Estudo identifica problemas ambientais no Montijo

Ruído para as populações e ameaça às espécies de aves não pára aeroporto 

O estudo de impacte ambiental ao novo aeroporto no Montijo, identificou potenciais problemas em termos de ruído para as populações vizinhas e riscos para várias espécies de aves, noticiou o jornal Sol, que consultou o documento. Ainda assim, o Governo e a concessionária Vinci não vão desistir de avançar com o aeroporto na Base Aérea nº. 6.  O estudo identificou vários problemas, o que não agrada nem ao Governo nem à Vinci. As principais questões detetadas pelo estudo são o ruído para as populações que residem nas proximidades da base aérea [Lavradio, Barreiro e Baixa da Banheira] e a ameaça às espécies de aves que habitam aquela zona do estuário do rio Tejo. Mas, em vez de voltar atrás com o projeto de construção do aeroporto, o Governo e a empresa concessionária vão procurar soluções para os problemas identificados no relatório e avançar com a construção do novo aeroporto.

Estudo aponta para potenciais riscos 

“A ANA confirma que, de acordo com o prazo previsto, o estudo de impacte ambiental está finalizado e a ser submetido, sendo a submissão feita através de carregamento na plataforma da Agência Portuguesa do Ambiente”, afirmou fonte oficial da gestora dos aeroportos portugueses em resposta à agência Lusa.
Ruído excessivo e riscos para várias espécies de aves, são as principais conclusões do Estudo de Impacte Ambiental sobre a construção do novo aeroporto no Montijo.
O jornal Sol teve acesso ao documento que já está nas mãos da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). E avança que, apesar do relatório não ser do agrado do executivo e da empresa proprietária da "ANA Aeroportos", vão ser procuradas soluções para os problemas identificados.
Alverca e Monte Real são alternativas que não estão a ser levadas em consideração.
Por isso, mantém-se a intenção de fazer construir o Aeroporto no Montijo e resolver a saturação do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, por onde, só nos primeiros três meses do ano, passaram seis milhões de passageiros.
Em causa está a Avaliação de Impacte Ambiental do projeto Aeroporto Complementar do Montijo e Respetivas Acessibilidades, que foi encerrado pela APA em 25 de Julho, a pedido da ANA, que justificou esta solicitação com a necessidade de aprofundamento do estudo.
Em 29 de Março, a ANA disse à Lusa que o estudo de impacte ambiental do aeroporto do Montijo estava em conclusão e seria entregue à Agência Portuguesa do Ambiente até ao final da segunda semana de Abril.
A mesma fonte referiu, na altura, que, apesar de não haver qualquer prazo, a gestora dos aeroportos estava “a fazer o necessário para entregar brevemente o estudo de impacte ambiental à APA, correspondendo, assim, à estimativa apontada no início do ano”.
A ANA e o Estado assinaram em 08 de Janeiro o acordo para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, que prevê um investimento de 1,15 mil milhões de euros até 2028 e inclui a extensão da atual estrutura Humberto Delgado (em Lisboa) e a transformação da base aérea do Montijo.
A 4 de Janeiro, o então ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, assegurou que serão cumpridas integralmente as eventuais medidas de mitigação que venham a ser definidas pelo estudo de impacto ambiental para o aeroporto complementar do Montijo.
O primeiro-ministro, António Costa, também já disse que apenas se aguarda o estudo ambiental para ser "irreversível" a solução aeroportuária Portela + Montijo, considerando haver consenso nacional sobre o projeto.
Em 11 de Janeiro, António Costa admitiu que "não há plano B" para a construção de um novo aeroporto complementar de Lisboa caso o estudo de impacto ambiental chumbe a localização no Montijo e voltou a garantir que "não haverá aeroporto no Montijo" se o estudo de impacte ambiental não o permitir.
Em Março, a associação ambientalista Zero anunciou que tinha interposto uma ação judicial contra a APA, para que seja efetuada uma Avaliação Ambiental Estratégica ao novo aeroporto do Montijo.
Em comunicado divulgado na altura, a Zero referiu que desde o início do processo para a escolha de um local para a construção do novo aeroporto tem alertado para a necessidade de uma Avaliação Ambiental Estratégica, em vez de uma Avaliação de Impacto Ambiental.

Agência de Notícias com Lusa 

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