Governo aprova investimento de 642 milhões em Sines

Novo terminal cria 1350 postos de trabalho e representa 0,28 por cento do PIB nacional 

O Governo aprovou esta semana o lançamento de um concurso público internacional para o novo terminal Vasco da Gama, no porto de Sines, num investimento de 642 milhões de euros, segundo adiantou a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino. Depois da reunião do Conselho de Ministros, a governante deu conta de que este investimento terá “um financiamento 100 por cento privado” e que a totalidade do risco será também assumida pelo futuro concessionário, sendo que o empreendimento prevê um aumento da capacidade de Sines de três milhões de TEU (unidade de medida de contentores). 
Sines vai ser o principal porto português 

Este projecto “envolve não só a construção de um cais que vai permitir a atracação simultânea de três navios dos maiores do mundo de contentores, mas também vai ter equipamentos e todas funcionalidades que permitirão colocar esse terminal nas rotas internacionais”, avançou Ana Paula Vitorino.
Num comunicado, o Ministério do Mar detalhou ainda que os estudos apontam para um prazo de concessão de 50 anos.
“Estima-se que a construção do terminal Vasco da Gama gere um impacto económico total de 524 milhões de euros representando 0,28 por cento do PIB [Produto Interno Bruto] e 0,33 por cento do Valor Acrescentado Bruto português. Estima-se que o novo terminal crie 1350 postos de trabalho directos na fase de exploração”, lê-se na mesma nota.
Além disso, o Conselho de Ministros aprovou ainda a alteração das bases da concessão do Terminal XXI, que já existe em Sines, e que contempla um investimento de 547 milhões de euros, “a suportar integralmente pela PSA [concessionária] em Sines”, realçou Ana Paula Vitorino.
As alterações à concessão prevêem a extensão do prazo do contrato em 20 anos, de acordo com o Ministério do Mar e o alargamento irá aumentar a capacidade dos actuais 2,3 milhões para 4,1 milhões de TEU.
Além disso, “a PSA Sines abdica do direito de preferência”, de acordo com o comunicado, através da revogação de uma cláusula que “assegura o afastamento de qualquer direito de preferência ou exclusividade da concessionária deste terminal”.
“O terminal XXI é actualmente o maior empregador da região, com mais de mil postos de trabalho. Este aditamento virá reforçar a criação de emprego, contribuindo para o desenvolvimento socioeconómico da região e do país”, garantiu a tutela.
No mesmo comunicado, o Ministério adiantou que “o impacto no PIB ascende a 118 milhões de euros e promoverá a criação de cerca de 4600 postos de trabalho se considerados os efeitos directos, indirectos e induzidos. Em termos directos prevê-se a criação de 900 novos postos de trabalho” no terminal XXI.
Estes dois projectos aprovados em Conselho de Ministros são justificados pela tutela com o aumento da procura.
“Sines tem vindo a registar importantes índices de crescimento neste tipo de carga, tendo nos últimos 15 anos crescido de 20 mil TEU em 2004 para mais de 1,750 milhões TEU em 2018, o que representa um crescimento de mais 8652,2 por cento a uma taxa média anual de crescimento de mais de 37,6 por cento”, referiu o Ministério do Mar.

Agência de Notícias com Lusa
Leia outras notícias do dia em 

Comentários