Governo reitera que não há opção B para o Montijo

Novo Aeroporto “não vai custar um cêntimo” ao Estado

O Governo voltou a dizer que não há uma “opção B” para o novo aeroporto, sublinhando que o Montijo está a 25 minutos de Lisboa, “não custa um cêntimo aos cofres do Estado” e tem “capacidade de expansão”. A posição do executivo surge após o ex-presidente do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) Carlos Matias Ramos, em declarações à agência Lusa, ter considerado que o futuro aeroporto do Montijo, não é uma decisão do Governo, mas sim da concessionária ANA – Aeroportos de Portugal. Para o Governo, Alcochete deixou de ser opção há uma década e que não será agora alternativa, uma vez que “é muito mais distante, muito mais caro e implicará perda de receita para o país muito significativa”.
Governo continua a insistir na opção Montijo 

Matias Ramos falou à Lusa após uma delegação da Plataforma Cívica Aeroporto BA6 não ter entregado um documento, com posições contra a construção do aeroporto na Base Aérea do Montijo, ao secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, Alberto Souto de Miranda, no Ministério das Infraestruturas e da Habitação, em Lisboa.
O também antigo bastonário da Ordem dos Engenheiros lembrou ainda que cerca de 30 mil pessoas vão ser afetadas, no Montijo, problema que, segundo o mesmo, poderia ser resolvido com a escolha do Campo de Tiro de Alcochete, que afetará cerca de 400 habitantes.
“Apesar de toda a consideração de Matias Ramos e de se compreender que continue a defender a solução Alcochete, à qual esteve muito ligado há dez anos, o certo é que em dez anos muita coisa mudou. Os seus alertas qualificados foram devidamente registados e serão tidos em conta para a melhoria do projeto. Mas não há opção B”, disse, em comunicado, Alberto Souto de Miranda.
Apesar de admitir que o contrato de concessão com a ANA “condicionou a opção do Governo”, o secretário de Estado notou que o Montijo é uma boa escolha, pois “está a 25 minutos de Lisboa e não custa um cêntimo aos cofres do Estado”.
Por outro lado, “tem uma capacidade de expansão para as próximas décadas e estará construído em 2022”. Segundo o Governo, esta infraestrutura será também ambientalmente respeitadora e irá melhorar “toda a rede de acessibilidade da margem Sul, o emprego e a economia nacionais”.
Alberto Souto de Miranda reiterou ainda que Alcochete deixou de ser opção há uma década e que não será agora alternativa, uma vez que “é muito mais distante, muito mais caro e implicará perda de receita para o país muito significativa”. No entanto, “ficará como reserva estratégica para os próximos 100 anos”, sublinhou o Governo.
“Portugal discutiu durante décadas a localização do novo aeroporto. Mas há um tempo para discutir e um tempo para decidir. E este Governo decidiu e, sobretudo, decidiu bem. O tempo agora é de decisões ambientais e de qualidade do projeto”, concluiu.
A ANA e o Estado assinaram em 8 de Janeiro o acordo para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, com um investimento de 1,15 mil milhões de euros até 2028 para aumentar o atual aeroporto de Lisboa (Humberto Delgado) e transformar a base aérea do Montijo no novo aeroporto de Lisboa.
Para o chairman da TAP, Miguel Frasquilho, a construção de um terminal no Montijo é necessária para dar resposta ao aumento do tráfego. A expansão do atual aeroporto de Lisboa para o Montijo, através da construção de um terceiro terminal, é fundamental para dar resposta ao aumento do tráfego das companhias aéreas. “Opções perfeitas nunca haverá, mas já que está uma solução em cima da mesa, é bom que se trabalhe nesta solução porque não podemos continuar eternamente à espera”.

Agência de Notícias com Lusa
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