Pista do futuro aeroporto é curta para aviões médios. PSD questiona Comissão Europeia
Os oito signatários deste artigo sublinham que “a proposta da Vinci consiste em construir no Montijo uma pista de dimensões reduzidas e que apresenta sérias limitações de segurança na aterragem”, acrescentando que “esta pista de pequenas dimensões obriga a manter a maioria do tráfego na Portela (- 75 por cento do total, incluindo o longo curso), o que afeta a saúde de mais de 300 mil pessoas na zona de Lisboa e Loures devido ao ruído e gases poluentes emitidos, e aumenta o risco de acidentes sobre áreas densamente povoadas”.
António Carmona Rodrigues, engenheiro civil, professor da Universidade Nova de Lisboa, ex-presidente da Câmara de Lisboa; Ricardo Reis, professor da Universidade Católica; Fernando Nunes da Silva, engenheiro civil, urbanista, professor do Instituto Superior Técnico; António Segadães Tavares, engenheiro civil, autor dos projetos premiados da ampliação do aeroporto da Madeira e o Pavilhão de Portugal da Expo’ 98, entre outros; Luís Póvoa Janeiro, professor da Universidade Católica; José Furtado, engenheiro civil, especialista em planeamento estratégico de infraestruturas de transportes; António Gonçalves Henriques, engenheiro civil, professor do Instituto Superior Técnico, ex-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente; e Rui Vallejo de Carvalho, professor da Universidade Católica Portuguesa, são os autores deste artigo contestatário da opção do novo aeroporto de Lisboa no Montijo.
“A extensão mínima de pista hoje em dia recomendada na aterragem em aeroportos para voos de médio curso é de 2.450 metros. Esta é a extensão que tem a pista de Faro e que, por exemplo, o Governo francês impôs recentemente ao aeroporto de Nantes (concessão também Vinci). Com uma faixa RESA (‘Runway End Safety Area’) superior a 300 metros, as aeronaves devem ter no mínimo uma distância disponível superior a 2.750 metros antes de embater num obstáculo ou cair. A pista que se propõe construir no Montijo tem uma distância total de aterragem de 2.140 metros, o que fica muito aquém do necessário”, denunciam os autores deste artigo.
Estes especialistas chamam a atenção: “os acidentes no fim de pista são os mais frequentes e não surgem apenas por uma razão”. E insistem: “os acidentes ocorridos recentemente com aviões de médio curso deveriam fazer soar um alarme sobre a proposta da Vinci para a nova pista no aeroporto do Montijo e lembrar-nos dos riscos que estas pistas representam (…)”.
Os oito especialistas signatários deste artigo garantem que, “na proposta da Vinci, o Montijo terá uma pista com uma distância de segurança na aterragem de 2.140 metros até ao ano de 2062 (termo da concessão da Vinci), o que representa um défice de segurança inaceitável numa pista onde se querem movimentar 17 milhões de passageiros em aeronaves maiores, transportando em média 200 passageiros (atualmente 130)”.
“Esta pista terá ‘grosso modo’, um custo direto de 130 milhões de euros (65 milhões indicado no estudo de impacto ambiental mais a substituição do aterro por plataforma de betão sobre estacas). O custo da pista e da mudança militar significa um total de 250 milhões de euros numa pista com menos 330 metros de distância de segurança na aterragem que a pequena pista do aeroporto de Ponta Delgada”, asseguram estes especialistas.
Estes contestatários do aeroporto no Montijo apresentam a alternativa de Alverca, no mouchão da Póvoa, para construir o aeroporto alternativo à Portela, com um custo estimado de 150 milhões de euros e com capacidade para absorver 75 por cento do tráfego, incluindo os voos de longo curso, porque a pista teria uma extensão de 4.200 metros e uma largura de 75 metros.
“Com a solução que propõe a Vinci, quem assumirá a responsabilidade se ocorrer um acidente de fim de pista no Montijo, ou no último quilómetro antes de aterrar na Portela? Será quem propõe a solução, quem a defende, quem a aprova, ou seremos todos nós que fomos coniventes?”, questionam estes oito especialistas.
A Eurodeputada Social-democrata Cláudia Monteiro de Aguiar questionou a Comissão Europeia a propósito da limitação do comprimento da pista do futuro aeroporto do Montijo, limitação essa referida no parecer da ANAC, Autoridade nacional que certifica os aeroportos em Portugal. Os 2.400 metros de pista do novo aeroporto impedem, segundo o referido parecer, que aviões da Ryanair e de outras companhias “Low-cost” possam operar, conforme, aliás, tornado público. Esta segunda-feira, um conjunto de engenheiros, especialistas em transportes, lançarem um apelo público para “o imperativo de se corrigir um erro”, como escreveram no seu artigo conjunto publicado no jornal ‘Público’. Os oito signatários deste artigo sublinham que “a proposta da Vinci consiste em construir no Montijo uma pista de dimensões reduzidas e que apresenta sérias limitações de segurança na aterragem”, acrescentando que “esta pista de pequenas dimensões obriga a manter a maioria do tráfego na Portela. A opção Alverca volta assim, a ganhar força.
Tamanho da pista é motivo de alertas |
O cumprimento da futura pista, de apenas 2.400 metros, irá criar, assim, limitações operacionais ao aeroporto, quando se trata das aeronaves B737-800 ou maiores, significando isto menos passageiros e menor capacidade de carga. A frota da Ryanair é totalmente composta por estas aeronaves, assim como é de notar que as frotas da Luxair e da AirEurope também usam este modelo nas suas ligações.
Mais oito especialistas contra o aeroporto
Para Cláudia Monteiro de Aguiar, membro da Comissão dos Transportes e Turismo, “esta decisão coloca limitações e constrangimentos antes mesmo da conclusão do novo aeroporto”, sublinhando “ser estranho que um projeto desta dimensão e com os custos financeiros que comporta, apresente, logo à partida, condicionamentos à descolagem de alguns aviões de grande porte, não sendo esta, por isso, uma decisão séria”.
Atendendo a que este Aeroporto será, ao que tudo indica, complementar e especialmente vocacionado para a operação destas companhias low-cost e para serviços de médio curso, a eurodeputada Cláudia Monteiro de Aguiar pergunta à Comissão Europeia: “Tem conhecimento deste parecer da ANAC? Caso a resposta seja afirmativa, considera que a decisão do Governo Português foi a mais acertada e fundamentada, tendo em conta esta limitação referida no parecer da Autoridade nacional que certifica os aeroportos em Portugal?”.
Atendendo a que este Aeroporto será, ao que tudo indica, complementar e especialmente vocacionado para a operação destas companhias low-cost e para serviços de médio curso, a eurodeputada Cláudia Monteiro de Aguiar pergunta à Comissão Europeia: “Tem conhecimento deste parecer da ANAC? Caso a resposta seja afirmativa, considera que a decisão do Governo Português foi a mais acertada e fundamentada, tendo em conta esta limitação referida no parecer da Autoridade nacional que certifica os aeroportos em Portugal?”.
Oito contestatários do aeroporto no Montijo, entre os quais vários engenheiros com currículos firmados, apresentam a alternativa de Alverca, no mouchão da Póvoa, para construir o aeroporto alternativo à Portela, com um custo estimado de 150 milhões de euros e com capacidade para absorver 75 por cento do tráfego, incluindo os voos de longo curso, porque a pista teria uma extensão de 4.200 metros e uma largura de 75 metros.
Apesar de a APA – Agência Portuguesa do Ambiente ter dado ‘luz verde’ condicionada na sua Declaração de Impacto Ambiental, definitiva, mas condicionada, ao projeto, está a crescer a contestação em torno do aeroporto pretendido para o Montijo.
Esta segunda-feira, foi a vez de um conjunto de engenheiros, especialistas em transportes, lançarem um apelo público para “o imperativo de se corrigir um erro”, como escreveram no seu artigo conjunto publicado no jornal ‘Público’.Os oito signatários deste artigo sublinham que “a proposta da Vinci consiste em construir no Montijo uma pista de dimensões reduzidas e que apresenta sérias limitações de segurança na aterragem”, acrescentando que “esta pista de pequenas dimensões obriga a manter a maioria do tráfego na Portela (- 75 por cento do total, incluindo o longo curso), o que afeta a saúde de mais de 300 mil pessoas na zona de Lisboa e Loures devido ao ruído e gases poluentes emitidos, e aumenta o risco de acidentes sobre áreas densamente povoadas”.
António Carmona Rodrigues, engenheiro civil, professor da Universidade Nova de Lisboa, ex-presidente da Câmara de Lisboa; Ricardo Reis, professor da Universidade Católica; Fernando Nunes da Silva, engenheiro civil, urbanista, professor do Instituto Superior Técnico; António Segadães Tavares, engenheiro civil, autor dos projetos premiados da ampliação do aeroporto da Madeira e o Pavilhão de Portugal da Expo’ 98, entre outros; Luís Póvoa Janeiro, professor da Universidade Católica; José Furtado, engenheiro civil, especialista em planeamento estratégico de infraestruturas de transportes; António Gonçalves Henriques, engenheiro civil, professor do Instituto Superior Técnico, ex-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente; e Rui Vallejo de Carvalho, professor da Universidade Católica Portuguesa, são os autores deste artigo contestatário da opção do novo aeroporto de Lisboa no Montijo.
“A extensão mínima de pista hoje em dia recomendada na aterragem em aeroportos para voos de médio curso é de 2.450 metros. Esta é a extensão que tem a pista de Faro e que, por exemplo, o Governo francês impôs recentemente ao aeroporto de Nantes (concessão também Vinci). Com uma faixa RESA (‘Runway End Safety Area’) superior a 300 metros, as aeronaves devem ter no mínimo uma distância disponível superior a 2.750 metros antes de embater num obstáculo ou cair. A pista que se propõe construir no Montijo tem uma distância total de aterragem de 2.140 metros, o que fica muito aquém do necessário”, denunciam os autores deste artigo.
Estes especialistas chamam a atenção: “os acidentes no fim de pista são os mais frequentes e não surgem apenas por uma razão”. E insistem: “os acidentes ocorridos recentemente com aviões de médio curso deveriam fazer soar um alarme sobre a proposta da Vinci para a nova pista no aeroporto do Montijo e lembrar-nos dos riscos que estas pistas representam (…)”.
Os oito especialistas signatários deste artigo garantem que, “na proposta da Vinci, o Montijo terá uma pista com uma distância de segurança na aterragem de 2.140 metros até ao ano de 2062 (termo da concessão da Vinci), o que representa um défice de segurança inaceitável numa pista onde se querem movimentar 17 milhões de passageiros em aeronaves maiores, transportando em média 200 passageiros (atualmente 130)”.
“Esta pista terá ‘grosso modo’, um custo direto de 130 milhões de euros (65 milhões indicado no estudo de impacto ambiental mais a substituição do aterro por plataforma de betão sobre estacas). O custo da pista e da mudança militar significa um total de 250 milhões de euros numa pista com menos 330 metros de distância de segurança na aterragem que a pequena pista do aeroporto de Ponta Delgada”, asseguram estes especialistas.
Estes contestatários do aeroporto no Montijo apresentam a alternativa de Alverca, no mouchão da Póvoa, para construir o aeroporto alternativo à Portela, com um custo estimado de 150 milhões de euros e com capacidade para absorver 75 por cento do tráfego, incluindo os voos de longo curso, porque a pista teria uma extensão de 4.200 metros e uma largura de 75 metros.
“Com a solução que propõe a Vinci, quem assumirá a responsabilidade se ocorrer um acidente de fim de pista no Montijo, ou no último quilómetro antes de aterrar na Portela? Será quem propõe a solução, quem a defende, quem a aprova, ou seremos todos nós que fomos coniventes?”, questionam estes oito especialistas.
Agência de Notícias
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