Novo estudo chumba Montijo e propõe Alverca

Novo aeroporto poderá ir para Alverca diz um novo estudo...

Alverca pode ser uma alternativa ao Montijo para a expansão do aeroporto de Lisboa. Os defensores desta proposta apostam numa nova pista em Alverca, paralela à de Lisboa, e construída sobre um mouchão, uma das pequenas ilhas do rio Tejo. É uma solução que está, segundo os promotores, mais desenvolvida do que a do Montijo: o aproveitamento da Base Aérea de Alverca era uma hipótese considerada inviável porque a pista da Portela não é paralela à existente em Alverca, não permitindo movimentos simultâneos de descolagem e aterragem. Ao mesmo tempo, o Movimento pelo Tejo propôs o ‘chumbo’ do Estudo de Impacto Ambiental do novo aeroporto do Montijo por apresentar “impactos negativos significativos” e questiona se o projeto “será viável em termos de operacionalidade e segurança”.
Novo estudo coloca em causa a "opção Montijo" 

O estudo está concluído e diz que a infraestrutura pode estar pronta em 2024, cinco anos antes da previsão para o Montijo, com a vantagem de integrar a Portela e fazer um grande hub, ao nível dos mais modernos do mundo
O aeroporto pode ter até quatro pistas, uma delas paralela à da Portela, e capacidade para até 75 milhões de passageiros por ano.
Garantem os promotores que terá menos impactos ambentais que o Montijo e também ficará mais barato. O preço total estimado é de cerca de mil e 600 milhões de euros.
O antigo presidente da câmara de Lisboa, Carmona Rodrigues, é o rosto mais conhecido neste projeto que apresenta a solução Alverca, dias antes de a Agência Portuguesa do Ambiente apresentar a decisão quanto à viabilidade da solução Montijo. Coincidência de datas, diz Carmona, já que o estudo arrancou em 2016.
Mas esta proposta avança com a construção de uma nova pista, paralela à de Lisboa. A área disponível vai muito para além da atual base aérea.
Os defensores de Alverca querem que esta infraestrutura passe a receber os voos de longo curso e o aeroporto Humberto Delgado apenas os de médio curso.
Luis Coimbra, especialista em gestão aeroportuária, estudou durante anos as alternativas a Lisboa e, mesmo com o problema das pistas resolvido, antevê outros inconvenientes.
Os promotores do estudo sobre Alverca agora lançado dizem que a opção pelo Montijo foi da concessionária e não do Governo. Afirmam que ainda há tempo para debate nesta questão, que dizem ter consequências de longo prazo para o país.

Movimento pelo Tejo propõe chumbo do Estudo Ambiental
O proTejo – Movimento pelo Tejo propôs o ‘chumbo’ do Estudo de Impacto Ambiental do novo aeroporto do Montijo por apresentar “impactos negativos significativos” e questiona se o projeto “será viável em termos de operacionalidade e segurança”.
Num comunicado, a que a agência Lusa teve acesso, o movimento ambientalista, com sede em Vila Nova da Barquinha (Santarém), propõe que “seja emitida uma Declaração de Impacto Ambiental desfavorável” por o respetivo Estudo de Impacto Ambiental estar “em desconformidade com os normativos legais nacionais, comunitários e internacionais”.
Segundo o movimento, o Estudo de Impacto Ambiental “não estudou todas as alternativas complementares e/ou substitutivas ao atual aeroporto de Lisboa (…) que tenham em conta diferentes cenários de procura e o menor impacte ambiental possível”.
Esta postura “é contrária ao cumprimento das Diretivas Europeias, Convenções Ratificadas pelo Estado Português e à estratégia nacional de neutralidade carbónica, enquanto compromissos nacionais intergeracionais”, lê-se no comunicado.
Nesse sentido, sublinha o proTejo, além dos “impactos ambientais negativos sobre os ecossistemas estuarinos, às perturbações na avifauna e consequentemente ao risco para as aeronaves”, o projeto “apresenta uma listagem tão elevada de impactos negativos significativos (…) em praticamente todos os setores avaliados (…) que não só levam a considerar o Estudo de Impacto Ambiental como não conforme como colocam a questão se a própria ideia de um projeto deste tipo na BA6 do Montijo será viável em termos de operacionalidade e segurança, e se será legal, por violar um conjunto vasto de legislação nacional e europeia em diversas áreas”.

Agência de Notícias
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