Autarca de Sines pede reunião ao Governo

Câmara quer saber mais sobre a cessação da produção da central de carvão 

O presidente da Câmara de Sines solicitou, esta segunda-feira, uma reunião com caráter de urgência ao secretário de Estado da Energia, na sequência do anúncio da cessação da produção da central a carvão de Sines em 2023. Nuno Mascarenhas é favorável "à descarbonização da economia" e mostra interesse "na transição de um paradigma energético" e "num desenvolvimento económico mais sustentável, minimizando os efeitos" na região, o autarca do PS defendeu que "os impactos sociais devem ser tidos em consideração". A medida vai afetar 650 trabalhadores, dos quais 350 em Sines, 200 no Pego e 100 no porto de carvão.
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"Face ao anúncio do primeiro-ministro de que, a partir de 2023, a central termoelétrica de Sines iria ser progressivamente desativada, a primeira medida que tomei foi pedir uma reunião com caráter de urgência ao secretário de Estado da Energia porque temos várias preocupações", disse Nuno Mascarenhas à agência Lusa.
Afirmando-se favorável "à descarbonização da economia" e mostrando interesse "na transição de um paradigma energético" e "num desenvolvimento económico mais sustentável, minimizando os efeitos" na região, o autarca defendeu que "os impactos sociais devem ser tidos em consideração".
"Temos de ter em consideração os impactos sociais que tal medida pode acarretar para os trabalhadores, famílias e empresas que estão na região", afirmou o autarca.
Considerando que o município de Sines, no litoral alentejano, tem tido "um papel relevante ao longo dos anos na produção de energia para o país", o autarca remeteu para depois da reunião com o secretário de Estado da Energia, João Galamba, uma posição pública sobre o assunto.
"Face a este anúncio queremos saber exatamente o que vai acontecer para depois disso tomarmos uma posição pública sobre o assunto", frisou.
O primeiro-ministro anunciou no sábado que o seu novo Governo está preparado para encerrar a central termoelétrica do Pego, em Abrantes, no final de 2021 e fazer cessar a produção da central de Sines em Setembro de 2023.
António Costa destacou esta medida no discurso que proferiu após o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter dado posse ao XXII Governo Constitucional, numa cerimónia no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.
"Estou em condições de anunciar que iremos mesmo antecipar o encerramento da central termoelétrica do Pego para o final de 2021, e que a produção da central de Sines cessará totalmente em Setembro de 2023, garantidas condições de perfeita segurança de abastecimento, após a conclusão das barragens do Alto Tâmega e de uma nova linha de alta tensão que abasteça o Algarve, já planeada e prevista para meados de 2022, e que permitirá iniciar o encerramento faseado de Sines", declarou.
No programa eleitoral do PS, o calendário previsto para o encerramento destas centrais era mais distante: "Preparar o fim da produção de energia elétrica a partir de carvão, dando início a esse processo durante a legislatura, com vista ao encerramento ou reconversão das centrais termoelétricas do Pego até 2023 e de Sines entre 2025 e 2030".
No seu discurso na cerimónia de posse do Governo, António Costa repetiu a ideia de que o seu "compromisso fundamental" na nova legislatura passa por responder a quatro grandes desafios estratégicos, a começar no das alterações climáticas.

Agência de Notícias com Lusa
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