Seixal quer resolução dos problemas da Transtejo

Autarquia quer mais barcos e parque estacionamento gratuito  


A Câmara do Seixal aprovou, em reunião de câmara, uma tomada de posição pela melhoria do serviço público de transporte prestado pela Transtejo, bem como diversas comparticipações financeiras ao movimento associativo do concelho, no valor de cerca de 820 mil euros. É ainda solicitado que a Câmara do Seixal possa assumir a gestão do parque de estacionamento do Terminal Fluvial do Seixal, exigindo tratamento idêntico ao adotado para o Cais do Seixalinho, no Montijo, que é gratuito para os utentes dos barcos. Foi ainda adjudicada a aquisição de um comboio elétrico solar, no âmbito do desenvolvimento do Laboratório Vivo para a Descarbonização da Baía do Seixal.

Autarquia quer parque de estacionamento gratuito 


No que se refere à tomada de posição, entende a autarquia que o transporte fluvial no rio Tejo assume uma enorme e estratégica importância na mobilidade das populações da Área Metropolitana de Lisboa, estando constantemente a ser posto em causa por uma política assente na redução do número de trabalhadores e das ações de manutenção regular das frotas da Transtejo, conduzindo a vários cortes na oferta de transporte e à recorrente supressão de carreiras programadas.
O presidente da Câmara Municipal do Seixal, Joaquim Santos, lembrou que “desde Janeiro de 2011, a Transtejo tem vindo a suprimir as carreiras que ligam o Seixal ao Cais do Sodré, prejudicando os munícipes que utilizam diariamente este meio de transporte nas suas deslocações, forçando-os a procurar alternativas, entre as quais o transporte próprio, com todos os inconvenientes que tal acarreta. O problema agudizou-se ainda mais recentemente, tendo em conta que o transporte fluvial Seixal-Lisboa e Lisboa-Seixal é efetuado apenas por uma embarcação, resultando em cortes diários de várias ligações”.
O autarca acrescentou ainda que “esta é uma situação conhecida, debatida, identificada e repleta de promessas sem que nada tenha sido feito, apesar das várias reuniões e reivindicações das comissões de utentes e da autarquia, e de, em Junho de 2017, o Ministério do Ambiente ter anunciado um investimento de 10 milhões de euros para o plano de manutenção da frota de navios da Transtejo e Soflusa, promessa que o Governo veio a reiterar em 2018”.
No documento aprovado, a autarquia exorta o Governo a intervir de forma eficaz neste processo e a avançar para a aquisição urgente de embarcações capazes de garantir a regularidade das ligações fluviais entre o Seixal e Lisboa, sendo que até lá é fundamental que se colmate a insuficiência de barcos da Transtejo através do recurso a soluções de curto prazo que resolvam o problema.

Pela gratuitidade do estacionamento no terminal fluvial
É ainda solicitado que a Câmara do Seixal possa assumir a gestão do parque de estacionamento do Terminal Fluvial do Seixal, exigindo tratamento idêntico ao adotado para o Cais do Seixalinho, no Montijo.
Face ao estacionamento abusivo nas imediações por parte dos utilizadores do transporte fluvial, como forma de evitarem o pagamento da elevada tarifa cobrada pela concessionária do parque de estacionamento de apoio ao Terminal Fluvial do Seixal, a Câmara do Seixal encetou, em Maio do ano passado, conversações com a Transtejo, propondo-se a estabelecer uma parceria com vista à fixação das condições de gestão e funcionamento do parque de estacionamento do Terminal Fluvial do Seixal, a serem asseguradas pela autarquia, parque este que se encontra manifestamente subutilizado e com défices de manutenção ao nível do pavimento pedonal, dos pavimentos das vias de circulação, de iluminação pública e de cobertura arbórea, com o propósito de poder vir a disponibilizá-lo gratuitamente à população, constituindo assim um forte incentivo à utilização do transporte público fluvial.
Importa referir que à intenção de resolução de um problema concreto da população, a Transtejo respondeu com a atual concessão à empresa Empark, sendo que qualquer alteração desta situação será feita por via de nova concessão, face à necessidade premente da Transtejo em arrecadar receita por via da exploração do aludido parque de estacionamento. Foi com surpresa que a autarquia recebeu esta posição da empresa, “pois ao invés de se privilegiar a função de serviço público às populações, a Transtejo e a respetiva tutela, priorizam uma lógica financeira e economicista, política que tem levado à inevitável degradação do serviço prestado e ao aumento significativo de tarifas”, referiu o presidente da Câmara Municipal do Seixal.

Apoio ao movimento associativo 
Durante a reunião foram ainda aprovadas várias comparticipações financeiras, no valor total de cerca de 820 mil euros, atribuídas a associações e entidades do concelho, por forma a apoiar o trabalho que as mesmas desenvolvem em prol do bem-estar das populações. Destaque para a atribuição de 339 mil 799euros à Associação Unitária de Reformados, Pensionistas e Idosos da Torre da Marinha, para que esta possa concluir as obras do Centro de Dia da Torre da Marinha. Destaque também para a verba atribuída ao Centro de Atividades Sociais de Miratejo, no valor de 48  mil 560 euros para apoiar o seu projeto de arquitetura da creche. No âmbito do movimento associativo, também o Amora Futebol Clube irá receber 250 mil euros, para apoiar a construção dos balneários do novo Centro de Treinos do clube.
Foi ainda adjudicada a aquisição de um comboio elétrico solar, no âmbito do desenvolvimento do projeto referente ao Laboratório Vivo para a Descarbonização da Baía do Seixal.
"Importa lembrar que a autarquia tem vindo a adotar um conjunto de políticas e de estratégias de intervenção local orientadas para os princípios definidos quer pela Organização Mundial de Saúde, quer pelos princípios definidos na Carta de Aalborg, tendo a autarquia apresentado uma candidatura ao Programa Laboratório Vivo para a Descarbonização do Fundo Ambiental, tendo sido a mesma aprovada", diz a Câmara do Seixal.

Agência de Notícias com Câmara do Seixal  

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