Vida antiga de Sarilhos Grandes mostra doenças

Projeto de Investigação de Sarilhos Grandes entre Dois Mundos está de volta 

O Projeto de Investigação SAND – Sarilhos Grandes entre Dois Mundos, no concelho do Montijo, está novamente no terreno, após a interrupção dos trabalhos devido à pandemia de covid-19. Até 5 de Julho, estão abertas inscrições para o Campo-Escola de Arqueologia e Antropologia, que vai decorrer de 13 de Julho a 2 de Outubro, na Ermida de Nossa Senhora da Piedade e na necrópole e Igreja de São Jorge. A primeira fase deste projeto iniciou-se em 2008, após uma obra, que conduziu à descoberta de 21 enterramentos dos séculos XV-XVII. Desde então, uma equipa multidisciplinar tem realizado estudos com o objetivo de obter informações acerca da dieta e das doenças da população de Sarilhos Grandes.
Vestígios dão pistas sobre dietas e doenças na região 

O campo-escola do Projeto SAND pretende, diz a autarquia, "proporcionar uma oportunidade à comunidade para integrar uma equipa de antropologia e arqueologia e, consequentemente, aprender e praticar metodologias de escavação arqueológica, técnicas de registo arqueológico, tratamento e inventário de materiais arqueológicos e vestígios osteológicos".
Durante todo o campo-escola serão garantidas as condições de segurança e as orientações das autoridades de saúde relativas ao novo coronavírus.
Devido à pandemia de covid-19, os trabalhos no terreno do Projeto SAND foram interrompidos no início do mês de Março, mas os investigadores continuaram, em laboratório, a trabalhar no projeto de investigação, que resulta de uma parceria entre a Câmara do Montijo, a Universidade de Coimbra, a Diocese de Setúbal, entre outras entidades.
A primeira fase deste projeto iniciou-se em 2008, no âmbito de uma intervenção de salvaguarda de uma empreitada da Simarsul, que conduziu à descoberta de 21 enterramentos dos séculos XV-XVII. Desde então, uma equipa multidisciplinar tem realizado estudos com o objetivo de obter informações acerca da dieta e das doenças da população de Sarilhos Grandes.
Os dados alcançados até 2018 permitiram dar a conhecer uma amostra de população ribeirinha cujas investigações levaram à identificação alguns parasitas relacionados com a ingestão de carnes e de águas contaminadas, o consumo de batata, centeio e trigo, feijão ou grão-de-bico entre outros vegetais, bem como de crustáceos. Alguns destes achados, bem como do fungo Candida albicans, foram pela primeira vez identificados em território nacional nas cronologias em estudo.
Com esta nova fase do Projeto SAND, que foi aprovada pela Direção Geral do Património Cultural, "pretende-se aprofundar este estudo histórico, arqueológico e bio-antropológico da população ribeirinha de Sarilhos Grandes, no período medieval e moderno (séc. XII a XVIII)", explica a Câmara do Montijo.

Agência de Notícias com Câmara do Montijo 

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