Setúbal, Palmela e Sesimbra tiveram 615 mil dormidas

Números superaram expectativas mas é preciso diversificar a oferta de produtos regionais

Os concelhos de Setúbal, Palmela e Sesimbra, inseridos na zona da Arrábida, registaram 615 mil dormidas em 2017 e superaram as melhores expectativas, revelou esta quinta-feira, Jorge Humberto, da Entidade Regional de Turismo de Lisboa.  "De acordo com os últimos dados disponíveis, os concelhos de Setúbal, Palmela e Sesimbra tiveram um total de 615 mil dormidas na hotelaria em 2017 - 300 mil dormidas em Setúbal, 200 mil em Sesimbra e 100 mil em Palmela", disse Jorge Humberto. O responsável falava na `1ª Meia Jornada Agenda Arrábida Sado´, que decorreu em Setúbal. A polémica em torno das dragagens que a Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra pretende fazer para alargar e aumentar a profundidade do canal de navegação do estuário do Sado foi outro tema abordado no encontro. 
Turismo a crescer na região de Setúbal 

Jorge Humberto referiu ainda que o aumento do número de dormidas registados na região nos últimos anos tem vindo a superar as melhores expectativas da Entidade Regional de Turismo de Lisboa, mas advertiu que é preciso diversificar a oferta de produtos regionais, sob pena de não se tirar partido do aumento da procura por parte dos turistas estrangeiros.
"Há uma pedra no caminho: para competirmos a nível nacional e internacional precisamos de mais conteúdos", disse Jorge Humberto, que defendeu a necessidade de uma "maior diversidade" na oferta de produtos característicos da região, desde as caminhadas na serra, circuitos de enoturismo, a observação de golfinhos ou outras, apontando como um bom exemplo a recuperação do Convento de São Paulo pela Associação de Municípios da Região de Setúbal, um equipamento que estava em ruínas e que se transformou numa nova oferta cultural da região de Setúbal e da Arrábida.

As dragagens vão ter impacto no turismo 
A polémica em torno das dragagens que a Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra pretende fazer para alargar e aumentar a profundidade do canal de navegação do estuário do Sado foi outro tema abordado no encontro, em que o porta-voz do Clube da Arrábida, Pedro Vieira, reafirmou a ideia de que a "discussão pública do projeto de melhoria das acessibilidades marítimas ao porto de Setúbal não foi devidamente divulgada junto da sociedade civil".
"Foi afixado um edital na Câmara Municipal e no site Participa e foram convidadas algumas entidades, mas o Clube da Arrábida, que nos últimos anos foi quem mais alertou para o problema do desassoreamento das praias da Arrábida, não foi consultado", disse Pedro Vieira, considerando que não houve uma verdadeira preocupação de ouvir a comunidade local.
O porta-voz do Clube da Arrábida reafirmou também a ideia de que as dragagens previstas para melhoria das acessibilidades marítimas ao porto de Setúbal "vão ter um impacto dramático nas praias da região e na indústria turística, fluorescente, do estuário do Sado".
Por sua vez, o representante da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, Ernesto Carneiro, defendeu a legalidade de todo o processo e a necessidade das dragagens de alargamento e aprofundamento do canal de navegação, face à tendência de utilização de navios de maior calado.
Uma ideia corroborada por Pedro Ponte, presidente do Colégio Nacional de Engenharia Naval da Ordem dos Engenheiros, que não só defendeu a necessidade de melhoria das acessibilidades marítimas ao porto de Setúbal como também elogiou os mecanismos de salvaguarda, uma vez que as dragagens "são controladas 'à priori', durante e cinco anos depois de terem sido realizadas".
"Os navios estão a crescer. Ou os portos de adaptam ou perdem importância e ficam fora do circuito" acrescentou Pedro Ponte, que também elogiou o facto de o porto de Setúbal ter sido um dos primeiros a aplicar tarifas em função da eficiência energética dos navios.


Agência de Notícias com Lusa 

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