Cacilhas, Seixal e Montijo vão ter barcos novos

Primeiro barco novo para renovar frota da Transtejo chega no fim de 2020

Já foi assinado o lançamento do concurso público para a compra de 10 novos catamarãs, que vão renovar a frota da Transtejo. O Governo vai gastar 57 milhões na compra das embarcações, a que se somam mais 33 milhões no contrato de manutenção válido até 2035. O primeiro navio deverá chegar no final de 2020, com mais três embarcações a serem entregues em 2021, seguindo-se um ritmo de entrega de dois navios por ano até 2024. As ligações abrangidas pelo plano de renovação serão Cacilhas, Seixal e Montijo. Os 10 novos navios serão todos iguais, de forma a otimizar não só a formação dos mestres, mas também de modo a facilitar a troca de peças sobresselentes entre os barcos. O primeiro-ministro afirmou que só o investimento agora realizado pelo seu Governo na Transtejo, na ordem dos 90 milhões de euros, supera em valor todos os que foram feitos pelo anterior executivo PSD/CDS-PP nos transportes públicos.

Primeiro barco chega no final de 2020 

O concurso para aquisição e manutenção de 10 novos navios para a Transtejo, num contrato de 16 anos e de cerca de 90 milhões de euros, já foi  publicado em Diário da República. Segundo a portaria, em causa está um investimento de 89,9 milhões de euros, sendo cerca de 57 milhões de euros disponibilizados para a aquisição dos barcos e os restantes 33 milhões para a manutenção. O plano de renovação da frota da Transtejo, que inclui a compra de dez novos barcos, foi aprovado em 10 de Janeiro em Conselho de Ministros, onde ficou definido que o primeiro catamarã deve entrar em circulação a partir do final do próximo ano.
O primeiro-ministro afirmou que só o investimento agora realizado pelo seu Governo na Transtejo, na ordem dos 89 milhões de euros, supera em valor todos os que foram feitos pelo anterior executivo PSD/CDS-PP nos transportes públicos.
António Costa falava no Cais do Sodré, no final da cerimónia de lançamento do concurso internacional para a aquisição, até 2024, de dez novos navios da Transtejo e Soflusa - embarcações que vão reforçar as ligações fluviais entre Lisboa, Cacilhas, Seixal e Montijo.
Só neste concurso está previsto um investimento superior a todo o investimento que foi feito na legislatura anterior em todos os sistemas de transportes públicos. Não é só na Soflusa e na Transtejo, mas na Carris, no metro, nos STCP e na Refer", declarou o líder do executivo.
Numa nova alusão ao período de assistência financeira de Portugal, entre 2011 e 2014, António Costa considerou que o investimento nos transportes urbanos demonstra que o país "está a recuperar das feridas que foram abertas pela crise".
Até hoje, o esforço de investimento já representou 260 milhões de euros. Cada euro que gastamos tem de possuir duas finalidades: Recuperar das feridas da crise e preparação para o futuro", advogou.
Após intervenções do ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, dos presidentes das câmaras de Lisboa e de Almada, respetivamente Fernando Medina e Inês de Medeiros, e da presidente da Transtejo e Soflusa, Marina Ferreira, António Costa defendeu que o seu Governo apostou "num sistema em que cronicamente não se investia".
Além da questão da mobilidade das populações das áreas metropolitanas e suas consequências económicas e sociais, o primeiro-ministro referiu-se também ao desafio da "mitigação das alterações climáticas".
Se queremos vencer os desafios das alterações climáticas, temos de investir na descarbonização da sociedade. Alterar o paradigma da mobilidade não é só mudar do diesel para o elétrico, mas também do transporte individual para o coletivo. O transporte coletivo não pode ser a fatalidade de quem não tem recursos", sustentou o primeiro-ministro.
A presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros, defendeu que a aposta no transporte fluvial "é a forma mais rápida, mais limpa e mais eficiente" para se chegar a Lisboa, numa breve intervenção em que apelou "ao trabalho em conjunto" de todos os municípios da área metropolitana.
Já Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa, referiu que o rio Tejo tem sido encarado pela população das duas margens como "uma barreira" em termos de mobilidade.
"O rio deve ser uma estrada e não uma barreira", frisou, num curto discurso em que salientou a importância das medidas para a redução do preço dos passes sociais e para a existência de um tarifário único.

Frota da Transtejo/Soflusa é composta por 28 navios
Em Janeiro, o secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, José Mendes, disse à agência Lusa que “há um apoio do Programa Operacional de Sustentabilidade no Uso de Recursos, de 15 milhões de euros, e um financiamento do Fundo Ambiental na ordem dos 40 milhões de euros, sendo o restante através do orçamento da Transtejo” para a aquisição de novos meios.
José Mendes ainda adiantou que se prevê a entrega de três navios em 2021 e seis “ao ritmo de dois a cada ano”, contando que em 2024 serão entregues dez navios.
Em Janeiro, o presidente da Associação de Municípios de Setúbal, Rui Garcia, saudou a aprovação do plano de renovação da frota da Transtejo anunciado pelo Governo.
Atualmente a frota da Transtejo/Soflusa é composta por 28 navios, dos quais 18 são catamarãs, três são ‘ferries’ para passageiros e veículos, cinco cacilheiros e dois monocasco. Segundo um relatório da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, datado de Abril de 2018, mais de 16 milhões de pessoas atravessam o rio todos os anos, com o trajeto Terreiro do Paço-Barreiro a ser o mais concorrido, com 7,7 milhões de passageiros, seguido do trajeto Cais do Sodré-Cacilhas com mais de 5,8 milhões de passageiros por ano. 
De acordo com o mesmo documento, e considerando o período de Janeiro a Outubro de 2017, a Soflusa tinha suprimido 1519 viagens programadas, o que levou a uma série de incidentes durante o mês de Outubro daquele ano. A entrada em funcionamento da nova frota, mais eficiente em termos ambientais, vai permitir à empresa reduzir para cerca de metade as emissões de dióxido de carbono da sua operação.
A Transtejo é a empresa responsável pelas ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão e Lisboa. a Soflusa faz a ligação entre o Barreiro e a capital. 


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