Parlamento recomenda Centro de Saúde no Feijó

4278 assinaturas obrigam partidos a rever posição para nova unidade de saúde 

Os três projetos de resolução do BE, PEV e PCP que recomendam a construção de um novo centro de saúde no Feijó, em Almada, foram aprovados pela Assembleia da República. Tanto as propostas do BE como do PCP foram aprovadas com a abstenção do PS, tendo votos favoráveis dos restantes grupos parlamentares. Já o documento do PEV foi aprovado nas mesmas condições, mas também reuniu votos favoráveis de cinco deputados socialistas. Na semana passada, o tema já tinha sido debatido devido à petição da Plataforma Pela Construção do Centro de Saúde do Feijó, que deu entrada no parlamento em 24 de Julho de 2019, com 4278 assinaturas, e aos projetos de resolução do BE, PEV e PCP. A "recomendação" segue agora para o Governo que quer concluir projeto até final desta legislatura. 
Feijó luta por nova unidade de saúde 

Neste debate, os grupos parlamentares mostraram um consenso sobre a necessidade de se construir a nova infraestrutura, apesar de o PSD considerar que “há falta de vontade política” dos socialistas.
A petição foi apresentada pela deputada do BE Joana Mortágua, que explicou que a União de Freguesias do Laranjeiro e Feijó apenas tem um centro de saúde para 47 mil utentes, dos quais metade “não têm médico de família”.
“O Centro de Saúde de Santo António do Laranjeiro é conhecido por não ter recursos humanos há muitos anos, por ter falta de condições físicas e materiais, tempos de espera longos e por ser distante das populações”, sublinha a deputada bloquista.
Para a deputada, é “urgente resolver este problema” com a construção de uma nova infraestrutura e a reorganização da que já existe, até porque a carência tem causado “uma sobrelotação do Hospital Garcia de Orta”, localizado no concelho.
José Luís Ferreira, do PEV, mencionou que, “há muitos anos, a Câmara de Almada disponibilizou um terreno no Centro Cívico do Feijó para a construção deste centro de saúde” e que a pandemia da covid-19 “mostrou a necessidade de reforço no Serviço Nacional de Saúde”.
Também o CDS-PP afirmou que “acompanha estas iniciativas e votará favoravelmente todas as que estiveram em discussão”, uma vez que as preocupações dos peticionantes “não se esgotam nesta freguesia e acabam por ter consequências no Hospital Garcia de Orta, no seu congestionamento”.
Já Fernanda Velez, do PSD, apontou que a construção do novo centro de saúde “tem de ser uma prioridade”, mas criticou o Governo porque esta necessidade já tinha sido identificada pelo Ministério da Saúde em 2017.
“Aqui chegados, ao fim de cinco Orçamentos do Estado viabilizados pelo PS e pelos partidos de esquerda parlamentar, cinco Orçamentos do Estado sem que tenha sido elaborado um projeto para o terreno que já existe e que reúne condições para receber o equipamento. Falta o quê senhores deputados? Falta vontade política do Governo socialista”, sublinhou a social-democrata no debate.

PS abstém-se mas quer incluir obra até 2023 
No mesmo debate, o deputado do PS, Filipe Pacheco, afirmou que o grupo parlamentar “está totalmente solidário com as revindicações”, mas notou que os projetos de resolução apresentados “esquecem ou fingem esquecer que esta construção do centro de saúde do Feijó não está prevista em lado nenhum”.
De acordo com os socialistas, “esses peticionários merecem ser tratados com respeito e seriedade, mas tratá-los com respeito e seriedade não é garantir que a construção é uma intenção ou recomendação, é garantir que ela entra efetivamente nos planos de investimento no horizonte desta legislatura, é isso que é o compromisso do PS”, realçou o socialista. 
O novo equipamento "passou" no Parlamento com os votos favoráveis do PCP, BE, PEV, PSD e CDS-PP e abstenção do Partido Socialista. Ainda assim os deputados socialistas Sofia Araújo, Catarina Marcelino, Clarisse Campos, Filipe Pacheco e Eurídice Pereira, votaram favoravelmente na proposta dos 'Os Verdes'. 

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