Funcionários municipais protestam contra novos horários
Os trabalhadores da limpeza da Câmara de Almada iniciaram uma greve contra os novos horários implementados, uma paralisação que se estende até sexta-feira e poderá ter impactos na limpeza urbana do concelho. A paralisação iniciou-se na quarta-feira, no turno das 22h30 às 5h30, e prolonga-se até sexta-feira, incluindo também piquetes de greve nos locais de trabalho, em frente aos estaleiros municipais de Vale Figueira Parque, na Sobreda, e em cinco secções de varredura espalhadas pelo concelho. Devido à "quantidade de imposições e atropelos", os funcionários da limpeza já equacionam novas paralisações, apesar de manterem a esperança de que "o executivo pondere o que está a fazer".
Segundo Pedro Rebelo, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL), a greve deve-se ao grande descontentamento pela "imposição" de novos turnos, que entraram em vigor na terça-feira.Trabalhadores não aceitam novos horários |
No inverno os funcionários da limpeza urbana, responsáveis pela varredura e corte de ervas, trabalham das oito às 16 horas e, no verão, das sete às 13 horas em regime de jornada contínua, mas o executivo, liderado por Inês de Medeiros (PS), acrescentou mais um turno das 12h30 às 18h30.
Já os trabalhadores da recolha urbana trabalham em dois turnos rotativos, das sete às 14 horas e das 22h30 às 5h30, mas a autarquia adicionou outro horário das 14 às 21 horas.
Para o sindicalista, a decisão do município é "ilegal", uma vez que está a aplicar a adaptabilidade horária (efetuada apenas em caso de necessidade), uma medida que "só é possível implementar mediante um acordo coletivo e não há nenhum acordo coletivo estabelecido com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional".
Os funcionários já equacionam novas paralisações se a situação se mantiver e defendem o "reforço de meios técnicos e humanos", em vez da "imposição" de novos turnos, que condicionam a vida de cerca de 400 funcionários.
O tribunal arbitral decretou serviços mínimos para esta paralisação, ou seja, "20 por cento do número total de efetivos", o que a autarquia justificou com o facto de ser uma altura quase de verão e de abranger o feriado municipal de Lisboa, prevendo-se uma "grande afluência às praias, a Cacilhas, ao Cristo Rei e à zona velha da cidade".
Nessa ocasião, o STAL considerou que foram decretados "serviços máximos" em vez de mínimos, visto que normalmente funcionam seis ou sete camiões de limpeza e, durante o período da greve, vão circular "quatro veículos por turno".
Agência de Notícias com Lusa
Comentários
Enviar um comentário