Câmara, PS e BE contra fecho do BCP em Alhos Vedros

Millenium BCP encerra serviços na freguesia. Autarquia e Bloco criticam decisão  

A Câmara da Moita foi surpreendida com o anúncio do encerramento do balcão do Millenium BCP de Alhos Vedros, situação,  diz o presidente da Câmara da Moita, em nota enviada à ADN-Agência de Notícias, a "todos os títulos, incompreensível e lamentável, já que este, sendo atualmente o único banco a operar na freguesia, regista uma procura elevada". O Bloco de Esquerda junta-se ao protesto e "manifestar a perplexidade e repúdio por esta decisão, que prejudicará a população de Alhos Vedros, privando mais de 15 mil habitantes a um serviço público de proximidade". Os socialistas também estão indignados com o fecho do balcão e assumem o compromisso de que os autarcas do partido "irão acompanhar esta situação de perto, e nas reuniões que já estão ou venham a ser marcadas defenderão intransigentemente os interesses da população da Freguesia de Alhos Vedros". 
Todos contra o encerramento do banco 

Os serviços bancários são essenciais e a sua proximidade física condição fundamental para o fácil acesso, sendo, por isso, esta decisão unilateral do Millenium BCP "lesiva para a população de Alhos Vedros", lembra Rui Garcia, presidente da Câmara da Moita.
A banca, particularmente a banca privada, "tem sido objeto de um tratamento de exceção e de apoio por parte do Estado. Milhares de milhões de euros de fundos públicos têm sido mobilizados para a salvar e proteger em períodos de crises sistémicas, na origem das quais têm fortíssimas responsabilidades. No entanto, a sua preocupação continua a ser a maximização do lucro, esquecendo, no primeiro momento, as obrigações para com a economia e as pessoas e não hesitando, como é o caso presente, em reduzir custos operacionais à custa da qualidade do serviço prestado às populações", sublinha o autarca.
Assim, a Câmara da Moita "não pode deixar de condenar o encerramento deste serviço bancário" e, disso mesmo, dará nota "em reunião, com caráter de urgência, que vai de imediato solicitar à Administração do Millenium BCP". 
A Câmara Municipal irá também, no imediato, "propor reuniões com outras instituições bancárias presentes no Concelho, para sensibilizar, incentivar e avaliar conjuntamente a disponibilidade e condições para o reforço da oferta de serviços bancários na freguesia e no concelho, particularmente daqueles que se apresentam como mais facilitadores no dia a dia das populações, como é o caso das caixas automáticas multibanco, serviço que é hoje essencial e que se apresenta também deficitário em Alhos vedros e em alguns outros locais do concelho", conclui Rui Garcia. 

BE lamenta fecho do banco em Alhos Vedros  
Para o BE, que se junta ao manifesto da autarquia comunista, refere à ADN-Agência de Notícias que o "encerramento deste balcão tem também um significado lesivo para toda a vida de Alhos Vedros, afetando o comércio local e os serviços, que fazem parte do nosso quotidiano e constituem um apoio à nossa comunidade".
Ao longo destes últimos tempos Alhos Vedros tem perdido, dizem os bloquistas, "diversas valências, na área da saúde, do comércio e serviços, que deixam a população mais desprotegida, sem acesso a apoios considerados fundamentais para que haja mais qualidade de vida".
O Bloco de Esquerda promete conjugar "todos os esforços, junto dos autarcas, dirigentes associativos, comércio local, de entidades locais, regionais e centrais, para que sejam defendidos os interesses da população, defendendo a manutenção deste equipamento".
A Concelhia do Bloco de Esquerda, manifesta-se "contra este encerramento do Balcão de Alhos Vedros, considerando que é um desrespeito pela população, com todos os reflexos negativos para o desenvolvimento desta Freguesia, num próximo futuro". 

PS quer defesa intransigente da população
Os socialistas também estão indignados com o fecho do balcão. "Confirmaram-se os piores receios, uma vez que além do encerramento deste balcão está previsto também o encerramento das caixas multibanco que actualmente se encontram no edifício onde se encontra instalada a instituição", disse o PS da Moita.
Face a tudo o que está em causa, importa que sejam tomadas, no entender dos socialistas, "rápidas medidas no sentido de tentar preservar os serviços que são actualmente prestados à população e tanta falta fazem".
Este não é "um momento de indecisões, ou de esperar para ver o que acontece, pois fazê-lo poderá levar a que seja já tarde de mais", lembra o PS.
"Assumimos desde já o compromisso de que os nossos autarcas irão acompanhar esta situação de perto, e nas reuniões que já estão ou venham a ser marcadas defenderão intransigentemente os interesses da população da Freguesia de Alhos Vedros", sublinham os socialistas que apoiam o executivo comunista nesta luta. "Caberá à autarquia desenvolver todas as iniciativas que estejam ao seu alcance, com o empenho de todas as forças políticas, no sentido de tentar preservar um serviço que tanto falta faz aos cidadãos, em particular aos que necessitam de recorrer a serviços bancários presenciais e que têm dificuldades em se deslocar até às instituições mais próximas, e que é um elemento vital para o nosso comércio local", concluem os socialistas.

Agência de Notícias

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