Câmara do Montijo adquire prédio da antiga Trabatijo

Autarquia investe 200 mil euros para requalificar edifico histórico da cidade 

A Câmara do Montijo vai comprar o prédio da antiga Cooperativa de Produção e Consumo dos Trabalhadores do Montijo (Trabatijo), bem como duas fracções autónomas do referido imóvel que estavam destinadas a garagens e que permitem o acesso ao equipamento, por um valor na ordem dos 200 mil euros, com a ideia de o reconverter num espaço cultural. “Manter a memória da Trabatijo com o espólio que ali possa existir e reconvertê-lo num espaço cultural, que permita acolher actividades como teatro ou dança, entre outras, é o objetivo da autarquia. No quintal pretendemos criar um espaço ajardinado e construir numa parte um centro de artes performativas, porventura albergando algumas associações”, sublinhou Nuno Canta, presidente do município. A proposta foi  aprovada na reunião de câmara de 2 de Maio, com os votos a favor do PS e da CDU e o voto contra do PSD. 
Trabatijo vai ser espaço cultural 

Consciente do papel marcante e da relevância histórica da Trabatijo na sociedade montijense, a câmara desenvolveu esforços e encetou negociações para adquirir para o património municipal este prédio, situado na Rua João Pedro Iça n.º 35 a 39, historicamente a sede social e o estabelecimento da Trabatijo, imóvel que fez parte da massa insolvente da Pluricoop e que, depois, foi adquirido por particulares.
A Trabatijo tem os seus primórdios associados à União dos Trabalhadores Rurais Aldegalenses, uma sociedade cooperativa de responsabilidade limitada de panificação, produção e consumo, criada em 26 de Março de 1920, com a finalidade de fornecer aos sócios, filhos ou tutelados todos os artigos indispensáveis à alimentação e prestar-lhes auxílio em caso de doença, fornecendo ajuda pecuniária.
Mais tarde, nos anos 60 do século passado, esta associação evoluiu para a Cooperativa de Produção e Consumo dos Trabalhadores do Montijo – Trabatijo, com novos estatutos e nova designação, passando a auxiliar qualquer trabalhador, independentemente da sua profissão e com a mesma finalidade e propósito de abastecimento alimentar e de proteção social aos trabalhadores.
Com a decisão de aquisição deste prédio, o município do Montijo "passa a ser proprietário de um imóvel cuja história se encontra intimamente ligada à matriz identitária do povo montijense, à defesa dos trabalhadores, à solidariedade social e ao apoio aos mais desfavorecidos", realça Nuno Canta.  
A intenção da câmara é, "posteriormente, reconverter o edifício num espaço cultural para acolher eventos e iniciativas relacionadas com as diversas artes performativas".
Para além deste imóvel, na mesma reunião de câmara foi aprovada, por unanimidade, a aquisição de duas frações autónomas do referido prédio pelo valor de  cinco mil 331 euros, sitas na Rua Professor António Caleiro e que inicialmente eram destinadas a garagens e que é propósito do município "converter num espaço ajardinado". 
O imóvel “representa um património histórico, económico e social com o mesmo valor que tem a SCUPA”, concluiu Nuno Canta.

Agência de Notícias com Câmara do Montijo

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