Distrito de Setúbal confirma 83 casos de Covid-19

Só Palmela e Litoral Alentejano não registam casos. Almada e Seixal apresentam números preocupantes 

Os dados revelados esta terça-feira pela Direcção-Geral de Saúde informam que o distrito de Setúbal tem 83 casos confirmados de Covid-19. Com informação divulgada concelho a concelho, a situação no distrito de Setúbal é a seguinte, por município: 31 em Almada, 21 no Seixal, 10 em Setúbal, cinco no Barreiro e no Montijo. Há ainda quatro casos em Sesimbra e na Moita e três pessoas em Alcochete. Palmela - e os quatro concelhos do litoral alentejano [Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines] - são, por agora "limpos" de casos do novo coronavírus. No país há 2.362 pessoas infetadas pelo novo coronavírus (mais 302 que ontem ), a grande maioria (2.159) está a recuperar em casa e 203 estão internadas, 48 das quais em Unidades de Cuidados Intensivos, um pouco por todo o país. Há a lamentar a morte de 33 pessoas devido a pandemia. 
Coronavirus fechou quase todo o comércio do distrito

Lisboa é o município com mais casos positivos de coronavírus, mas a região norte do país continua a ser a mais fustigada. O último boletim com a situação epidemiológica em Portugal, da Direção-Geral da Saúde, divulgado esta terça-feira conta com uma novidade: a caracterização demográfica relativa a 54 por cento dos casos confirmados de infeção por Covid-19 em Portugal. Desta forma, é possível constatar que Lisboa lidera a lista, com 175 casos confirmados. Seguem-se o Porto com 126, a Maia com 104, Vila Nova de Gaia com 68, Valongo com 65 e Gondomar com 56. Há também 55 casos a registar em Ovar. 
No distrito de Setúbal, Almada e Seixal, com 31 e 21 casos respetivamente, lideram as estatísticas. Setúbal tem até ao momento 10 casos confirmados. Barreiro e Montijo têm cinco pessoas com o novo coronavírus em cada município. Seguem-se Moita e Sesimbra com quatro doentes e Alcochete fecha o grupo com três casos já confirmados.
Palmela - e os quatro concelhos do litoral alentejano [Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines - são, por agora, os únicos concelhos onde o covid-19 ainda não entrou. Ainda assim, diz a Direção-Geral da Saúde, "é importante manter a atenção, a etiqueta social e manter toda a comunidade vigilante". 

Portugal tem 2362 casos confirmados e 33 mortes
Há 33 mortes em Portugal (mais dez do que na segunda-feira) e 2362 casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus em Portugal, mais 302 do que no dia anterior – o que corresponde a uma variação de 15 por cento. Das vítimas mortais, 63 por cento tinham uma idade superior a 80 anos. Ao todo, 22 pessoas recuperaram.
Inicialmente, a Direcção-Geral da Saúde avançou 30 mortes, incluindo um primeiro óbito nos Açores que, afinal, se tratava de um paciente que não estava infectado com o novo coronavírus. No comunicado em que corrige essa informação, emitido pelas 16h25 de ontem, a Direcção-Geral da Saúde dá conta de três outros óbitos, que “foram conhecidos após publicação do boletim”.
Na região Norte do País, a mais fustigada, foram detetados 1130 casos positivos, no centro são 293, na Grande Lisboa 852, no Alentejo são seis e no Algarve são 46. Já nos Açores há registo de 12 infetados e 11 na Madeira. 
Das 203 pessoas internadas, há 48 internados em unidades de cuidados intensivos (mais um do que na segunda-feira). Há 1783 pessoas que aguardam resultado laboratorial.
O boletim da Direcção-Geral da Saúde desta terça-feira passou a incluir o grupo etário das pessoas que morreram e também quais as cidades onde há casos confirmados de covid-19. Entre as vítimas mortais, 21 tinham mais de 80 anos, cinco homens entre 70 a 79 anos, quatro homens entre 60 a 69 anos e três pessoas entre 50 e 59 anos.

Mais testes, mais ventiladores e mais gente a ter que ficar em casa 
Na sexta-feira, o Governo decretou que as pessoas com mais de 70 anos, bem como os imunodeprimidos e portadores de doença crónica (como hipertensos, diabéticos, doentes cardiovasculares, portadores de doença respiratória crónica e doentes oncológicos), estão sujeitas a um dever especial de [auto]protecção, o que significa que só podem sair à rua com alguns objetivos específicos, mais restritos do que quem não tem essas doenças.
A imprensa noticiou nesta terça-feira que o Estado está a pagar cem euros por cada teste para detectar a infecção pelo novo coronavírus aos laboratórios privados com que possui acordos. Desde quarta-feira que têm estado a abrir em todo o país vários centros de testes da covid-19, a maior parte dos quais parcerias entre laboratórios privados, câmaras municipais e autoridades regionais de saúde. 
No entanto, uma grande parte das análises que estão a ser realizadas nestes centros e em instalações privadas dos próprios laboratórios é paga pelos particulares, que são obrigados a desembolsar entre 100 e 150 euros para saber se estão infectados com o novo coronavírus. Isto porque, para fazerem os testes gratuitamente, os utentes têm de ser encaminhados pelos centros de saúde ou pela Linha SNS24, cujos problemas de congestionamento têm sido amplamente denunciados. 
O primeiro-ministro, António Costa, disse na segunda-feira que o Governo encomendou 280 mil testes de diagnóstico – 80 mil chegarão ainda esta semana, diz. E comprou à China 500 ventiladores, que custaram 9,3 milhões de euros. 
Nesta terça-feira, foi também noticiada a criação de um kit de diagnóstico português ao novo coronavírus. Usa reagentes fabricados em Portugal e, dentro de poucos dias, o instituto científico que o criou espera começar a fazer 300 testes por dia.
Pelo mundo, a pandemia já fez mais de 16.500 mortes e, desde o início do surto, foram identificados mais de 377 mil casos de infecção.

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