Barreiro quer pôr Mata da Machada ao serviço da cidade

Plano a cinco anos quer dar nova vida à Mata da Machada e Rio Coina e atrair população


A relocalização do parque de merendas da Mata Nacional da Machada, no Barreiro, e a regularização e recuperação paisagística do parque de estacionamento, são duas das medidas consideradas “urgentes” pelo plano de acção da Reserva Natural Local que o município barreirense apresentou. O encontro juntou  dezenas de interessadas na reflexão sobre o futuro daquele que é considerado o “pulmão” do Barreiro. Bruno Vitorino, vereador que tutela a divisão de Sustentabilidade Ambiental, revelou que um dos objetivos da autarquia passa por aumentar a participação da população para “uma política integrada que valorize o espaço e os seus valores naturais, e que permita que as pessoas possam usufruir da riqueza da biodiversidade, da tranquilidade e da paz de espírito que estes lugares nos podem proporcionar”. Segundo a autarquia, metade da população do Barreiro “ainda não conhece ou foi à Mata da Machada”.  
Mata da Machada é o maior "pulmão verde" do concelho 

Satisfeito pelo trabalho que tem sido desenvolvido pelos serviços, mas apostado na defesa do muito que ainda falta fazer nesta zona considerada pulmão verde do Concelho, Bruno Vitorino, vereador responsável pela Divisão de Sustentabilidade Ambiental e Eficiência Energética do município, elogiou a grande participação que este tipo de matérias tem tido, graças ao esforço conjunto das entidades e de muitos barreirenses na defesa dos valores naturais que temos na reserva local.
Apesar de a Mata da Machada ser gerida pelo Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, “a autarquia tem investido e trabalhado para colocar este espaço, único no Concelho, ao serviço do Concelho, das instituições e da população”, defendeu o autarca. 
Neste sentido, continuou, “a implementação do Plano de Ação na  Reserva Natural Local do Sapal do Rio Coina e Mata da Machada, resultará num espaço mais ordenado e cuidado, em que se privilegia a conservação, proteção, recuperação e compatibilização da utilização deste espaço por todos”. 
Por tudo o que a Mata da Machada e o Sapal do Rio Coina representam para o Barreiro e para os barreirenses, “é imperativo que exista uma estratégia integrada que continue a valorizar e preservar estes locais, conjugando o seu património ambiental com a vertente de lazer, para que possamos atrair cada vez mais visitantes e reforçar o seu valor como um fator de referência do próprio Concelho”, diz o vereador.

Plano para melhorar espaço
O plano, elaborado para um horizonte de cinco anos, assenta em quatro eixos considerados fundamentais. O primeiro sobre a valorização e conservação de valores naturais, seguindo-se a área da comunicação e educação ambiental, com a animação e a criação de publicações.
O terceiro eixo diz respeito à visitação e o quarto à gestão e avaliação, que consiste em executar e monitorizar as acções daquele território, identificando o seu sucesso e a relação da reserva nacional com os seus pares e milhares de utilizadores.
No que toca ao edificado existente na mata (estruturas que fazem parte da zona de promoção da visitação), a Câmara do Barreiro defende que devem ser ainda combatidas lacunas como a inexistência de um espaço de acantonamento para escoteiros, casas-de-banho de acesso público e infraestruturas de saneamento.
O documento refere também a existência de acordos com entidades para garantir a recuperação e revitalização dos antigos viveiros, das casas de apoio e da Casa do Guarda, para “proporcionar um espaço de estadia aos visitantes”. 
De acordo com a autarquia, outros espaços serão ainda alvo de intervenção para acolher as atividades de apoio à apicultura ou à produção de alimentos. Face ao “estado de degradação” destas edificações, está previsto que “seja necessário perto de 24 meses para a realização de estudos prévios (arquitectura e especialidade), projecto e obra” naquela que é uma das maiores zonas verdes da região.

Uma mata "ainda desconhecida" pela população 
De acordo com um inquérito realizado aquando do início da atividade da autarquia, apenas 10 por cento da população do concelho reconheceu que conhecia a mata, com uma pequena percentagem a garantir que já a tinha visitado. Deste total, 90 por cento ainda não tinha visitado o espaço. Decorridos 15 anos, segundo o autarca, metade da população do concelho “ainda não conhece ou foi à Mata da Machada”.
“A Machada é nossa e isso é muito importante quando queremos preservar o património natural”, destacou Bruno Vitorino, que salientou a dificuldade que “tivemos enquanto decisores políticos, em dar ênfase e para isso também precisamos de recursos, sejam eles humanos ou financeiros”, numa área do concelho com ligação histórica à época dos Descobrimentos, apelando à participação de todos para que se entenda “a ‘jóia’ que ali temos e no que pode ajudar em toda a dinâmica socioeconómica” do Barreiro.
Recorde-se que a Reserva Natural Local do Sapal do rio Coina e Mata da Machada foi criada em Outubro de 2012, resultado do reconhecimento da autarquia e da população da importância destes espaços, para o Concelho. Esta área protegida corresponde a cerca de 800 hectares (cerca de 23 por cento do concelho) e inclui dois espaços naturais de grande valor do ponto de vista ecológico, histórico, social e paisagístico - o Sapal do Rio Coina e a Mata Nacional da Machada-, sendo essencial a promoção do seu papel na história e qualidade de vida no Concelho do Barreiro, assim como a sua proteção do ponto de vista da conservação da natureza e da biodiversidade.

Agência de Notícias com Câmara do Barreiro 

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