Boas práticas de Setúbal reconhecidas lá fora

Redução de riscos de desastres e medidas eficazes face à pandemia reconhecidas por especialistas

A postura inovadora na redução de riscos de desastres e as medidas eficazes face à pandemia covid-19 assumidas pelo município de Setúbal estão em destaque na revista internacional “Geosciences”, publicação de referência na área da geociência. Um artigo científico intitulado “Construção de Cidades Resilientes: o caso de estudo de Setúbal – Portugal” analisa a estratégia seguida no concelho para a redução de riscos de desastres naturais e as boas práticas de segurança em prol do quotidiano da população. "Setúbal foi escolhida como caso de estudo devido à localização geográfica, com praias com falésias instáveis e uma área urbana caracterizada, na maioria, por prédios antigos e industrial", explica a Câmara de Setúbal em comunicado. 
Cidade reconhecida pelas boas práticas 

A análise centra-se nos quatro principais desastres naturais mais propícios de afetar a região, concretamente deslizamentos de terras, inundações, terramotos e risco de tsunami, e aponta, entre outras, as práticas implementadas no território que envolvem a instalação de equipamentos, como sinais de emergência e painéis eletrónicos de divulgação de informação em tempo real.
Sob responsabilidade técnica do Serviço Municipal de Proteção Civil e Bombeiros de Setúbal e científica de investigadores do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa e do Comité de Dados do Conselho Internacional de Ciência alemão, o artigo avalia ainda a estratégia do município perante a covid-19.
Setúbal é apontada como exemplo por ter “implementado uma variedade de medidas práticas e inovadoras que poderiam ser utilizadas como modelo” para serem aplicadas noutros municípios portugueses e também em áreas urbanas de outros países.
Perante o controlo da propagação da covid-19, o documento refere que as práticas adotadas e a experiência local “foram eficazes para mitigar o impacte do vírus” na população.
O artigo lembra que Setúbal sofreu graves danos e fatalidades devido a terremotos passados: 1755, 1858, 1909 e 1969, com o terremoto de 1755 a ser o pior da sua história.  Após esse terremoto, um incêndio atingiu a cidade, mostrando a vulnerabilidade dos edifícios a incêndios urbanos. Após esse grande terremoto, o centro histórico de Setúbal foi reconstruído e, até hoje, possui muitos prédios antigos e ruas estreitas. Além disso, de acordo com o Censo (2011), 30 por cento da população residente do centro histórico tem mais de 64 anos. 
"Por esses motivos, se ocorrer uma emergência na área, especialmente um terremoto ou incêndio, os serviços de emergência não fornecerão ajuda rápida e eficiente aos residentes", dizem os autores do estudo. 
Dadas estas razões, o Plano Municipal de Intervenção para o Centro Histórico foi implementado em 2010 "para aumentar a resiliência dos cidadãos e fornecer aos residentes ferramentas práticas para uma evacuação segura". O plano de intervenção "consiste principalmente em um mapa de evacuação da área histórica". 
Bastante inovadora é, para os autores do estudo, "a implementação de uma variedade de equipamentos em toda a área do centro da cidade: cinco painéis de informações, 11 colunas de emergência e 10 pontos de encontro. O painel de informações permite a disseminação de mensagens escritas em tempo real. O equipamento instalado é um caso único em Portugal e deve servir de orientação para outros municípios e países, bem como em Portugal", diz o estudo.
A “Geosciences” é uma revista internacional interdisciplinar de acesso aberto, especializada em geociência e ciência planetária e publicada online, mensalmente, pela MDPI, editora académica de acesso livre sediada em Basileia, na Suíça.
O artigo “Construção de Cidades Resilientes: o caso de estudo de Setúbal – Portugal”, pode ser consultado aqui

Agência de Notícias

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