Seixal volta a exigir construção do hospital no concelho

Autarquia exige ao novo Governo urgência na construção do hospital

A Câmara do Seixal aprovou, em reunião de câmara, uma tomada de posição pela construção do novo hospital. O documento aprovado refere as muitas necessidades que o concelho tem na área da saúde e a falta de investimento do Governo, destacando a construção do hospital como uma necessidade urgente que não pode ser mais adiada. Lembre-se que, na semana passada, em declarações à Rádio Renascença, o secretário de Estado da Saúde, estimava que “entre o final de 2022 e 2023” possa estar em funcionamento o novo Hospital do Seixal, localizado no Fogueteiro.
Hospital vai ser construído no Fogueteiro 

O presidente da Câmara do Seixal, Joaquim Santos, referiu a este propósito que “esta é uma reivindicação com quase duas décadas, cuja necessidade está tecnicamente fundamentada sendo visível o estado caótico atual e a incapacidade de o Estado garantir à população o acesso a cuidados de saúde condignos”.
O autarca lembrou também que “ainda na semana passada se assistiu ao encerramento da urgência pediátrica do Hospital Garcia de Orta por falta de médicos da especialidade, situação só ultrapassada, embora provisoriamente, com a afetação temporária de especialistas de outros hospitais”.
Recorde-se que o processo do hospital no concelho do Seixal mereceu, em Dezembro de 2015, a aprovação de uma resolução por parte da Assembleia da República no sentido da sua urgente construção, pela importância que assume na rede de cuidados públicos de saúde. No entanto, passados quatro anos e uma legislatura, ainda nem o projeto do hospital foi selecionado.
Durante a reunião de câmara, Joaquim Santos reforçou ainda que “o novo Governo, e em particular o senhor primeiro-ministro já indigitado, tudo tem de fazer para que este processo não pare. Estamos perante um investimento que necessita de enquadramento orçamental, sem cativações ou outros mecanismos financeiros que, na prática, venham atrasar ainda mais a sua execução”.
O documento reforça ainda que a construção do hospital no Seixal, protocolada em 2009 com a assinatura de um Acordo Estratégico com o então Ministério da Saúde e a posterior adenda a esse Acordo, em 2018, com um aumento considerável das responsabilidades e obrigações da Câmara do Seixal, é "peça fundamental para a melhoria da dignidade e das condições de vida das populações, bem como para a resolução dos problemas estruturais do Hospital Garcia de Orta e dos cuidados de saúde na região", sublinha a autarquia. 

Governo quer hospital pronto até 2023 
O novo hospital do Seixal vai ser uma das "prioridades" no novo Governo. Em declarações à Rádio Renascença, na semana passada, o secretário de Estado da Saúde, estimava que “entre o final de 2022 e 2023” possa estar em funcionamento o novo Hospital do Seixal, localizado no Fogueteiro.
Francisco Ramos admite que a população tem razão em reivindicar o atraso na construção desta unidade, mas garante que o processo está a seguir o andamento normal. “2020 será o ano de realização do projeto de arquitetura e espera-se que de abertura do concurso para a construção”, disse o governante. Este novo equipamento de saúde, adianta o Governo na portaria, caracteriza-se como Hospital de Proximidade, visando aproximar a prestação de cuidados diferenciados à população abrangida e desenvolvendo a sua atividade em ambulatório com consultas externas, cirurgias de ambulatório e meios complementares de diagnóstico e terapêutica diferenciados.
O Governo prevê ainda a existência de espaços que permitam a utilização partilhada entre o Agrupamento de Centros de Saúde Almada-Seixal e o novo hospital, bem como outras instituições ou entidades, visando o estabelecimento de parcerias para o desenvolvimento de projetos em algumas áreas, nomeadamente, doenças crónicas (diabetes, hipertensão, reabilitação cardíaca), promoção da vida ativa e envelhecimento saudável.
A nova unidade deverá ser construída numa zona de pinhal à beira da A33, no Fogueteiro.
O Garcia de Orta, que tem sido notícia pelo encerramento recorrente da urgência pediátrica, serve uma população estimada de 450 mil pessoas [de Almada e Seixal] e, por isso, está sujeito a uma grande pressão.

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