Grândola aguarda resultados de testes a festa na Galé

Festa "ilegal" em parque de campismo com jovens de Setúbal e Pinhal Novo gera surto 

O autarca de Grândola disse esta quinta-feira aguardar com preocupação os resultados dos testes aos contactos dos envolvidos no surto de covid-19, com origem numa festa de jovens no parque de campismo da Galé, que infetou pelo menos 20 pessoas.  “Temos receio que alguns deles possam ter infetado pessoas de Grândola. Por isso, aguardamos com alguma preocupação os resultados dos testes para ver se transmitiram a alguém do concelho, o que é provável que possa ter acontecido”, disse à agência Lusa António Figueira Mendes, presidente da Câmara de Grândola. De acordo com o autarca, “as autoridades de saúde estão a acompanhar muito mais de perto” a situação “desde domingo”, quando foram conhecidos os primeiros casos de covid-19, do grupo de jovens, entre os 15 e os 20 anos, residentes em Setúbal, Pinhal Novo e alguns do distrito de Lisboa. A festa foi feita à revelia do parque. 
Parque de campismo foi encerrado depois do surto

O autarca apelou à compreensão dos jovens para “fazerem mais um esforço” e “evitarem estes ajuntamentos e convívios”, que originam “uma transmissão muito elevada” da doença.
“Isto pode levar a que os bons resultados que estávamos a ter em Portugal, e em particular em Grândola, possam vir a ter influência na nossa vida futura a curto prazo”, alertou.
O parque de campismo da Galé, em Grândola, no litoral alentejano, foi encerrado na sequência de um surto de covid-19 com origem numa festa de jovens e que infetou pelo menos 20 pessoas, segundo as autoridades locais.
“Decidimos fechar o parque, mas já recebemos a ordem de encerramento, para rastrearmos todos os funcionários que estão nos bares, restaurante e no supermercado que possam ter tido algum contacto com pessoas infetadas, que possivelmente andaram pelos serviços”, explicou hoje à agência Lusa Catarina Gomes, proprietária do parque de campismo da Galé
O grupo de jovens, entre os 15 e 20 anos, e alguns pais, oriundos dos distritos de Lisboa e Setúbal, ocuparam equipamentos permanentes e terão decidido “reunir-se, sem autorização e sem nos consultarem, numa das casas”, relatou a responsável, indicando que o caso ocorreu entre os dias 10 e 14 deste mês.
“Essas pessoas são proprietárias de casas pré-fabricadas ou de 'roulottes', com espaço permanente no parque. São jovens que frequentam a mesma escola, em Setúbal, e lidam entre eles diariamente. Com certeza alguns já vieram infetados e quando se reuniram com outras pessoas deu-se a proliferação”, frisou.
O grupo de pessoas, que a proprietária não soube contabilizar, “esteve reunido, durante uma tarde, numa das casas, no aniversário de uma das jovens”.
Desde essa altura, o parque manteve-se em funcionamento e, “quando tivemos conhecimento da situação, apertámos um bocadinho mais o cerco em termos de medidas, mas depois para termos a certeza que aqui no parque não existem colegas que possam estar a transmitir aos outros, decidimos encerrar”, explicou.
Numa primeira fase, frisou, vai ser feita despistagem a todos os funcionários, "quando as autoridades reunirem as condições para isso, porque é um processo que tem o seu protocolo”.
Portugal contabiliza pelo menos 1.549 mortos associados à covid-19 em 40.415 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde.

Agência de Notícias com Lusa 

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