Aliança quer desviar aeroporto do Montijo para Alverca

Santana apela ao Governo para estudar esta solução porque “nunca é tarde” para voltar atrás

O presidente do Aliança, Pedro Santana Lopes, apontou esta terça-feira razões de “acesso”, “segurança” ou de “rapidez” para que o novo aeroporto passe do Montijo para Alverca, fazendo o “apelo” ao Governo para que siga pela “solução mais lógica e mais racional”. Tendo em conta que Alverca fica na mesma margem que Lisboa é a “solução certa, do lado certo”, defende o líder do Aliança. O fundador do novo partido e ex-lider do PSD defende ainda que a solução de Alverca é “mais valiosa” porque seria possível “aproveitar a linha ferroviária que já existe, com ligação nacional e internacional”, sendo este um “ativo inestimável” Além disso, a ligação de transportes a Alverca seria “mais rápida” face ao Montijo, que exige um investimento para o reforço “de barcos ou para a construção de uma nova ponte”.
Afinal para onde irá o novo aeroporto? 

Pedro Santana Lopes quer reabrir o debate sobre o novo aeroporto em Lisboa, apesar de o Governo já ter assinado há três meses o contrato para a construção no Montijo. O líder da Aliança considera que há motivos que deveriam levar o Governo a estudar a solução da base de Alverca, com uma nova pista paralela à do aeroporto da Portela. A localização na margem norte do Tejo, com menos ruído, mais segurança e um valor de investimento equivalente são os argumentos que, para Santana Lopes, deveriam fazer pensar o Governo na hora de escolher a localização de "uma obra fundamental para o país". 
O Presidente da Aliança, Pedro Santana Lopes, defendeu esta terça-feira que o aeroporto complementar ao de Lisboa deve ficar situado em Alverca e não no Montijo, apontando para “ganhos ambientais e socioeconómicos” para sustentar a posição. “Não há nenhuma razão que torne o Montijo preferível do que esta solução óbvia que é Alverca. Alverca é a solução mais lógica e racional”, afirmou o líder da Aliança. Pedro Santana Lopes, que falava aos jornalistas no Heliporto de Oeiras, sublinhou que a base de Alverca, no concelho de Vila Franca de Xira, “sempre foi reconhecida como uma excelente localização para um aeroporto pela sua proximidade a Lisboa”. “Está na margem com mais de 90 por cento das origens e destinos, tem uma boa acessibilidade ferroviária e o custo para a dotar dessas condições não é superior aquilo que se prevê para o Montijo”, ressalvou.
O antigo primeiro-ministro admitiu que a hipótese Alverca já foi falada no passado e afastada, mas explicou que, agora, se introduz uma “solução inovadora” relativamente à nova pista a ser construída. “Construir uma nova pista cuja orientação enforme um par de pistas paralelas independentes é uma solução, nunca avaliada, que apresenta uma relação custo-benefício competitiva”, explicou, comparando a solução com aquela que existe no aeroporto britânico de Gatwick.
Relativamente aos benefícios ambientais, o líder da Aliança referiu que a implementação da nova pista em Alverca preserva a hidrodinâmica fluvial e reduz as emissões poluentes sobre a população.
“O desvio da maioria do tráfego aéreo para pistas de Alverca leva a que na vida da concessão se verifique à volta de menos sete milhões de voos sobre a população a baixa altitude, com os correspondentes benefícios a nível do ruído e redução da probabilidade de acidente aéreo”, sublinhou o presidente do novo partido.
O líder da Aliança ressalvou que a intenção do partido não é fazer uma proposta, mas sim “um apelo ao Governo” para que reveja a opção Montijo. “Iremos agora procurar diligenciar junto do Governo, da Assembleia da República e do senhor Presidente da República este assunto para que se possa encontrar uma boa solução”, concluiu.

Governo aponta ao Montijo 
A ANA e o Estado assinaram a 8 de Janeiro o acordo para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, que prevê um investimento de 1,15 mil milhões de euros até 2028 e inclui a extensão da atual estrutura Humberto Delgado (em Lisboa) e a transformação da base aérea do Montijo.
No dia 4 de Janeiro, o então ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, assegurou que serão cumpridas integralmente as eventuais medidas de mitigação que venham a ser definidas pelo estudo de impacto ambiental para o aeroporto complementar do Montijo.
O primeiro-ministro, António Costa, também já disse que apenas se aguarda o Estudo de Impacto Ambiental para ser “irreversível” a solução aeroportuária Portela + Montijo, considerando haver consenso nacional sobre o projeto.
A 11 de Janeiro, António Costa admitiu que “não há plano B” para a construção de um novo aeroporto complementar de Lisboa caso o estudo de impacto ambiental chumbe a localização no Montijo e voltou a garantir que “não haverá aeroporto no Montijo” se o estudo de impacte ambiental não o permitir.
A 8 de Março, a associação ambientalista Zero anunciou que tinha interposto uma ação judicial contra a APA, para que seja efetuada uma Avaliação Ambiental Estratégica ao novo aeroporto do Montijo.
"A ANA - Aeroportos de Portugal confirma que o Estudo de Impacte Ambiental  está em fase de conclusão e será entregue à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) até ao final da segunda semana de Abril", disse fonte oficial, em resposta à agência Lusa.
A mesma fonte refere que, "apesar de não haver nenhum prazo", a gestora dos aeroportos está "a fazer o necessário para entregar brevemente o Estudo de Impacte Ambiental à APA, correspondendo, assim, à estimativa apontada no início do ano".
Em causa está a Avaliação de Impacte Ambiental do projeto Aeroporto Complementar do Montijo e Respetivas Acessibilidades, que foi encerrado pela APA em 25 de Julho, a pedido da ANA, que justificou esta solicitação com a necessidade de aprofundamento do estudo".

Agência de Notícias com Lusa 



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