Feira Medieval regressa ao castelo de Palmela

Feira recria “inauguração da torre de menagem no reinado de D. Dinis”

Até domingo, 29 de Setembro, a Feira Medieval de Palmela recria, no Castelo e Centro Histórico da Vila, a época da “Inauguração da Torre de Menagem no Reinado de D. Dinis”, numa viagem até ao final do século XIII, período de consolidação da paz em Palmela, após os confrontos do início do século. Organizada pela Câmara de Palmela e pela Alius Vetus - Associação Cultural História e Património, “a Feira tem como grandes atractivos os desfiles, torneios, espectáculos de fogo, dança e música da época, falcoaria, acampamentos temáticos e oficinas, a par da gastronomia, artesanato e mercado medieval”, sublinha a autarquia. Destaque para o espectáculo de Dança no Ar “Ho/menagem”, pela DançArte, na Torre de Menagem. Destaque ainda para a apresentação de um novo doce com sabor medieval. O preço dos bilhetes é de três euros por dia, e a pulseira de acesso para os três dias custa seis euros. As crianças até aos 12 anos têm entrada gratuita, e podem ser adquiridos no local. 
Feira medieval invade ruas e castelo 

A abertura oficial está marcada para as 19 horas desta sexta-feira e, ao longo dos três dias, a animação será constante em vários espaços da Feira, como as Igrejas de Santiago e Santa Maria, o Revelim Norte, o Terraço Sul, a Praça de Armas, a Liça, o Anfiteatro ou a Torre de Menagem.
A Feira Medieval de Palmela 2019 parte da pressuposta construção da Torre de Menagem nos finais do século XIII, no reinado de D. Dinis. É, para Palmela, um período de consolidação da paz após os confrontos do início da centúria, que culminaram com a tomada de Alcácer do Sal e o recuo das forças muçulmanas para sul.
A fortaleza é reparada e reestruturada, a vila cresce, com os seus habitantes cristãos, judeus e mouros forros. O poder concelhio cimenta-se, sob a proteção do rei, o comércio dinamiza-se, a par das práticas artesanais, agrícolas, pastoris e pesqueiras.
O Rei D. Dinis, conhecido pelas suas boas qualidades de governante, toma medidas para fortalecer a defesa do reino: um programa de reparação e edificação de castelos e torres por todo o país. A Torre de Menagem do Castelo de Palmela terá sido uma dessas iniciativas, dotando a vila de um símbolo maior do poder concelhio. Adossada à muralha da alcáçova, virada à povoação, imponente, anunciava uma liderança cristã, um alcaide sediado no castelo com a sua guarnição, a garantia de defesa da população associada às obrigações dos peões e cavaleiros de servirem militarmente.
Em 1218, a sede da Ordem de Santiago é transferida para Alcácer do Sal e, em meados da centúria, para Mértola, acompanhando o ritmo da Reconquista. Em Palmela, permanece o comendador e alguns freires, nas instalações da alcáçova do castelo. D. Dinis desenvolve uma política de controlo das ordens militares e presta especial atenção à Ordem de Santiago, procurando autonomizá-la de Castela. 
Em 1288, através da bula Pastoralis Officii, emanada pelo papa Nicolau IV, logra obter autorização para eleger mestre provincial da ordem em Portugal. O primeiro mestre português será D. João Fernandes.
Em 12 de Setembro de 1297, D. Dinis assina o Tratado de Alcanices com D. Fernando IV de Castela, importante ato que definiu as fronteiras entre o reino de Portugal e os reinos de Castela e Leão. 
Consulte aqui o programa da Feira Medieval de Palmela.

Palmela já tem doce medieval
Sultanas, nozes, abafado, açúcar, cacau, ovos e limão são alguns dos ingredientes que estão na base da confeção deste produto artesanal, com a chancela “Palmela Conquista”.
Segundo o seu autor, o pasteleiro Domingos Cruz, da empresa Doces Afectos, o doce “é diferente de todos os outros que já fiz. Baseei-me nalguns ingredientes utilizados na época medieval e tentei transformá-los num pastel com cor e com sabor”.
Para Luís Miguel Calha, vereador da Câmara de Palmela com o pelouro do turismo “é uma honra e privilégio terem aceite este desafio formulado pelo presidente da Câmara”. Um “doce de excelência, associado à Feira Medieval de Palmela” e que vai contribuir para a sua afirmação no contexto das “feiras medievais no nosso país”, acrescentou o autarca.
Este produto artesanal vem também contribuir para a consolidação da marca Palmela enquanto território de experiências com sabor e com legado gastronómico que, nos dias de hoje, é fonte de inspiração e inovação para novas receitas que valorizam o cardápio da gastronomia e doçaria locais.
O Pastel Medieval já se encontra à venda na Casa Mãe da Rota de Vinhos (Largo de São João, Palmela) e será a estrela da doçaria na próxima Feira Medieval de Palmela, que terá lugar no Castelo durante o próximo fim de semana.

Agência de Notícias com Câmara de Palmela 
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