Distrito de Setúbal segundo no número de novos casos

Setúbal ultrapassa Porto no número de novos casos de covid-19 no país 

Uma semana depois da reabertura de restaurantes, cafés, esplanadas, praias, creches e aulas presenciais para os alunos do 11 e 12º anos, o número da pandemia continua a crescer no distrito de Setúbal. De acordo com as autoridades de saúde nacionais, a Península de Setúbal e os quatro concelhos do Litoral Alentejo, que compõem o distrito de Setúbal é agora o segundo com mais novos casos de covid-19, passando o Porto para terceiro lugar, indica um relatório desta terça-feira que revela que 36 por cento das pessoas contagiadas têm entre os 20 e os 39 anos. O número de casos aumentou em cinco dos 13 concelhos do distrito, com o Seixal, Moita, Almada, Barreiro e Setúbal a registarem novamente subidas. Um indicador que já vem de semanas anteriores. O distrito tem, nesta segunda-feira, 1335 pessoas doentes com o novo coronavírus.  Portugal regista hoje 1330 mortos e 30 mil 788 casos confirmados. Todavia, dos 14 óbitos hoje registados no relatório, apenas seis aconteceram nas últimas 24 horas. Apesar de tudo, após o fim de semana de sol, o Governo lembra: "desconfinar não é descontrair". 
Novos casos continuam a crescer no distrito 

Os dados da divisão de epidemiologia e estatística da referentes ao período entre 13 e 21 de Maio e revelados este domingo pela ministra da Saúde mostram que, utilizando uma amostra de 1504 casos, correspondente a 80 por cento de todos os casos novos de covid-19 infetados no mesmo período, 48 por cento eram mulheres e que 36 por cento ocorreram no grupo etário os 20 e os 39 anos.
A análise estatística conclui também que mais de metade dos novos casos (55 por cento) ocorreram no distrito de Lisboa e que "o distrito de Setúbal passou a ser o segundo com mais novos casos de contágio, com 13 por cento do total, passando o Porto a ser o terceiro, com 11 por cento”, revelou Marta Temido na conferência de imprensa diária relativa ao ponto de situação da covid-19 em Portugal.
Dos novos casos de contágio, metade das pessoas sentiram sintomas e 33 por cento estavam assintomáticas.
A amostra revelou ainda que 45 por cento das infestações terão sido contraídas no domicílio, 19 por cento em ambiente laboral, 11 por cento ocorreram em lares de idosos e que 10 por cento das pessoas foram contagiadas em ambiente social, “uma percentagem que se mantém relativamente estável ao longo das semanas”, segundo Marta Temido.
Questionada sobre o aumento de casos no distrito de Setúbal, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, explicou que “não há um grande surto, não há um padrão de uma epidemia em curso”, mas sim “pequenos contextos, localizados, e alguns casos são casos isolados em ambiente familiar e domiciliário”.
“Há pequenos focos, alguns aconteceram por concentração de pessoas, incluindo em ambiente domiciliário, mas que vieram para dentro do domicílio por pessoas de outros ambientes, portanto há ‘clusters’ relacionados com este tipo de concentração”, explicou Graça Freitas.
“É uma situação mista, que as autoridades de saúde identificaram muito bem, localizaram, estão a trabalhar com as forças locais e estão a incidir muito naquilo que chamamos na educação para a saúde junto destas comunidades para informar dos riscos e minimizar que esses riscos continuem a verificar-se”, acrescentou.
Dos 1504 casos da amostra, 244 tinham profissão registada, sendo que 80 eram profissionais de saúde, dos quais 14 enfermeiros.

Almada, Seixal, Barreiro e Moita na linha da frente 
O número de casos com covid-19 no distrito de Setúbal subiu hoje para 1335. Mais 40 do que domingo. As informações divulgadas no relatório de situação pela Direcção-Geral da Saúde indicam que os concelhos de Almada, Seixal e Moita registam novamente as maiores subidas. Em Almada existem 352 casos (+9), seguido do Seixal, com 318 (+11), do Barreiro, com 203 (+5), e da Moita, com 141 infectados (+10). O Montijo estabilizou nos 116, enquanto Setúbal viu o número casos subir para 88 (+5). 
Mais calma, mas ainda assim "vigilante" encontram-se os concelhos de Sesimbra, com 32 casos, Palmela, com 27, Alcochete, com 23. Em nenhum destes três concelhos houve novos casos nesta segunda-feira. 
A sul do distrito, no Litoral Alentejano, Santiago do Cacém ocupa a linha da frente com 17 pessoas doentes. Grândola, com 11, e Alcácer do Sal, com  sete, são os municípios com menos casos de covid-19. Sines, continua a ser o único concelho sem doentes infetados do distrito.  
Na região de Lisboa e Vale do Tejo existem 9 567 casos (+144) Nesta região acabaram por falecer mais seis pessoas, refazendo um total de 322 óbitos. 
A nível nacional, estão infectadas 30 788 pessoas (+165). O número de pessoas recuperadas subiu para 17 mil 822, registando-se mais 273 casos de sucesso. Por sua vez, o número de óbitos aumentou para 1330, mais 14 do que domingo. Contam-se também menos cinco internados e menos seis internamentos em unidades de cuidados intensivos.
Apenas seis dos novos óbitos ocorreram nas últimas 24 horas. Os restantes "resultam da verificação dos certificados de óbito levada a cabo pela Direção-Geral da Saúde", disse António Lacerda Sales.
O secretário de Estado da Saúde lembrou que "desconfinar não é descontrair; normalizar não é desresponsabilizar. Temos o dever cívico de nos proteger e de proteger os outros. A nossa saúde continua a depender de todos".

Comentários