Empresa de Palmela despede 100 trabalhadores temporários

Faurecia, o maior fornecedor da Autoeuropa, despede 100 pessoas 
Cerca de uma centena de trabalhadores temporários da Faurecia, em Palmela, deverão ser despedidos nos próximos dias, juntando-se aos mais de 600 trabalhadores despedidos por diversas empresas do Parque Industrial da Autoeuropa, informou nesta quarta-feira a Comissão de Trabalhadores. A Faurecia retomou a atividade na terça-feira, tal como a Autoeuropa, mas apenas com um terço dos trabalhadores. Os restantes estão em casa, usando os “down-days” ou ao abrigo do “lay-off” simplificado, com redução de um terço nos rendimentos. Esta fábrica não depende exclusivamente da marca alemã. Mas a outra grande cliente, que garante quase 50 por cento da produção, a Jaguar Land Rover, de Inglaterra, também só regressa ao trabalho a 24 de Maio, de forma progressiva.
Pandemia mexeu com a industria automóvel 


“Fomos informados [pela Faurecia] de que os trabalhadores com contrato precário (temporários) serão todos despedidos”, refere um comunicado da Comissão de Trabalhadores da Faurecia, salientando que estes 100 funcionários vão juntar-se aos cerca de 600 que já foram despedidos em diversas empresas do Parque Industrial da Autoeuropa, em Palmela, devido à pandemia de covid-19.
“A adicionar a estes trabalhadores temos outros tantos com perda de rendimentos salariais pela via do ‘lay-off’, desde o final de Março e que se prolongará até ao final de Maio. Ficam os contratados a termo e os efetivos, vamos ver até quando”, acrescenta o comunicado, advertindo para a necessidade de medidas eficazes para a salvaguarda dos postos de trabalho e “proteção aos trabalhadores com a perda de rendimentos”. 
A Faurecia, uma empresa de componentes automóveis instalada no Parque Industrial da Autoeuropa, anunciou no final do passado mês de Março que iria aplicar o lay-off a 178 trabalhadores, mas que tencionava manter os 520 postos de trabalho da fábrica e que estava a tentar encontrar soluções para os trabalhadores temporários. 
No entanto, de acordo com o comunicado da Comissão de Trabalhadores, tudo indica que a empresa não encontrou soluções para os referidos trabalhadores temporários, até porque o cenário do mercado automóvel não é nada animador para o futuro próximo.
“As informações que nos chegaram  na terça-feira, dia 28 de Abril, na reunião com a direção da empresa não são nada animadoras em relação aos clientes. A Autoeuropa a produzir de forma gradual, a Jaguar Land Rover com uma paragem até dia 18 de Maio e com previsão de um retomar da produção com volumes muito baixos, são preocupações em relação ao nosso futuro e dos postos de trabalho”, lê-se no comunicado.
“O mercado automóvel está com perdas de produção bastante acentuadas e com previsões de recuperação que não são nada animadoras”, acrescenta a Comissão de Trabalhadores da Faurecia, considerando que os postos de trabalho estão em causa devido a uma redução drástica do consumo, numa altura em que, devido à pandemia, “comprar um automóvel não será um bem essencial para os que perderam os seus rendimentos e postos de trabalho”.
 “São necessários incentivos para a compra de automóveis. Uma economia sem consumir será um desastre”, sublinha a Comissão de Trabalhadores da Faurecia que manifesta-se muito preocupada com estes despedimentos, a que já se juntam mais outros nas mesmas condições noutras empresas do parque industrial da Autoeuropa, em Palmela, e que já rondam o milhar.

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