Governo quer isolamento sonoro na Baixa da Banheira

António Costa equaciona alargar reabilitação de edifícios do concelho para ter aeroporto 

Esta segunda-feira, o Governo esteve reunido com o autarca da Moita, Rui Garcia, durante mais de duas horas e do encontro resultaram alguns compromissos. Depois da reunião, o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, anunciou que haverá um “trabalho suplementar” para minimizar o impacto sonoro da infraestrutura que o Governo quer construir no Montijo. Apesar de reconhecer que estas são boas notícias, o autarca Rui Garcia considera que são medidas insuficientes. “Mesmo que os efeitos sejam mitigados continuamos a achar que não são suficientes, porque poderiam não ser nenhuns”, disse, citado pelo Público, garantindo que o parecer do município manter-se-á negativo. Esta terça-feira, António Costa reúne com o presidente da Câmara do Seixal, Joaquim Santos.
Governo quer confortar população da Baixa da Banheira 


O ministro do Ambiente anunciou que será avaliada a necessidade de alargar a reabilitação de edifícios na Baixa da Banheira, na Moita, para minimizar o ruído causado pelo novo aeroporto, mas o autarca mantém-se contra a infraestrutura.
Segundo João Matos Fernandes, a Câmara da Moita, "desenhou uma Área de Reabilitação Urbana para a Baixa da Banheira" que tem uma "área superior" às intervenções já previstas e que serão financiadas pela ANA - Aeroportos de Portugal.
"Para todo esse território vamos trabalhar com uma equipa técnica que vai ser constituída já, para que a Área de Reabilitação Urbana e as suas intervenções previstas, que são também no espaço público, venham todas elas a ser concretizadas", adiantou o governante, em declarações aos jornalistas na residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa.
O anúncio aconteceu depois de uma reunião com o autarca da Moita, que se tem pronunciado contra a construção do aeroporto na Base Aérea n.º 6, no Montijo, o que colocou o projeto em risco porque, segundo a lei, a inexistência do parecer favorável de todos os concelhos afetados "constitui fundamento para indeferimento".
Matos Fernandes admitiu que persiste "um pano de fundo de divergência de opiniões", mas garantiu que o Governo "não desvaloriza em nada os impactos ambientais, que, no caso do ruído, serão objetivamente aumentados no concelho da Moita e muito particularmente na Baixa da Banheira e no Vale da Amoreira".

Moita diz não ao Montijo 
Apesar de reconhecer que estas são boas notícias, o autarca Rui Garcia considera que são medidas insuficientes. “Mesmo que os efeitos sejam mitigados continuamos a achar que não são suficientes, porque poderiam não ser nenhuns”, disse, citado pelo Público, garantindo que o parecer do município manter-se-á negativo.
“Achamos que é uma má opção e que devia ser alterada. Os efeitos são de tal forma gravosos e as tentativas de o atenuar não são suficientes”, afirmou Rui Garcia, que considera que o encontro serviu para “reafirmar as posições das duas partes” que não chegaram a acordo.
Reconhecendo o impactos da poluição sonora, Matos Fernandes anunciou que as zonas de residência que serão afetadas pela construção do novo aeroporto serão alvo de intervenções nas suas janelas, portas e terraços de forma a reduzir o impacto sonoro da passagem de aviões. Mas esta medida não convence o autarca da Moita.
Segundo o ECO, esta terça-feira, espera-se que o primeiro-ministro António Costa reúna também com o presidente da Câmara do Seixal, Joaquim Santos.

Agência de Notícias com Lusa 

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