádio do Restelo, Rui Pedro Soares apontou que “os adeptos gostam de ver a equipa jogar e ganhar”, sendo as audiências televisivas “prova irrefutável”, nunca tendo dado ouvidos “a uma corte de senadores”.
“Os adeptos do Belenenses, se têm equipa para ver, seguir e apoiar, a esta administração devem e sobretudo aos grandes profissionais que tivemos desde 2012 para a frente, não a um grupo de senadores que levou o clube para a ruína e para o abismo”, atirou, culpando o clube da Cruz de Cristo de não investir em infraestruturas “há muitos anos”.
O presidente da SAD do Belenenses desde 2012 realçou ainda que a entidade por si dirigida “não só sobreviveu, como está a crescer”, mantendo-se na I Liga nestes últimos dois anos “em condições excecionalmente difíceis e que não se podem prolongar no tempo”.

Agência de Notícias com Lusa  

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