Jovens em luta pelo ambiente em Setúbal

Alunos de Setúbal, Palmela, Pinhal Novo e Alcácer do Sal exigem melhor clima 


Duas centenas de alunos de escolas dos concelhos de Setúbal e Palmela manifestaram-se a 15 de Março, na Praça de Bocage, em Setúbal,  no âmbito da Greve Climática Estudantil, ação de defesa ambiental realizada a nível mundial ao longo do dia. “Queremos Justiça Climática”, “Não existe Planeta B”, “Não comemos Petróleo, não respiramos dinheiro. SOS pelo clima” foram algumas das mensagens escritas em cartazes que os alunos dos ensinos básico e secundário da rede pública e privada de Setúbal, Palmela e Pinhal Novo, ergueram junto do edifício dos Paços do Concelho. A iniciativa, que em Setúbal foi organizada através de uma convocatória criada no Facebook pelos alunos, contou com o apoio de pais e professores, presentes na concentração. O protesto chegou também às ruas de Alcácer do Sal, onde mais de 100 alunos exigiram um "melhor ambiente para todos". 
Alunos querem respostas para as alterações climatéricas 


Duas centenas de estudantes aderiram à Greve Climática Estudantil em Setúbal, unidos contra as alterações climáticas e por mais acção na defesa do meio ambiente.
Grupo “apartidário, descentralizado e pacifista que pretende que os governos façam da resolução climática uma prioridade ” é como Mariana Marques apresenta o movimento Greve Climática Estudantil.A representante do movimento em Setúbal revela que todos os alunos das escolas do 3º ciclo de Setúbal, Palmela e Pinhal Novo foram convidados a unirem-se em manifestação frente ao edifício dos Paços do Concelho, na Praça de Bocage, em manifestação por uma sociedade responsável na actuação com o meio ambiente e a protecção da natureza”.
Em Setúbal, as reivindicações ambientais centraram-se “no processo de dragagens para a melhoria das acessibilidades ao Porto de Setúbal, que os estudantes setubalenses pretendem que sejam feitas de modo consciente, tendo em conta a importância das pradarias marinhas que podem ser destruídas durante o processo e representam o elo de ligação dos ecossistemas do Sado, enquanto morada e base alimentar de espécies marinhas”.
A par do Sado surge “o abraço com a Arrábida” pela abordagem à actuação da Secil que, “em pleno Parque Natural da Arrábida continua a explorar pedra, a destruir a paisagem e a floresta endógena”, acusa Mariana Marques.
Segundo a jovem estudante setubalense, “estas situações são o que motivam a grande receptividade do movimento em Setúbal”.
A par com as mensagens escritas, os jovens apelarem à proteção do planeta com cânticos em voz alta. “Somos o futuro, protegemos o clima” e “pelo planeta e por todos nós, juntos como uma só voz” foram algumas das frases proferidas.
“#Faz pelo Clima” é o mote da Greve Climática Estudantil nacional que durante o dia 15 de Março levou alunos de escolas a manifestarem-se, em diversas cidades, contra os efeitos das alterações climáticas, no âmbito de uma ação à escala global que decorre em cerca de 100 países e mais de 1300 locais.
Esta greve estudantil mundial tem como objetivo apelar à execução de ações concretas contra as alterações climáticas e culmina numa série de manifestações semanais iniciadas no ano passado, no âmbito do movimento “”SchoolStrike4Climate”, criado pela jovem sueca Greta Thunberg, de 16 anos, nomeada para o prémio Nobel da Paz.

Estudantes esperavam mais do Governo
Após reunir recentemente com o Ministro do Ambiente, o movimento Greve Climática Estudantil “esperava uma reacção mais pró-activa da parte do nosso Governo”, assume Mariana Marques. “Contudo, não pudemos ver o todo como algo negativo. Fomos recebidos. Escutaram o que tínhamos a dizer. São pequenos passos. Um de cada vez e chegarmos lá”.
E, para Mariana Marques, o local onde querem e precisam chegar é “à mudança de comportamentos dos nossos líderes, nacionais, europeus, mundiais. Por isso, hoje, a greve estudantil protesta contra a inacção por parte dos governos face às alterações climáticas”.
Os estudantes portugueses exigem ainda “ao governo português que faça da resolução da crise climática a sua prioridade”. Contexto em que erguem a bandeira desta greve “para chamar à atenção sobre a crise climática e apelar à sua urgente resolução”.

Estudantes de Alcácer do Sal também na rua 

Cerca de uma centena de alunos do 7º, 8º e 9º anos da Escola Secundária de Alcácer do Sal manifestaram-se na Praça Pedro Nunes, com o objectivo de chamar a atenção para a necessidade de tratar a crise climática como uma prioridade.
No decorrer do protesto, os alunos subiram ao Salão Nobre dos Paços do Concelho onde foram recebidos pelo presidente da Câmara de Alcácer do Sal, Vítor Proença, e pelos vereadores Ana Soares e Nuno Pestana.

Agência de Notícias

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