Fabrica de Palmela é uma das maiores exportadora do país

Autoeuropa vai investir 110 milhões este ano

A Autoeuropa registou no ano passado um aumento de 106 por cento na produção relativamente a 2017 e já representa 1,6 por cento do Produto Interno Bruto, anunciou a empresa nesta quarta-feira, baseando-se nos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística. De acordo com a administração, em 2018, a fábrica de Palmela registou também um aumento de 67 por cento na exportação de bens e teve um impacto de cinco por cento no valor das exportações portuguesas. O responsável pela supervisão das fábricas da Volkswagen, Andreas Tostmann, não ficou satisfeito com a demora na resolução dos problemas que levaram à greve dos estivadores de Setúbal, onde é escoada a produção da Autoeuropa. Em entrevista ao jornal Público, Andreas Tostmann referiu até que esteve perto de ordenar uma paragem forçada da produção. No entanto, os alemães vão investir 110 milhões este ano em Palmela. 
Mais de 223 mil carros foram produzidos em Palmela

Segundo uma nota de imprensa da Autoeuropa, "estes indicadores revelam o impacto positivo que a fábrica de Palmela teve na economia nacional no ano transacto, período em que foram produzidas 223 mil 200 unidades (mais 106 por cento que em 2017), um volume que equivale a 75 por cento de toda a produção automóvel em Portugal".
De acordo com a Autoeuropa, além do aumento de produção de automóveis, a unidade de prensas também contribuiu para o aumento significativo de produção do ano passado, com a exportação de cerca de 20 milhões de peças, resultado que "reforçou o papel da Volkswagen Autoeuropa como segundo maior exportador nacional". O comunicado da Autoeuropa sublinha ainda que a empresa está entre os maiores empregadores nacionais.
A Autoeuropa salienta ainda que tem previsto para o ano de 2019 um novo investimento de 110 milhões de euros, com o objectivo de aumentar a capacidade de produção do T-Roc.
Este investimento de 110 milhões de euros na fábrica de Palmela, que tem actualmente cerca de 5800 colaboradores, destina-se, também, à expansão da unidade de cunhos e cortantes, responsável por vários projectos para o grupo Volkswagen.
O documento refere também que “o barómetro interno de opinião, que contou com a participação anónima de 84 por cento dos colaboradores, revelou um índice de satisfação geral de 81,5 por cento”.
Recorde-se que a marca Volkswagen está presente em mais de 150 mercados em todo o mundo e produz veículos em 14 países.
A Autoeuropa está a produzir diversos modelos para a marca alemã, designadamente os monovolumes Volkswagen Sharan e Seat Alhambra, bem como o novo T-Roc, veículo responsável pelo aumento significativo da produção na fábrica de Palmela.
Petrogal e Autoeuropa lideram o ‘ranking’ das 10 empresas que mais exportaram em 2018, de acordo com dados pedidos pela Lusa ao INE, no dia em que a fábrica de Palmela anunciou que representou 1,6 por cento do PIB.
A Navigator fecha o pódio das empresas que mais exportaram em 2018, liderado pela Petrogal, que foi a principal exportadora no ano transato, seguida pela Volkswagen Autoeuropa, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) solicitados pela Lusa.

Alemães querem estabilizar fabrica de Palmela
O supervisor das fábricas da Volkswagen no mundo ficou descontente com a demora da resolução da greve em Setúbal.
O responsável pela supervisão das fábricas da Volkswagen, Andreas Tostmann, não ficou satisfeito com a demora na resolução dos problemas que levaram à greve dos estivadores de Setúbal, onde é escoada a produção da Autoeuropa. Em entrevista ao jornal Público, em Fevereiro, Andreas Tostmann referiu até que esteve perto de ordenar uma paragem forçada da produção.
“Naquela altura, mais de 21 mil veículos aguardavam envio para os clientes. A nossa distribuição estava bloqueada. Não tínhamos mais área para estacionar a produção. Por isso, a fábrica teria de parar de produzir”, aponta o responsável. “Esta paragem não teria afetado apenas os 5800 trabalhadores da Autoeuropa, mas também os de todas as empresas do parque industrial adjacente”.
O supervisor releva que a estratégia do grupo para recuperar terreno é investir na produção mas com menos trabalhadores. No entanto, Andreas Tostmann garante que não haverá saídas na fábrica de Palmela, por enquanto.
De acordo com o supervisor, o grupo arrancou com uma estratégia global de transformação que vai pôr em marcha nos próximos cinco anos, com o objetivo de ganhar mais eficiência. Andreas Tostmann pede ainda "estabilidade", para não se comprometer o investimento em Portugal.

Agência de Notícias com Lusa 



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