PCP quer construção de novo hospital no Seixal

 Jerónimo de Sousa critica atraso na obra 

O secretário-geral do PCP advertiu para a necessidade de se avançar com a construção do hospital do Seixal, uma vez que os utentes são obrigados a "grandes deslocações" em caso de urgência. No almoço comemorativo do 98.º aniversário do PCP, que decorreu no Pavilhão do Clube do Pessoal da Siderurgia Nacional, no Seixal, Jerónimo de Sousa defendeu que o Serviço Nacional de Saúde é há muito "alvo de uma grande ofensiva". Para Jerónimo de Sousa "é uma grave situação aquela que existe e os passos dados desde 2016 são manifestamente insuficientes para inverter o rumo de desinvestimento, para resolver os problemas, mas também para concretizar necessidades urgentes de equipamentos, seja de novos centros de saúde, seja a construção do novo hospital do Seixal". 
Obra do novo hospital está atrasada 

Para o líder comunista, os problemas no setor da saúde ampliaram-se com o Governo PSD/CDS-PP, devido ao "desinvestimento" e "favorecimento do negócio privado", o que teve consequências na resposta dos serviços públicos de saúde, na falta de médicos de família e na carência de meios humanos e técnicos nos hospitais, obrigando os utentes a "grandes deslocações" para ter acesso a cuidados de saúde.
Este é o caso do concelho do Seixal, que não tem nenhuma unidade hospitalar e os utentes, em caso de urgência, são obrigados a deslocar-se ao Hospital Garcia de Orta, em Almada, ou ao Hospital de São Bernardo, em Setúbal.
O processo de criação do novo hospital remonta a 2009, quando o Estado assinou um acordo com a Câmara do Seixal, mas o processo não teve desenvolvimentos nessa altura.
Após alguns avanços e recuos, no Orçamento do Estado para 2017 veio contemplada uma verba para o lançamento do concurso público do projeto de arquitetura e especialidades técnicas para a construção da unidade.
Segundo a autarquia do Seixal, o Governo comprometeu-se com a abertura do concurso público no primeiro semestre de 2017 e tanto o secretário de Estado da Saúde, como a presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo afirmaram publicamente que o equipamento estaria ao serviço da população até ao final de 2019.

Hospital estará vocacionado para os cuidados em ambulatório
O concelho é servido pelo Hospital Garcia de Orta, em Almada, que foi projetado para 150 mil habitantes e serve atualmente 450 mil, residentes nos concelhos do Seixal, Almada e Sesimbra. "Este equipamento encontra-se sobrelotado, com elevados tempos de espera nas urgências, consultas externas e nos exames complementares de diagnóstico", destaca Joaquim Santos, presidente da Câmara do Seixal.
O hospital no Seixal, um equipamento de proximidade, "irá permitir descongestionar o Hospital Garcia de Orta que, apesar de ser um hospital de referência, não tem recursos suficientes para responder a tantos utentes", sublinha o autarca.
O equipamento no concelho representa um investimento total de 60 milhões de euros. Será construído em terreno do Estado, no Fogueteiro, com o apoio da Câmara do Seixal através da isenção do pagamento de taxas municipais e a construção de acessos e infraestruturas, num valor próximo dos dois milhões de euros.
Estará vocacionado para os cuidados em ambulatório, com serviço de urgência básica 24 horas. Prevê a realização de consultas externas diferenciadas, com meios complementares de diagnóstico e terapêutica e exames técnicos em várias especialidades.
Terá 72 camas, 60 de convalescença e 12 de cuidados paliativos, 23 especialidades e unidades de cirurgia em ambulatório, de apoio domiciliário e de medicina física e de reabilitação.

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