PCP critica Almada pelo fim do almoço da mulher

Jerónimo critica autarquia  por ter posto fim a uma iniciativa com mais de 30 anos

O secretário-geral do PCP criticou o executivo da Câmara de Almada, liderado por Inês de Medeiros (PS), por ter acabado com o almoço comemorativo do Dia da Mulher, uma iniciativa que se realizava há mais de 30 anos. Este almoço do PCP é, para Jerónimo de Sousa, “uma atitude que contrasta com o PS, que assumiu como uma das primeiras decisões do seu mandato a anulação de uma iniciativa que, desde Abril, a instituição do poder local realizava: o almoço de 8 de Março onde se prestava a devida homenagem aos trabalhadores da autarquia e, em particular, às mulheres trabalhadoras”, afirmou o líder comunista. No mesmo evento, Jerónimo de Sousa aproveitou para criticar a direita, por alimentar discriminação das mulheres.
PCP reclama mais igualdade para as mulheres 

“Este é um exemplo indissociável dos retrocessos registados neste mandato no plano autárquico em que temos usado a expressão ‘Com o PS Almada Perde’. Perdem as mulheres no apoio às suas lutas específicas, num concelho de tão profundas tradições democráticas e progressistas. Perdem os trabalhadores nos seus direitos sindicais, no despedimento de 51 trabalhadores da higiene e limpeza. Perde a população do concelho”, defendeu.
O almoço comemorativo do Dia da Mulher era dinamizado pelos executivos da CDU e foi suspenso no início do mandato de Inês de Medeiros (PS). Para Jerónimo de Sousa, o facto de ter sido uma mulher a ter colocado termo ao evento é um exemplo de que “não é por haver mais mulheres neste ou naquele cargo que se altera a política” e que a questão central é “que política se decide seguir”.
No evento, o secretário-geral do PCP saudou todas as mulheres do concelho, mas em especial as trabalhadoras da câmara municipal, pela luta que travaram na “defesa das 35 horas de trabalho e pela recuperação do subsídio de Natal por inteiro ao fim de seis anos de corte”. Ainda assim, afirmou, o PCP vai continuar a apoiar a luta pela “valorização dos salários e carreiras” e por “uma vida melhor”.
“Reafirmamos o nosso empenho em lutar por uma Almada de progresso, que honre as suas tradições democráticas e de luta, em não admitir recuos na qualidade de serviço público”, frisou.

Jerónimo acusa direita de alimentar discriminação das mulheres

O secretário-geral do PCP acusou esta sexta-feira os governos de direita de alimentarem mecanismos de discriminação das mulheres, tanto na vida social, profissional ou política, fomentando “falsas políticas de igualdade”.
“A natureza das opções económicas e sociais de sucessivos governos da política de direita e de integração de Portugal na União Europeia têm invertido o rumo de Abril, já que alimentam e reproduzem mecanismos de dupla exploração, desigualdade e de discriminação das mulheres no trabalho, na família, na vida social e política”, defendeu Jerónimo de Sousa.
Contudo, na visão de Jerónimo de Sousa, na atualidade é preciso continuar a lutar, até porque o PS, PSD e CDS têm vindo a fomentar “falsas políticas de igualdade”, ocultando que o sistema capitalista proclamou “a inferioridade das mulheres na lei e na vida”.
Além disso, referiu que os partidos de direita não têm cumprido as promessas em relação à conciliação da vida profissional com a vida familiar das mulheres, à natalidade, à promoção da igualdade salarial, nem ao combate à violência doméstica.
Por este motivo, o secretário-geral do PCP lembrou que, este ano, se assinala o 45.º aniversário da Revolução de Abril e que só através de uma “nova política de esquerda” será possível lutar pelos direitos das mulheres e dar “um novo rumo ao país”.
“A efetivação dos direitos das mulheres só se concretiza com uma nova política enraizada nos valores e conquistas da Revolução de Abril. O PCP é portador de soluções de futuro ancoradas na política patriótica e de esquerda, cujos eixos centrais permitem combater a exploração, as desigualdades e a violência sobre as mulheres. É dela que emerge uma nova política de igualdade assente no cumprimento dos direitos das mulheres numa sociedade mais justa para todos”, defendeu.

Agência de Notícias com Lusa 

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