Abrigo quer acolhimento para crianças no Montijo

Associação defende melhores políticas de incentivo à natalidade

O V Forum Abrigo decorreu no Cinema-Teatro Joaquim d’ Almeida, no Montijo. Entre debate e reflexão sobre as novas realidades e desafios na área da intervenção infantil, o presidente da direção da Abrigo, Jacinto Pereira, revelou a intenção da instituição avançar com a construção do centro de acolhimento temporário. “O Montijo viu nascer a Abrigo e os seus projetos. Sabemos que a autarquia entende muito bem a importância da nossa intervenção social e dos nossos projetos, pelo contributo que dão ao desenvolvimento social do concelho e à melhoria significativa da qualidade de vida das crianças da nossa terra. É com base nesta convicção que anuncio hoje, aqui, a intenção da Abrigo avançar com o projeto, e consequente licenciamento, da primeira fase de construção do edifício que há muito sonhamos, em terreno cedido pelo município do Montijo”, disse Jacinto Pereira.
Abrigo debateu papel social na infância 

No evento foi, ainda, apresentado um estudo caracterizador das crianças em risco e perigo em Alcochete e no Montijo, como vetor de conhecimento sobre a sociedade local e de que forma as políticas e as leis podem ser adaptadas a regiões específicas.
O líder da Abrigo considera que o estudo pode e deve ser alargado também “ao Seixal, Almada, Barreiro e Moita” abordando deste modo “toda a realidade do arco ribeirinho sul”.
Um estudo que o presidente da Abrigo destaca como “preconizador no país, na área da protecção social de crianças e jovens, não havendo conhecimento de outra investigação com o mesmo objectivo a nível nacional”.
Sobre mudanças e reflexões essenciais à sociedade, Jacinto Pereira defende melhores políticas de incentivo à natalidade, “que permitam à mulher viver essa experiência com segurança, porque uma sociedade sem crianças e jovens não será sustentável, não terá crescimento e inovação, nem manterá estruturas públicas como a segurança social e saúde pública”.
Afirmando os progressos alcançados no Montijo na promoção dos direitos da criança, como o ensino pré-escolar público para todas as crianças a partir dos três anos, o presidente da Câmara do Montijo, Nuno Canta, abordou também os novos desafios “que exigem a nossa intervenção enquanto comunidade, como o combate ao abandono escolar, à pobreza infantil, aos maus tratos e à exploração sexual das crianças. Temos a responsabilidade coletiva de unir esforços e acordar uma agenda exigente em favor das nossas crianças”.
Também presente na sessão de abertura esteve a procuradora-geral da República, Lucília Gago, focou o seu discurso no esforço coletivo das diversas entidades para fazer face a fenómenos atuais como a delinquência juvenil, a indisciplina na escola, o bullying ou a violência no seio familiar: “urge reconhecer cada vez mais como capital o papel da prevenção, no qual a educação ocupa lugar primordial. O Ministério Público permanece, como é seu dever, fortemente empenhado na defesa do supremo interesse da criança, dando o seu contributo sempre numa lógica de incremento no âmbito das suas atribuições legais. Muito caminho já foi feito, mas muito caminho permanece por percorrer”, afirmou.
Sob o tema “Que crianças queremos, que adultos teremos? Novas realidades, novos desafios: novas respostas?”, ao longo de todo o dia, o V Forum Abrigo reuniu especialistas na área da intervenção infantil, entre os quais o professor Daniel Sampaio e o diretor do Refúgio Aboim Ascenção, Luís Villas-Boas. 
No evento foi, ainda, apresentado o tema oficial da Abrigo, intitulado “Crescer a Sorrir” da autoria do músico Rodrigo Leão.

Agência de Notícias com Câmara do Montijo 

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