Município critica “falta de respostas” do Governo à situação de seca
"O autarca critica a falta de ligação de Alqueva às barragens de Vale do Gaio e de Pego do Altar, revelando desconhecer que a barragem de Vale do Gaio está já não só ligada a Alqueva, mas a receber água desta origem desde a passada sexta-feira", acrescenta o comunicado.
Produção de arroz vai ser afetada este ano
O Agrupamento de Produtores de Arroz do Vale do Sado, de Alcácer do Sal, já estimou “uma quebra entre 20 e 25 por cento” da área de cultivo de arroz, devido à seca.
“O nível de água nas barragens de Pego do Altar e Vale do Gaio, no concelho de Alcácer do Sal, está a cerca de 50 por cento da sua capacidade, o que nos leva a prever, aqui nesta zona, uma quebra de 20 a 25 por cento da área de cultivo normal”, explicou à agência Lusa o diretor da associação, João Reis Mendes.
Com 7.500 hectares de arroz para cultivar, o dirigente da Agrupamento de Produtores de Arroz do Vale do Sado indicou que, devido à falta de chuva no último inverno para “garantir o abastecimento das barragens”, vai ser necessário “fazer um rateio da água” para rega.
Com uma “produção média anual de seis toneladas por hectare” e com “um preço médio de 280 euros por tonelada”, o cultivo do arroz é uma das principais atividades económicas de Alcácer do Sal, que, quando explorados os sete mil hectares, pode chegar a valer cerca de “10 milhões de euros”, segundo os produtores.
O presidente da Câmara de Alcácer do Sal criticou o Governo pela “falta de respostas” para enfrentar a seca na bacia hidrográfica do Sado, afirmando que o grupo de trabalho, criado em 2018, não produziu efeito. “É uma situação extraordinariamente preocupante que exige de todos nós medidas para mitigar e acelerar respostas, que há muito temos defendido e o Governo não tem tomado as medidas suficientes para resolver este problema ou para atenuar as consequências das alterações climáticas”, Vítor Proença. Com os níveis da albufeira de Pego do Altar, em Alcácer do Sal, abaixo dos 50 por cento e perante esta “dura realidade”, o autarca comunista reclama “medidas e ações”, porque, segundo diz, “se não chover, não há resposta” para enfrentar os efeitos da seca. O cultivo do arroz, que por causa da seca vai ser afetado, é uma das principais atividades económicas do concelho. O Governo diz que o concelho já é abastecido por água do Alqueva, referindo que as críticas do autarca, eleito pela CDU, são "infundadas".
Pego do Altar está a metade da sua capacidade |
“As barragens são alimentadas pela água da chuva e se não chove não há água para os agricultores. O arroz de Alcácer do Sal representa 30 por cento da produção nacional, o que significa que o país perderá, assim como os agricultores, a economia local, tudo aquilo que o arroz movimenta, mas também as pastagens, o gado e outras culturas”, alertou.
O autarca recorda que o ano passado, para atenuar os efeitos da seca que atinge a bacia hidrográfica do rio Sado, foi constituído um grupo de trabalho “que só recentemente entrou em funcionamento”.
“Em Abril do ano passado reunimos com o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, e só nove meses depois e devido à insistência da câmara municipal é que aceleradamente se veio a constituir o grupo de trabalho que é coordenado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA)”, criticou.
O grupo de trabalho defende “a ligação de Alqueva às barragens do Vale do Gaio e de Pego do Altar”, uma vez que “existem soluções técnicas” que a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas de Alqueva já ponderou”.
“Tem havido uma desvalorização muito grande em relação a esta matéria, designadamente a ligação de Alqueva a estas duas barragens [Pego do Altar e Vale do Gaio], que não é nada de extraordinário e que tem de ser feito”, apelou.
O autarca recorda que o ano passado, para atenuar os efeitos da seca que atinge a bacia hidrográfica do rio Sado, foi constituído um grupo de trabalho “que só recentemente entrou em funcionamento”.
“Em Abril do ano passado reunimos com o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, e só nove meses depois e devido à insistência da câmara municipal é que aceleradamente se veio a constituir o grupo de trabalho que é coordenado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA)”, criticou.
O grupo de trabalho defende “a ligação de Alqueva às barragens do Vale do Gaio e de Pego do Altar”, uma vez que “existem soluções técnicas” que a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas de Alqueva já ponderou”.
“Tem havido uma desvalorização muito grande em relação a esta matéria, designadamente a ligação de Alqueva a estas duas barragens [Pego do Altar e Vale do Gaio], que não é nada de extraordinário e que tem de ser feito”, apelou.
Água do Alqueva já chega aos campos de Alcácer
O Governo já considerou que o presidente da Câmara de Alcácer do Sal "desconhece" que o concelho já é abastecido por água do Alqueva, referindo que as críticas do autarca, eleito pela CDU, são "infundadas".
"O Governo lamenta as declarações do presidente da Câmara de Alcácer do Sal relativamente à inexistência de respostas à escassez de água. São declarações infundadas que revelam um desconhecimento que seria fácil de colmatar com reduzido esforço", refere em comunicado o gabinete do ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Capoulas Santos.
O documento acrescenta que o concelho de Alcácer do Sal, no distrito de Setúbal, já é abastecido por água do Alqueva desde final de Março."O autarca critica a falta de ligação de Alqueva às barragens de Vale do Gaio e de Pego do Altar, revelando desconhecer que a barragem de Vale do Gaio está já não só ligada a Alqueva, mas a receber água desta origem desde a passada sexta-feira", acrescenta o comunicado.
Produção de arroz vai ser afetada este ano
O Agrupamento de Produtores de Arroz do Vale do Sado, de Alcácer do Sal, já estimou “uma quebra entre 20 e 25 por cento” da área de cultivo de arroz, devido à seca.
“O nível de água nas barragens de Pego do Altar e Vale do Gaio, no concelho de Alcácer do Sal, está a cerca de 50 por cento da sua capacidade, o que nos leva a prever, aqui nesta zona, uma quebra de 20 a 25 por cento da área de cultivo normal”, explicou à agência Lusa o diretor da associação, João Reis Mendes.
Com 7.500 hectares de arroz para cultivar, o dirigente da Agrupamento de Produtores de Arroz do Vale do Sado indicou que, devido à falta de chuva no último inverno para “garantir o abastecimento das barragens”, vai ser necessário “fazer um rateio da água” para rega.
Com uma “produção média anual de seis toneladas por hectare” e com “um preço médio de 280 euros por tonelada”, o cultivo do arroz é uma das principais atividades económicas de Alcácer do Sal, que, quando explorados os sete mil hectares, pode chegar a valer cerca de “10 milhões de euros”, segundo os produtores.
Agência de Notícias com Lusa
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